Segunda-feira, 14.03.16

Furminator, a descoberta do ano!

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Quem vive com um Labrador em casa, sabe o que sofre, pois não há cão que deite mais pêlo.

O meu é negro, o que só piora as coisas, e a minha casa enche-se de pêlos escuros, que se espalham na sala, no corredor, na cozinha, até no interior dos armários.

 

O combate permanente contra o pêlo era intenso lá por casa, mas até há pouco tempo, extremamente inglório.

Por mais que nós aspirássemos o chão e escovássemos o Benji, os pêlos multiplicavam-se e caíamos derrotados no sofá, implorando pela salvação contra o maldito pêlo.  

 

Foi então que a Sofia fez uma descoberta única na net: a Furminator.

Tem um cabo pequeno e um pente muito duro e fino, parecido com aqueles com que tiramos os piolhos às crianças e faz juz ao nome.

 

Na verdade, a Furminator é um verdadeiro Terminator de pêlos. Cinco minutos a escovar o Benji e não só deitamos no lixo pêlo suficiente para encher uma almofada grande, como desaparecem praticamente os vestígios de filamentos negros da casa.

 

Eu diria que a Furminator abate 99% dos pêlos, é uma verdadeira exterminadora implacável dos meus problemas domésticos. Finalmente, vive-se melhor lá em casa, abençoada Furminator! 

 

Quem quiser conhecer melhor, aqui fica o link:

http://www.furminator.com/Products/Dogs/dog-grooming-combs-rakes/dog-grooming-rake.aspx

publicado por Domingos Amaral às 12:12 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 11.03.16

O regresso de OJ Simpson

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 Enquanto espero ansiosamente pela sexta temporada da série que mais me fascina, "A Guerra dos Tronos", acabei por ficar caçado por outra, que passa na FOX.

Chamada "The People vs OJ Simpson: American Crime Story", é o recordar da grande saga criminal que envolveu o mediático OJ Simpson, negro, ex-jogador de futebol americano e actor.

 

Como é sabido, a sua ex-mulher Nicole e um amigo apareceram assassinados brutalmente à porta da casa dela, e OJ foi logo o principal suspeito, devido aos antecedentes violentos com a mulher.

Talvez por causa disso, fugiu no próprio dia em que tinha de se apresentar na polícia para ser detido, e a sua fuga foi televisionada em toda a América, que seguiu espantada a viagem do famoso Bronco branco onde ia OJ.

 

No entanto e apesar das desconfianças óbvias, a questão racial começou logo a aparecer. A polícia de Los Angeles tinha um péssimo registo, um ano antes haviam acontecido os famosos riots na cidade, e as acusações de que OJ foram "tramado" por polícias brancos e racistas foram imediatas.

A elas se agarraram a defesa jurídica de OJ, um "dream team" de advogados caríssimos, que se tornariam célebres pela forma como destruíram o caso da acusação.

 

Tudo isto a série recorda e podemos dizer que o trabalho de reconstituição é notável, bem como a apresentação do ambiente perigoso que se vivia em LA nesses anos, um caldeirão de racismos mútuos preocupantes e emocionais.

Mas, como em qualquer série de televisão, são os actores e as personagens que nos seduzem e esta série não seria a mesma sem cinco deles.

 

Cuba Gooding Jr vem à cabeça, a sua interpretação de OJ Simpson é notável, mas para mim o melhor mesmo é John Travolta, que interpreta o advogado Robert Shapiro.

Também Courtney B. Vance faz um grande papel, como outro dos advogados, o especialista em casos racistas, Johnnie Cochran. E David Schwimmer, que nos habituámos mais a ver em comédias, vai muito bem como o melhor amigo de OJ, Robert Kardashian.

Por fim, destaque para Sarah Paulson, que faz de procuradora do Ministério Público, Marcia Clark, e que está estupenda, seja na caracterização, seja na interpretação.

 

publicado por Domingos Amaral às 12:25 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 09.03.16

Elena Ferrante, a mulher de Nápoles que escreve muito bem

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Nas últimas semanas, tenho-me dedicado a ler Elena Ferrante, o novo fenómeno mundial da literatura.

Sabe-se pouco sobre ela, nunca apareceu, não há fotografias, mas sabe-se que é mulher, italiana, napolitana. E o que é mais importante, sabe-se que escreve muito bem.

 

Naturalmente, comecei pelo primeiro da tetralogia, "A Amiga Genial", e gostei muito.

É a história de mulheres pobres, que nasceram num bairro pobre de Nápoles. Duas amigas conhecem-se meninas, vão crescendo, com pais, amigos, os primeiros namoricos. Parece simples, mas não é.

 

Ferrante é magistral a descrever Nápoles mas também a descrever a amizade, os medos, as excitações de duas amigas. São livros sobre isso, a amizade das mulheres, no que ela tem de espantoso, cúmplice, diabólico, emocional.

Mas também é um livro, ou são vários, sobre Itália, sobre Nápoles, sobre os anos 50, 60 e seguintes, sobre os movimentos de esquerda, mas também sobre a Camorra ou o desenvolvimento económico.

 

Um dos mais impressionantes traços é a violência física napolitana. Os homens batem nos outros homens, batem nas mulheres, batem nos filhos e nas filhas, mas as mulheres também batem nos homens, nos pais, nas mães, nos filhos, nas filhas, nos amigos e nas amigas. Ferrante é implacável e sentimos cada murro como um coice.

 

É claro que, quando passamos ao segundo volume, "História do Novo Nome", percebemos que também estamos perante uma história de mobilidade social, de uma mulher pobre que vai subindo na vida devido aos estudos e à literatura, enquanto os amigos e amigas ficam para trás.

 

E sim, também é uma história sobre sexo, os primeiros namoros, os abusos, a dificuldade de ter prazer quando se trabalha até à exaustão em fábricas, charcutarias e sapatarias, e não há tempo para coisas boas.  

 

Elena Ferrante merece o sucesso que está a ter, pois escreve maravilhosamente e embala-nos nas suas frases bonitas e afiadas. É literatura para mulheres? Talvez, mas é boa literatura para mulheres e por isso vale a pena ler. 

 

O meu único problema é que, ao chegar ao terceiro livro, "História de Quem Vai e de Quem Fica", há uma sensação de perda de entusiasmo, o enredo já não nos empolga tanto como nos dois livros iniciais.

Mas vou terminar a tetralogia, pois quem escreve tão bem merece isso. 

publicado por Domingos Amaral às 13:27 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 07.03.16

O elogio de Rui Vitória, com a música da Mariza!

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É preciso perder

Para depois se ganhar

E mesmo sem ver

Acreditar!

 

No sábado, quando vi Rui Vitória a festejar em Alvalade, foi neste lindíssimo refrão que a Mariza canta que pensei.

A música "Melhor de Mim" é sublime, mas a mim o que me emocionou foi o quanto ela se aplica a Rui Vitória e ao Benfica deste ano. Oiçam-na e sintam.

A letra começa por falar numa "semente que dorme na terra", que "amanhã nascerá uma flor" (os meninos da formação que ele lançou?).

Depois, a Marisa canta "Ainda que a esperança da luz seja escassa" e eu arrepio-me a pensar no meu estádio, parece escrito a pensar nele, mas é a quarta estrofe que verdadeiramente me arrebata. 

 

"Também eu estou, à espera de mim, algo me diz que a tormenta passará".

Rui Vitória estava à espera de si próprio, desde o início do ano, e caiu-lhe uma tormenta colossal em cima. 

O início da época benfiquista foi doloroso, tantos erros foram cometidos e em Outubro já eram muitos os que não acreditavam. Eu próprio estava descrente.

Mas, se a alguém se deve o levantar do chão do Benfica, é a Rui Vitória. Ele nunca se deprimiu com as duras derrotas do início, nunca baixou os braços, nunca desistiu e nunca foi rude, grosseiro ou mal educado, mesmo quando o tentaram enxovalhar. Algo lhe dizia que a tormenta passaria.

 

"É preciso perder, para depois se ganhar, e mesmo sem ver, acreditar" canta a Mariza com a sua espantosa voz e eu sinto no meu coração que esta frase foi escrita para Rui Vitória.

É preciso ter a força tranquila que ele tem, a capacidade de saber perder, para depois se ganhar.

E é preciso acreditar, mesmo sem ver, e Rui Vitória acreditou sempre, mesmo quando todos nós rangíamos os dentes de raiva e desanimávamos.

 

"É a vida que segue, e não espera pela gente, cada passo que damos em frente, caminhando sem medo de errar".

Extraordinárias semelhanças...Foi assim em Agosto, perdida a Supertaça; em Outubro, quando perdemos em casa com o Sporting; em Novembro, quando saímos da Taça de Portugal. 

E Rui Vitória sempre a caminhar, "sem medo de errar". A lançar os meninos, o Nelson, o Gonçalo, o Renato, o Lindelof, o Ederson...

 

A Mariza continua e canta "creio que a noite, sempre se tornará dia, e o brilho que o sol irradia, há-de sempre me iluminar".  

E eu recordo as vitórias a começarem, Madrid a orgulhar-nos, o Natal a chegar com golos e mais golos nas balizas adversárias e por fim, no sábado, vai Mitroglu e toma lá para dentro!

 

"É preciso perder, para depois se ganhar, e mesmo sem ver, acreditar", canta a Mariza e eu pergunto ao meu coração, será que foi mesmo preciso perder? Será que é esse o segredo dos grandes, aqueles que percebem que é nas tormentas que se forjam as vitórias?

De repente, culpo-me e sinto que falhei. Sim, é verdade, em certos momentos deixei de acreditar. Mas a minha sorte foi ter Rui Vitória aos comandos, um senhor competente e sereno, uma força tranquila.

A ele, desde o princípio, algo que lhe dizia que "a tormenta passará", como canta a Mariza. E não é que passou mesmo? A tormenta já era, agora o Benfica está no primeiro lugar.

 

Por fim, oiço a Mariza cantar "sei que o melhor de mim está para chegar" e penso mais uma vez em Rui Vitória. O melhor dele ainda está para chegar, essa é que é essa.

No entanto, o exemplo dele, de força mental, de boa educação e de competência, já nos enche de orgulho.

Acabe esta época como acabar, a grande figura do Benfica este ano é Rui Vitória. Aqui lhe deixo os meus parabéns e que continue a ser como é.

 

Quem quiser ouvir e ver a música da Mariza, aqui vai o link

https://www.youtube.com/watch?v=2UDZH_Htpq8

publicado por Domingos Amaral às 12:24 | link do post | comentar | ver comentários (2)
 

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