Quarta-feira, 24.09.14

Quem quer para primeiro-ministro: Costa, Seguro ou Passos?

O último debate entre Seguro e Costa, que aconteceu ontem na RTP, foi o mais divertido.

Parecia um combate de boxe, onde Costa mostrou finalmente que sabia meter a mão na anca e dar "uppercuts".

Já Seguro foi fiel a si mesmo, e mostrou mais uma vez que só sabe viver no registo "tu traíste-me".

Se no primeiro debate fora ele o vencedor, para perder claramente no segundo, neste terceiro conseguiu um empate.

 

Contudo, Seguro dá a ideia de estar sempre tenso, sempre nervoso, sempre excitado em demasia.

Mesmo quando é demasiado pachorrento, Costa consegue transmitir uma serenidade que escapa totalmente a Seguro.

E, é evidente para todos, a questão relevante foi a colocada por Costa.

Quem querem os portugueses para primeiro-ministro: Passos, Seguro ou Costa?

 

No domingo, será a primeira volta desta resposta, e os militantes e simpatizantes do PS terão de dizer o que pensam.

Pela minha parte, parece-me evidente que Costa tem mais experiência, capacidade de liderança e habilidade política.

Seguro nunca foi ministro, nunca foi presidente da Câmara, e dá pouca confiança às pessoas para liderar um governo.

Ainda por cima, deu demasiada relevância às traições de Costa, como se a política não fosse, há mais de mil anos, sempre assim.

 

Parece-me pois que Costa acertou nos gráficos da sondagem que mostrou ontem à noite.

Entre ele e Passos, as pessoas preferem-no a ele; e entre Seguro e Passos, as pessoas preferem Passos.

É esse o drama de Seguro, que ele nunca conseguiu ultrapassar.

Mesmo com um Governo que massacrou os portugueses, e mesmo com um primeiro-ministro fraco, Seguro não inspira muita gente.

É o elo mais fraco dos três, e por isso deverá perder no Domingo.

publicado por Domingos Amaral às 09:53 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 22.09.14

A semana horribilis do Governo

A semana passada foi absolutamente desastrosa para o Governo.

Começou com a demissão de Vítor Bento, para tornar ainda mais instável o que já era de plasticina.

Depois, veio a trapalhada do Citius, na justiça.

Seguiu-se a barafunda da colocação do professores, na educação.

 

Na mesma semana, dois ministros tiveram de fazer um "perdoa-me" em público.

Primeiro foi Paula Teixeira da Cruz, por causa da informática judicial.

Depois Nuno Crato, por causa da informática educacional.

Pelos vistos, o governo tem graves problemas com os computadores.

 

E para acabar em beleza, lá aparecem as notícias de que Passos Coelho poderá ter cometido umas ilegalidades.

Segundo dizem os jornais, recebeu pagamentos de uma empresa quando estava em regime de exclusividade, na Assembleia.

Claro que ele disse o óbvio: "não me lembro, foi há 16 ou 17 anos".

Sim, todos compreendemos que a nossa memória esbate-se ao fim de tanto tempo.

Mas, pela primeira vez, a reputação pessoal de Passos Coelho sofreu um beliscão.

 

E tudo isto na semana em que António Costa poderá finalmente ver-se livre de Seguro.

Se o Governo continua assim, a dar barracas destas, Costa nem vai precisar de fazer muita campanha, para vencer em 2015.

 

publicado por Domingos Amaral às 11:30 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 28.05.14

Se Seguro ficar, o PS comete um hara-kiri

Por mais que António José Seguro a tente evitar, aproxima-se a batalha entre ele e António Costa.

Seguro teve a sua hipótese, e até teve um resultado honroso nas autárquicas.

Não foi bom, mas também não foi mau.

Porém, nas europeias, o resultado do PS é péssimo.

O maior partido da oposição não consegue ganhar votos quando os partidos do Governo são tão mal vistos.

Com o descontentamento que existe em Portugal com este Governo, com os problemas sociais e económicos que existem, com o desemprego alto, com uma dívida pública altíssima, com os impostos mais altos de sempre, mesmo assim o PS não cresce.

Pelo contrário, o PS perde votos!

E não os perde para o Bloco de Esquerda, ou seja, não os perde porque não foi suficientemente à esquerda.

 

A única explicação que se encontra para o fenómeno é a liderança fraca e pouco entusiasmante de Seguro.

Os socialistas não acreditam nele, e muitos até preferiram olhar para o lado, e votar em Marinho Pinto ou em Rui Tavares.

E, quando assim é, toda a gente percebe que o problema está na liderança, não nas ideias.

Seguro não tem carisma, não tem consistência, e não entusiasma ninguém nas hostes socialistas, quanto mais fora delas.

Nas próximas semanas, pode tentar tudo para evitar o Congresso ou as directas, pode usar todos os expedientes dos estatutos e todos os subterfúgios, que isso não adia o essencial.

E o essencial é que, como mostrou uma sondagem da TVI logo no dia das eleições, com Seguro à frente, o PS arrisca-se a perder as eleições em 2015, ficando atrás de Passos e Portas.

É essa terrível possibilidade de derrota que está a aterrar o PS.

Os partidos odeiam perder, e se estão convencidos que o líder os levará à derrota, esse líder tem os dias contados.

É isso que se passa hoje no PS: com Seguro, os socialistas podem perder!

 

Com este cenário, é natural que António Costa vá ganhando cada vez mais apoios, e que se crie uma onda positiva que o leve à liderança. 

Costa representa uma forte possibilidade de vitória, enquanto Seguro representa uma forte possibilidade de derrota.

Mas, para além de poder vencer, Costa tem outras vantagens quando comparado com Seguro.

Tem experiência política, já foi ministro e é presidente da Câmara de Lisboa há vários anos (Seguro não foi nada).

Tem carisma e mais senso político, bem como simpatia e humanidade.

E, pormenor importante, Costa tem muito mais capacidades do que Seguro para fazer alianças com outras forças políticas, seja à sua esquerda, seja à sua direita.

Nem Marinho Pinto, nem Rui Tavares, nem o Bloco, gostariam de se aliar a Seguro, numa frente de centro-esquerda.

Mas, com Costa é provável que todos gostassem de se aliar, caso seja necessário.

 

À direita, as pessoas pensam da mesma maneira.

Se em 2015 for necessário um governo de Bloco Central, quem preferem as pessoas de direita que esteja à frente do PS?

Preferem um governo onde estão Passos e Portas, e o primeiro-ministro é Seguro?

Ou um governo onde o número um é António Costa?

E os mercados, e os parceiros sociais, os empresários ou os sindicatos?

Será que não é evidente para todos que António Costa é um político que dá mais confiança do que o pobre Seguro?

 

Nas próximas semanas, é sobre isto que os socialistas devem refletir.

Portugal está num momento complicado da sua história, e com o centro-direita tão descredibilizado, o próximo primeiro-ministro tem de gerar confiança aos portugueses todos, sejam eles de esquerda ou de direita.

Parece-me evidente que António Costa está muito mais bem preparado que Seguro para ser essa pessoa.

Se o aparelho do PS não perceber e rejeitar Costa, como é possível, o PS cometerá um trágico hara-kiri. 

publicado por Domingos Amaral às 11:30 | link do post | comentar
Terça-feira, 21.01.14

A sabotagem de Passos a Marcelo

Em política, o que parece normalmente é.

Quando definiu um "perfil" presidencial, o PSD de Passos distinguiu algumas características importantes para um futuro candidato, e é evidente que Marcelo ficou excluído.

Quando se diz que o presidente a apoiar não deve ser "mediático", isto quer dizer uma coisa: não queremos o prof. Marcelo!

Este, rápido e arguto como é seu costume, percebeu perfeitamente o recado, e inteligentemente colocou-se fora da corrida.

É um pouco patético Passos vir agora fazer-se de desentendido, dizendo que não queria excluir ninguém, quando foi precisamente isso que pretendeu.

Diga-se aliás que é natural que Passos não queira Marcelo em Belém, pois na sua cabeça o professor é um homem que ele não controla, e Passos quer alguém na presidência que ele possa "controlar", ou pelo menos prever com facilidade o que vai fazer.

É também evidente que o candidato que Passos quer é Durão Barroso, um homem alinhado com as teses de Passos, e que muitas ajudas lhe deu nos últimos anos, com constantes declarações de apoio às políticas deste governo.

Portanto, parece ser evidente que Marcelo está fora da corrida, e Barroso só não avança se não quiser.

O único problema deste cenário é que Barroso é muito pior candidato do que Marcelo.

No país, são poucos os que o admiram, e menos ainda os que gostam genuinamente dele.

Barroso não é um político afetivo, não desperta simpatia ou sequer empatia.

Pelo contrário, desperta muita antipatia, e muitos são os que não esquecem a forma como "abandonou" Portugal em 2004, trocando o lugar de primeiro-ministro pelo de presidente da Comissão Europeia.

Além disso, a sua estadia em Bruxelas não aumentou a sua popularidade, e são poucos os que consideram que ele fez algo de relevante, fosse pela Europa, fosse por Portugal.

Barroso é visto como um político que manda pouco, influencia pouco, e pouco protegeu os interesses de Portugal.

É certo que não sabemos quem à esquerda se vai candidatar.

Se for por exemplo António Costa, dificilmente Barroso vence as eleições.

Um combate entre Marcelo e Costa, ainda podia gerar dúvidas, mas entre Barroso e Costa, o país prefere claramente o segundo, cuja postura simpática é mais apropriada a um presidente.

Já se fosse Sócrates o candidato do PS, e Marcelo o candidato do PSD, aí era grande a hipótese deste último vencer, pois Sócrates não tem uma relação pacífica com grande parte do país. 

Por fim, resta um cenário aterrorizador: uma luta entre Barroso e Sócrates!

Nesse caso, o melhor é emigrarmos todos. 

publicado por Domingos Amaral às 10:59 | link do post | comentar
 

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