Segunda-feira, 29.09.14

Costa pode ser o Obama lusitano

Como eu já esperava, António Costa venceu folgadamente contra António José Seguro.

Por mais que o outro o atacasse, poucas dúvidas havia que entre os dois, ele era o melhor.

E agora, com o PS a seus pés, Costa tem de pensar em como ganhar o resto do país.

A sua personalidade tem várias vantagens, a principais das quais é que ele alegra a esquerda sem assustar a direita.

 

Conheço muita gente de direita que tem simpatia, admiração e respeito por António Costa, e que admite mesmo votar nele.

A direita desiludida com Passos e Portas poderá, talvez pela primeira vez, votar no PS, pois a fúria contra o Governo é imensa.

À esquerda, embora o PCP tenha vindo a crescer, o desmembramento do Bloco poderá ser também um aliado de Costa.

Louçã ainda empolgava muitos, mas isso não se passa com a actual liderança bicéfala, de Semedo e Martins.

 

Portanto, Costa pode entusiasmar os que sempre votaram PS, mais aqueles que votaram no Bloco ou noutros fenómenos de esquerda, como Marinho e Pinto e o Livre, e ainda pode ganhar votos ao centro e mesmo à direita.

Como é que isso se consegue?

Enganam-se os que pensam que é preciso ter muitas ideias e fazer muitas promessas.

 

Obama provou que mais importante que políticas concretas é mudar o estado de espírito das pessoas.

Contra a austeridade brutal, a esperança.

Contra a recessão geral, a crença que há um futuro melhor para os portugueses

O "yes, we can" de Obama pode ser adaptado para Portugal.

 

Basta querer, basta falar diferente, basta acreditar.

Tal como George W. Bush na América, Passos e Portas cometeram tantos erros e estragaram tanto o país que a mudança é muito desejada pela grande maioria dos portugueses.

Daqui até às eleições, a única dúvida é saber quantos serão. 

publicado por Domingos Amaral às 09:57 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 26.09.14

Tecnoforma: a montanha pariu um rato.

Em primeiro lugar, um lembrete.

Quem me lê neste blog, sabe perfeitamente que considero Passos Coelho uma tremenda desilusão, e que acho este Governo péssimo.

Estou em total desacordo com a estratégia de austeridade brutal que Passos escolheu, e posso dizer com absoluta certeza que não votarei nele, nem no PSD ou no CDS se forem separados, com estes líderes.

 

Dito isto, sempre me pareceu prematura e demasiado inflamada a excitação que esta semana se apoderou do país por causa do "caso Tecnoforma".

Como o primeiro-ministro acabou de esclarecer, nunca recebeu salário dessa empresa enquanto foi deputado.

Apenas recebeu despesas de representação quando fez duas viagens ao serviço de uma ONG.

Lamento desiludir os que achavam que Passos já estava aniquilado, mas tal não é verdade.

 

Não houve pagamentos de salários enquanto era deputado, nem Passos mentiu quando declarou, para receber um subsídio, que estava em exclusividade.

Portanto, por aí não há caso nenhum.

Resta saber se é eticamente reprovável colaborar com uma ONG enquanto se é deputado, e ter duas viagens pagas por essa ONG.

Talvez não seja inteligente, mas dificilmente se pode dizer que é caso para a demissão de um primeiro-ministro!

 

Portanto, acho que o mais grave que Passos fez, o seu principal erro, foi não ter matado este assunto logo no primeiro dia.

Ao dizer que não se lembrava, ao deixar passar uns dias, ao dizer que "tirava as consequências", Passos foi deixando o suspense crescer, e isso foi um erro grave.

Nestas coisas, não se pode deixar dúvidas, e só a sua existência já fere a reputação de um homem que tanta moral pregou aos portugueses.

 

Passos ficou pois beliscado, chamuscado mesmo, com esta nódoazinha no seu currículo.

De hoje em diante, os seus inimigos e detratores vão lembrar sempre o "não me lembro", as viagens da ONG, coisas que eram perfeitamente evitáveis se Passos tivesse esclarecido tudo imediatamente, logo no primeiro dia.

Mas, demitir-se por causa disto?

Caramba, tenham calma. Façam o "ice bucket challenge", pois o homem ainda vai durar mais uns tempos.

 

publicado por Domingos Amaral às 11:13 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 25.09.14

O Estado Islâmico é o filho bastardo de Bush e Rumsfeld

Há mais de dez anos, Bush invadiu o Iraque, ainda se lembram?

Supostamente, Saddam tinha armas de destruição e financiava o terrorismo.

Traumatizados com o 11 de Setembro, os conservadores americanos atacaram Bagdad.

Na Europa, muitos os apoiaram, incluindo Barroso, Portas, toda a direita europeia, e até alguma esquerda, representada por Tony Blair.

Quem se metesse contra eles, era logo apelidado de perigoso esquerdista ou mesmo comunista.

 

Mais de uma década depois, está bom de ver quem tinha razão.

Saddam foi preso e morto, mas o Iraque foi lançado num caos que nunca amainou.

A ocupação americana, que era para ser amigável, transformou-se numa guerra aberta.

Sunitas, xiitas e curdos, nunca foram capazes de se entender e milhares morreram todos os anos em actos de terrorismo ou em combates.

A "mudança de regime", inspiradora de Bush e Rumsfeld, foi a desgraça do Iraque, pois substituiu-se uma tirania por uma anarquia.

 

Mais de uma década depois, a balbúrdia não pára, e um novo monstro se gerou.

O chamado "Estado Islâmico" é um filho bastardo de Bush e Rumsfled.

Medrou e cresceu no atoleiro gerado por eles, e mesmo com alguns apoios americanos de então para cá.

E claro, agora o monstro ganhou vida própria e não vai parar.

Quem semeia ventos, colhe tempestades.

 

Os neo-conservadores e todos os seus apoiantes esqueceram que meter a mão num ninho de vespas dá sempre mau resultado.

E esqueceram também a História daquela região.

As lutas são permanentes, há milhares de anos. Mudam as armas e as pessoas, mas os motivos permanecem.

O chamado "Estado Islâmico", e o seu "califado", é o herdeiro de uma longa lista de facínoras que sempre povoou aquelas regiões.

Mil anos passaram, e mais mil vão passar, e será sempre assim.

 

Infelizmente, não há muito que se possa fazer.

Mas, mais vale bombardear, como faz Obama, do que invadir, como fez Bush. 

Embora isso não vá parar a onda de decapitações, nem o fanatismo dos novos guerreiros, que para lá correm.

A "guerra santa" não nasceu agora, sempre existiu, desde Poitiers, desde Zalaca, desde Lisboa, desde Saladino ou Afonso Henriques.

Quem pensar que isto vai parar um dia, engana-se. Não vai. Só as armas mudam, a guerra é sempre a mesma.

publicado por Domingos Amaral às 09:57 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quarta-feira, 24.09.14

Quem quer para primeiro-ministro: Costa, Seguro ou Passos?

O último debate entre Seguro e Costa, que aconteceu ontem na RTP, foi o mais divertido.

Parecia um combate de boxe, onde Costa mostrou finalmente que sabia meter a mão na anca e dar "uppercuts".

Já Seguro foi fiel a si mesmo, e mostrou mais uma vez que só sabe viver no registo "tu traíste-me".

Se no primeiro debate fora ele o vencedor, para perder claramente no segundo, neste terceiro conseguiu um empate.

 

Contudo, Seguro dá a ideia de estar sempre tenso, sempre nervoso, sempre excitado em demasia.

Mesmo quando é demasiado pachorrento, Costa consegue transmitir uma serenidade que escapa totalmente a Seguro.

E, é evidente para todos, a questão relevante foi a colocada por Costa.

Quem querem os portugueses para primeiro-ministro: Passos, Seguro ou Costa?

 

No domingo, será a primeira volta desta resposta, e os militantes e simpatizantes do PS terão de dizer o que pensam.

Pela minha parte, parece-me evidente que Costa tem mais experiência, capacidade de liderança e habilidade política.

Seguro nunca foi ministro, nunca foi presidente da Câmara, e dá pouca confiança às pessoas para liderar um governo.

Ainda por cima, deu demasiada relevância às traições de Costa, como se a política não fosse, há mais de mil anos, sempre assim.

 

Parece-me pois que Costa acertou nos gráficos da sondagem que mostrou ontem à noite.

Entre ele e Passos, as pessoas preferem-no a ele; e entre Seguro e Passos, as pessoas preferem Passos.

É esse o drama de Seguro, que ele nunca conseguiu ultrapassar.

Mesmo com um Governo que massacrou os portugueses, e mesmo com um primeiro-ministro fraco, Seguro não inspira muita gente.

É o elo mais fraco dos três, e por isso deverá perder no Domingo.

publicado por Domingos Amaral às 09:53 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 22.09.14

A semana horribilis do Governo

A semana passada foi absolutamente desastrosa para o Governo.

Começou com a demissão de Vítor Bento, para tornar ainda mais instável o que já era de plasticina.

Depois, veio a trapalhada do Citius, na justiça.

Seguiu-se a barafunda da colocação do professores, na educação.

 

Na mesma semana, dois ministros tiveram de fazer um "perdoa-me" em público.

Primeiro foi Paula Teixeira da Cruz, por causa da informática judicial.

Depois Nuno Crato, por causa da informática educacional.

Pelos vistos, o governo tem graves problemas com os computadores.

 

E para acabar em beleza, lá aparecem as notícias de que Passos Coelho poderá ter cometido umas ilegalidades.

Segundo dizem os jornais, recebeu pagamentos de uma empresa quando estava em regime de exclusividade, na Assembleia.

Claro que ele disse o óbvio: "não me lembro, foi há 16 ou 17 anos".

Sim, todos compreendemos que a nossa memória esbate-se ao fim de tanto tempo.

Mas, pela primeira vez, a reputação pessoal de Passos Coelho sofreu um beliscão.

 

E tudo isto na semana em que António Costa poderá finalmente ver-se livre de Seguro.

Se o Governo continua assim, a dar barracas destas, Costa nem vai precisar de fazer muita campanha, para vencer em 2015.

 

publicado por Domingos Amaral às 11:30 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 19.09.14

Histórico: Benfica e Sporting dão lucro no mesmo ano!

Há muitos anos que tal não se verificava, e por isso trata-se de um momento histórico para os clubes de Lisboa.

Tanto a SAD do Benfica como a SAD do Sporting deram lucro na época 2013/2014.

É uma raridade cada um deles dar lucro, e é uma raridade darem ambos lucro ao mesmo tempo, mas só pode ser considerado bom sinal.

 

Comecemos pelo Sporting.

O valor dos lucros é ainda curto, 368 mil euros, mas o que é importante de realçar é a grande recuperação que o clube consegue apenas numa época.  

Em 2012/2013, os prejuízos tinham sido de 43,8 milhões de euros, uma tragédia colossal.

Ora, em apenas uma época, o clube consegue inverter de negativo para positivo, o que é notável.

 

Como eu sempre aqui escrevi, Bruno de Carvalho tem tomado excelentes medidas de gestão.

Como gestor, tem dado provas de saber o que está a fazer, embora a sua imagem mediática ainda tenha muito para melhorar.

A poupança nos gastos operacionais é enorme, tendo o clube gasto menos 36 milhões de euros em despesas gerais, e menos 3 milhões de euros em gastos financeiros.

Como as receitas operacionais também subiram um pouco, mais 5 milhões de euros, o resultado final é positivo.

 

Portanto, o clube não só conseguiu uma época desportiva bastante bem sucedida, tendo ficado em 2º lugar no campeonato, e garantido a classificação directa para a Champions; como conseguiu uma boa época económica, estabilizando e estancando a sangria dos anos anteriores.

Goste-se ou não de Bruno de Carvalho, a verdade é que nas duas frentes ele foi bem sucedido, conseguindo um início de um pequeno círculo virtuoso que o clube já não vivia há vários anos.

 

O grande desafio é a continuação, mas pelo que tenho visto, o Sporting não perdeu a cabeça, e ainda bem. 

Não se pôs a gastar à louca em contratações, e tentou reforçar o plantel dentro das suas possibilidades.

Nani é um bom jogador, e Marco Silva, apesar dos problemas iniciais, parece ser bom treinador.

Espera-se é que o Sporting não entre de novo em auto-destruição ao primeiro solavanco, pois este é o caminho, mas não se pode ter pressa.

 

Passemos ao Benfica. 

Como aqui já tinha previsto, este foi o melhor ano de sempre do Benfica em quase três décadas.

Desportivamente, ganhou todos os títulos nacionais (Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça) e ainda foi finalista na Liga Europa.

E financeiramente, regressou aos lucros, tendo obtido um resultado positivo de 14,1 milhões de euros.

Depois de cinco anos consecutivos de prejuízos, o Benfica volta ao lucro, e a subida é muito relevante, pois o ano passado tinham sido 10,3 milhões de prejuízos.

 

Os grandes responsáveis por estes resultados positivos são 3: a Benfica TV, as provas europeias, e a venda de jogadores.

Nos direitos televisivos, o Benfica passou de uma facturação de 8 milhões no ano anterior, para 28,1 milhões de euros, mais que triplicando as suas receitas neste item.

Os prémios da UEFA, da fase de grupo da Champions, da Liga Europa e ainda a receita por a final da Champions ter sido na Luz, ultrapassaram os 22 milhões de euros.

Com estes dois números tão relevantes, o clube ultrapassou pela primeira vez na sua história os 100 milhões de euros em receitas operacionais, o que é um feito extraordinário num mercado tão curto como o português.

 

A isto ainda há que somar as receitas extraordinárias.

Na venda dos jogadores, foram essenciais as transacções de Matic, Rodrigo e André Gomes, logo em Janeiro, o que representou uma receita líquida da SAD de mais de 58 milhões de euros, aos quais ainda há a acrescentar as vendas de Melgarejo, Rodrigo Mora, Garay e Kardec.

Tudo somado, as receitas chegam ao notável número de 184,7 milhões de euros, o que confirma a existência de um círculo virtuoso no clube.

 

Houve investimento forte, houve títulos, houve receitas fortes, e por isso o clube está de boa saúde e recomenda-se.

O grande desafio deste ano é repetir os bons resultados, o que não será fácil, pois o FC Porto investiu muito e tem este ano um plantel mais forte que o Benfica. 

Será que a estabilidade e os novos jogadores vão conseguir tão bom como no ano passado?

Teremos de ver como tudo acaba, por agora é cedo.  

publicado por Domingos Amaral às 10:45 | link do post | comentar
Quinta-feira, 18.09.14

A Escócia já chegou à Madeira?

Um dos danos colaterais do referendo na Escócia é a animação que para aí vai nos locais que também desejam independência.

Na Catalunha, no País Basco, em certas regiões da Bélgica, já todos andam animados com a possibilidade de seguirem a Escócia.

E, como não podia deixar de ser, o mesmo se passa na Madeira.

 

Sim, é verdade, a Escócia já chegou à Madeira!

Na cara de Alberto João Jardim há já um sorrisinho tipo "eu não vos dizia que isto um dia mudava?" 

Ainda por cima, se a Escócia tem whisky, a Madeira tem o seu vinho!

Não tem petróleo, nem tantos milhões de pessoas, mas tem o Cristiano Ronaldo, que dá para uma bela campanha de marketing!

 

Se no referendo escocês vencer o Sim, preparem-se pois para uma sessão de fogos de artifício no Funchal.

Será, aposto, quase tão forte como as das Passagens do Ano!

Jardim sairá à rua, em pelota se for preciso, para festejar a grande possibilidade de, finalmente, a Madeira ser independente!

 

O pior é se isto pega.

E porque não a Galiza, o Alentejo, o Algarve, a Andaluzia, o Languedoc, a Bretanha, a Baviera?

Sim, porque não fragmentar todas as nações, uma a uma, em pequenas cidades estados?

Porque não um feudalismo digital com páginas no Facebook e conta no Twitter?

Como dizia Karl Popper há muitos anos, o único grave problema do princípio da autodeterminação é que é autoagravante, nunca mais se pára.

Se virmos bem, há razões para tudo, até para Algés se separar definitivamente de Miraflores... 

publicado por Domingos Amaral às 12:34 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 17.09.14

A Escócia quer ser igual a Portugal?

Nunca fui à Escócia mas tenho pena.

Pelas imagens que tenho visto ao longo da vida, deve ser bem bonita.

E tens bons líquidos, como o petróleo e o whisky, que já não está na moda, como o gin, mas continua a vender muito por esse mundo fora.

Contudo, já estou um bocado farto de ouvir falar no referendo na Escócia.

 

Confesso que não consigo perceber o desejo dos escoceses.

A primeira razão é que eu pensava que a Escócia já era independente, não precisando de o voltar a ser.

Na Escócia há parlamento, governo, campeonato de futebol, seleção nacional, e muitas outras coisas.

É essa a maravilha, e a beleza do Reino Unido.

Por vezes, andam todos juntos, como nos Jogos Olímpicos, mas muitas vezes vão separados, como no futebol.

Galeses, Irlandeses do Norte, Escoceses, Ingleses, são todos diferentes, cada um com a sua capital e as suas manias.

 

Na realidade, o Reino Unido é o que a Europa devia ser mas não é.

É uma união política, que tem um governo e uma moeda comuns, mas em que todos votam para eleger o Governo, ao contrário do que sucede na Europa.

Ou seja, a Escócia participa mais no Reino Unido, e manda mais, do que Portugal participa ou manda na Europa.

Apesar de nós sermos mais "independentes" no papel, na realidade os alemães e a Sra Merkel mandam mais em nós do que Cameron manda na Escócia.

É que os escoceses também votam para escolher Cameron, e que eu saiba nunca nenhum português votou na sra.Merkel.

 

É por isso que eu não entendo a Escócia.

Será que eles não percebem que, tornando-se independentes, mas ficando com a libra (moeda comum), se transformam numa espécie de Portugal, Irlanda, Grécia, Chipre?

Ficarão com uma moeda única, mas deixarão de votar para o Governo do Reino Unido, e aí é que deixam mesmo de mandar no seu destino.

Como Portugal, hoje.

 

Se a Escócia disser sim à independência, vai ficar mais fraca e mais dependente, mais parecida connosco.

É estranho que a Escócia queira ser como Portugal, quando na Europa todos deviam ser como a Escócia, um reino independente dentro de um reino unido, com um só Governo e um só Chefe de Estado.  

Mas, o mundo está difícil de compreender, é essa a verdade. 

publicado por Domingos Amaral às 10:58 | link do post | comentar | ver comentários (8)
Terça-feira, 16.09.14

Mar Salgado, a nova novela da SIC, parece bem boa

Ontem, dei por mim a ver "Mar Salgado", a nova novela da SIC.

Gosto de novelas, e quase sempre quero ver o primeiro episódio, para avaliar da coisa.

Já tive algumas decepções, e uma ou outra boa surpresa, como foi o caso de ontem.

"Mar Salgado" tem excelente imagem, uma boa escolha de actores e o argumento parece interessante.

É claro que foi o primeiro dia, mas quem tem um dueto da qualidade de Margarida Vila Nova e Joana Santos, tem meio caminho andado.

A primeira esteve brilhante, como jovem grávida, e a segunda notável, como a boa que é má, um diabo com doçura, um papel em que ela resulta muito bem, como já sabíamos desde "Laços de Sangue". 

Também os rapazes vão bem, e sobretudo surpreendeu-me a excelente produção da SP.

Boas filmagens no autódromo do Estoril, boas filmagens de barcos, de festa na discoteca.

É nestes pormenores que as novelas da SIC se distinguem.

Por fim, um pormenor divertido: a novela é filmada em Setúbal, Tróia e Comporta, e tem no título Salgado.

Mais actual é difícil.

publicado por Domingos Amaral às 09:49 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 15.09.14

Novo Banco: vender à pressa, vai dar barraca

A saga do BES continua, agora com novos episódios e um nome diferente, mas com trapalhadas semelhantes.

Vítor Bento era um nome forte, com credibilidade, mas durou muito pouco.

Aparentemente, é um problema de pressa.

Sente-se nas declarações de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, que há que despachar o trambolho o mais rapidamente possível.

O governo faz coro, e repete a ideia. Portas, Pires de Lima, Maria Luís, Passos, todos querem vender, e já.

Para ontem, se fosse possível.

 

Ora, qualquer pessoa com dois dedos de testa sabe que vender à pressa é mau.

É mau se for um carro, uma casa, uma Playstation, e naturalmente é mau também se for um banco.

A pressa do vendedor obriga a baixar o preço, e o negócio é sempre pior.

Ainda por cima num banco que saiu de um colapso, e que se pretende recuperar.

Se a ideia era maximizar o valor da venda, para poupar dinheiro ao contribuinte, a pressa é um disparate.

 

Pelos vistos, Vítor Bento queria mais calma, o que só abona em seu favor.

Pelos vistos, Banco de Portugal e Governo querem vender depressa. O todo ou as partes, não interessa, o que interessa é fazê-lo antes das eleições.

Porém, gerir a situação de bancos com timings políticos já se viu que dá num desastre.

É agora evidente para todos que, desde finais de 2013, era conhecida a situação grave do BES.

Passos, Carlos Costa e a "troika" fizeram uma "gestão política" do assunto, adiando-o para depois da saída da "troika".

Deu no que deu, o BES entrou em colapso total, e esfrangalhou-se.

 

Agora, que as coisas pareciam estabilizar, lá vem a "gestão política" outra vez.

Tudo vendido, antes das eleições, para que não se possa atirar à cara do Governo que não protegeu o contribuinte.

Pois. Até Maio, era "proteger o BES", e ele faliu. Agora, é "proteger o contribuinte", e ou muito me engano ou vai dar barraca da grossa outra vez.

Infelizmente, as estratégias de Carlos Costa e de Passos falharam todas no caso do BES.

Esta será a última oportunidade, mas com tanta incompetência até aqui, é provável que corra muito mal também. 

publicado por Domingos Amaral às 11:23 | link do post | comentar | ver comentários (1)
 

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