Sexta-feira, 28.06.13

A diferença entre as greves gerais e as manifestações contra a TSU

Ontem, houve mais uma greve geral, mas como se previa não produziu qualquer resultado político. 

O país suportou com paciência, o Governo assobiou para o ar, e nada aconteceu.

Apesar do estado geral dos portugueses ser de preocupação, angústia com o futuro e mal estar económico, as greves gerais não parecem produzir qualquer efeito prático visível. 

No entanto, ainda há menos de um ano, em Setembro, grandes manifestações no país obrigaram o Governo a recuar nas alterações à TSU que queria implementar. Porque é que as greves gerais são ineficazes mas as manifestações contra a TSU foram eficazes?

Penso que isso se verifica por três razões essenciais.

A primeira é que as greves gerais têm uma forte conotação política. Sendo marcadas pela CGTP, e neste último caso tendo a adesão também da UGT, ficam politicamente marcadas, e isso afasta uma grande parte das pessoas, que até podem sentir um mal estar grande, mas não se querem associar a centrais sindicais de esquerda.

A segunda razão é porque, nos últimos anos, muitas greves no sector público usaram os utentes como vítimas principais, e isso retirou às greves muita da sua força. Muitos portugueses são massacrados pelas greves, e sentem-se prejudicados por elas, não as olhando já com a simpatia de outrora.

Por fim, e talvez a razão mais importante, é que estas greves gerais são sobretudo greves de funcionários públicos, e eles também já não são vistos com tanta simpatia como no passado. 

Mal ou bem, a verdade é que os funcionários públicos têm alguns benefícios e previlégios que a restante população trabalhadora não tem. Têm protecção especial no emprego, enquanto os outros são mais facilmente despedidos; e têm sistemas especiais e direitos especiais, que os trabalhadores privados não têm (ADSE, etc, etc).

Ora, o que se tem verificado nesta crise é que têm sido os trabalhadores do sector privado a ser despedidos, a perder direitos, e a ter indemnizações cada vez menores, enquanto os funcionários públicos, apesar de também terem sido prejudicados, acabaram por manter os subsídios, pois o Tribunal Constitucional deu-lhes razão. 

Desta forma, há uma percepção na sociedade portuguesa de que os funcionários públicos, apesar de tudo, têm sofrido menos que os do sector privado, e isso retira força às suas queixas e às greves gerais.

Pelo contrário, quando foi da TSU, que afectava mais de quatro milhões de empregados no sector privado, as pessoas manifestaram-se, e obrigaram o Governo a mudar. 

Aquilo que me parece é que o sindicalismo de esquerda, da CGTP e UGT, e dos funcionários públicos em geral, é hoje uma força menos poderosa do que o movimento laboral do sector privado, que apesar de ser desorganizado, quando se movimenta é uma força bem mais eficaz do que o sindicalismo tradicional. 

publicado por Domingos Amaral às 12:06 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 27.06.13

A luz ao fundo do túnel é um combóio que vem na nossa direção

Nunca, desde que sou gente, soube de tantos a passar um mau bocado.

São amigos, conhecidos, pessoas de quem conhecemos mais uma história dura e sem final feliz.

Homens e mulheres têm cada vez menos dinheiro, os pais andam cada vez mais preocupados com o futuro dos filhos e ninguém sabe o que fazer.

Não me lembro de nada assim. Dizem-me que a seguir à revolução houve um período muito mau. Não havia leite nos supermercados nem nas merceeirias. E quem em 83 também houve fome, bandeiras negras.

Mas, tenho dúvidas que tenha sido tão grave. As pessoas, no passado recente, não tinham dívidas. Tinham contas para pagar, e às vezes faltavam bens essenciais, mas não havia dívidas.

Nem o fisco era tão voraz. Agora, comem-nos por todos os lados. As dívidas permanecem as mesmas, mas há cada vez menos rendimento disponível.

São histórias cada vez mais complicadas, cada vez mais tristes, cada vez mais desmoralizantes.

Mesmo os que têm cursos superiores, que estudaram, que acreditaram, já não estão imunes.

Sim, há um Portugal que continua a passar ao lado deste flagelo, desta doença lenta que vai consumindo tantos. Esse Portugal continua bem, mas é cada vez mais pequeno e não me parece que tenha força para rebocar o país para fora deste lamaçal.

O ministro Vítor Gaspar mostrou-se satisfeito porque a receita do Estado está a crescer. Pudera, não havia ela de crescer quando o IRS que pagamos é 30 por cento mais alto que no ano passado!

A receita dele está a crescer, mas a nossa não pára de descer.

Ou a Europa acorda, ou a luz que alguns já vêm ao fundo do túnel é um combóio a vir na nossa direção... 

publicado por Domingos Amaral às 16:30 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quarta-feira, 26.06.13

Uma boa surpresa chamada Bruno de Carvalho

Para azar do Sporting, Bruno de Carvalho só ganhou à segunda a eleição para a presidência. Mas, pelo que tenho visto, está a provar ser o homem necessário para o clube de Alvalade.

Diziam dele o pior, até houve alguns que o chegaram a comparar a Vale e Azevedo, mas pelos vistos estavam todos bem enganados.

Até agora, Bruno de Carvalho tem sido inteligente, sereno e firme nas decisões.

E, ao mesmo tempo e quando é caso disso, festeja as vitórias do seu clube - no fustal, no andebol - como um verdadeiro leão de bancada, o que lhe traz popularidade e até desperta simpatia. 

Mas é nas decisões de gestão que me tem surpreendido pela positiva. Primeiro, começou a "limpeza", tendo a coragem para despedir quem vivia há muito "à mama" do clube, desde velhas glórias a funcionários inúteis.

Depois, tem sido contundente na negociação com empresários, estabelecendo o princípio de que o Sporting não negoceia na praça pública, não cede a pressões, e só faz negócios quando eles lhe são favoráveis.

Por mais arriscada que seja essa postura, pois pode no curto prazo perder jogadores talentosos, é uma firmeza que dará frutos nos anos seguintes.

Por fim, apresentou um projecto de reestruturação financeira que é essencial e bem pensado, ao contrário do que diz o Camilo Lourenço.

Embora poucos falem disso, as novas regras do Fair Play Financeiro da UEFA podem vir a ser implacáveis para o Sporting se esta reestruturação não avançar.

Qualquer clube que apresente três anos seguidos de prejuízos estará fora das competições da UEFA, e o Sporting tem um longo historial de perdas. Não sei mesmo se, caso este ano se tivesse qualificado, poderia participar.

A UEFA apenas permite um "desvio aceitável" de 5 milhões de euros nos prejuízos, mas o Sporting está ainda muito longe desse desvio.

Assim sendo, só há um caminho: uma reestruturação que transforme os credores em accionistas (debt for equity), e é isso que o Sporting vai fazer, acrescentando depois um aumento de capital, que os mesmos credores, agora já accionistas, deverão subscrever.

Assim, os rácios financeiros começam a melhorar, o que é absolutamente essencial para o futuro.

Também é bem pensado passar o estádio para a SAD, pois é um activo valioso, e as suas dívidas, que também passam para a SAD, não serão contabilizadas em termos de UEFA, que abre excepções nestes casos, bem como nas despesas de formação.

Por fim, é preciso "reposicionar" a equipa de futebol, e parece-me que também aqui Bruno de Carvalho vai no bom caminho.

O Borussia Dortmund é um excelente exemplo, que explico nas minhas aulas de Economia do Desporto na Universidade Católica.

Em 2006-2007, estava à beira de descer de divisão. Apostou então numa equipa de jovens, limpou as dívidas e os passivos, e quatro anos mais tarde era campeão da Alemanha, duas vezes seguidas, e este ano chegou à final da Champions.

É por aí que Bruno de Carvalho deve ir. Apostar nos jovens talentos de Alcochete, pagando-lhes bons salários para os motivar, em vez de gastar dinheiro em contratações inúteis de estrangeiros de qualidade duvidosa.

Esta estratégia tem também um ponto forte adicional. É que a ligação afectiva dos sócios aos miúdos formados em casa é muito maior, bem como a sua tolerância para com as suas compreensíveis falhas. À conta dessa ligação especial o Dortmund tem o estádio sempre cheio.

Se mantiver este rumo e esta postura, Bruno de Carvalho tem tudo para se transformar no presidente que revolucionou o Sporting e o salvou de uma calamidade. Por mais difícil que isso possa ser no início, o futuro será dele.

Espero, daqui a dois ou três anos, poder apresentar aos meus alunos o "case study" bem sucedido da recuperação do Sporting.  

publicado por Domingos Amaral às 10:28 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Terça-feira, 25.06.13

Uma boa crítica ao meu livro "O Retrato da Mãe de Hitler"

Aqui deixo a crítica ao meu livro "O Retrato da Mãe de Hitler", escrita por Rui Azeredo, no seu blog Porta-Livros.

http://portalivros.wordpress.com/2013/06/24/o-retrato-da-mae-de-hitler-domingos-amaral/

publicado por Domingos Amaral às 12:16 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Zangam-se as comadres (FMI e Comissão Europeia) e descobrem-se as verdades...

As "troikas" têm os dias contados. O FMI e a Comissão Europeia já andam pegados, e há acusações mútuas e ressentimentos de parte a parte.

Embora não seja fácil o divórcio imediato, há pelo menos uma separação clara, e a "troika" já vive, por assim dizer, em casas separadas.

O que levou a zanga tão profunda? O reconhecimento da verdade, pela parte do FMI, e a continuação em "estado de negação", por parte da Comissão Europeia. Uns já admitem os erros, outros continuam cegos pelo seu próprio fanatismo.

Na semana passada, o FMI tornou público um documento onde diz, preto no branco, que a acção das "troikas" na Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre foi um terrível falhanço!

E quais são as causas desse humilhante falhanço? Em primeiro lugar, os países credores nunca reconheceram a evidência de que a dívida dos países do Sul não era pagável, e tinha de se proceder a um imediato perdão geral, com renegociação da nova dívida.

Ou seja, o FMI vem reconhecer em meados de 2013 aquilo que muitos economistas, entre os quais me incluo, tinham defendido desde pelo menos 2010!

Era evidente, para quem estivesse de boa fé e percebesse um mínimo de economia, que jamais as dívidas públicas da Grécia e da Irlanda, mas também de Portugal e Chipre, poderiam ser pagas na totalidade. Não o aceitar, logo em 2010, foi uma perda de tempo e um sacrifício inútil para essas economias.

Mas, o FMI diz mais. Diz que foi sobretudo a teimosia de certos países (leia-se Alemanha) mas também da Comissão Europeia e do BCE, dominados ambos pela linha dura dos falcões da austeridade, que impôs o princípio de que só os devedores é que ajustavam, nunca os credores!

Esse princípio é totalmente errado, pois a irresponsabilidade foi mútua. Tanto foram irresponsáveis os devedores, que pediram demasiado dinheiro emprestado; como os credores, cegos pela ganância de ganhar dinheiro fácil e que fizeram péssimas avaliações de risco.

Porém, os falcões de Merkel e do Bundesbank, bem como o BCE e o patético Oli Rehn da Comissão, não aceitaram nenhum "perdão"! Era preciso fazer sofrer os "irresponsáveis" devedores do Sul da Europa.

Nasceu aí o segundo grave erro, que o FMI agora reconhece: os programas de "ajustamento" impostos pelas "troikas" foram demasiado rápidos, demasiado bruscos, e substimaram os efeitos recessivos de tanta austeridade!

Durante três anos, muitos economistas, entre os quais me incluo, pregaram no deserto, dizendo precisamente isso. A "austeridade" à bruta que foi imposta à Grécia, à Irlanda, a Portugal, mas também um pouco por todo o resto da Europa, não traria bons resultados. 

Como está à vista de todos, foram os críticos que tiveram razão. A Europa está numa crise geral, o desemprego cresceu para valores tremendos, e nenhum dos países do Sul está hoje em melhores condições para pagar a sua dívida pública, pelo contrário, as dívidas cresceram imenso!

Infelizmente para todos nós, a lucidez e auto-crítica do FMI é tardia, e além disso parece-me que não mudará nada de essencial. A Europa continua cega e não quer admitir que errou e que é fundamental mudar de caminho.

A Europa toda? Não. Curiosamente, a Sra Merkel revelou há dias os seus planos de governo para os próximos anos. A Alemanha prepara-se para gastar 20 mil milhões de euros em "auto-estradas" e aumentar a despesa do Estado em muitos outros "subsídios"!

Viva Merkel, a dona da Europa, que obriga os outros a poderosos sacrifícios para depois poder gastar à tripa forra no seu país. Grande senhora, sem dúvida!

 

publicado por Domingos Amaral às 11:41 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Sexta-feira, 21.06.13

Alguém me explica o que se passa no Brasil?

Embora tenha gostado muito de lá ir por quatro vezes, a verdade é que conheço muito mal o Brasil.

Fui um mero turista, um mero consumidor apressado de sol e mar e calor. Visitei o Rio, Salvador, Fortaleza, as praias e pouco mais, e tenho pena de me ter ficado por aí.

Tenho saudades daquilo que nunca fiz no Brasil. Alimento a fantasia de um dia destes pegar nos filhos e na Sofia e ir fazer uma grande viagem de carro, de São Luís a Porto Alegre.

Enquanto esse dia não chega, tento perceber o que se passa lendo a Veja, visitando sites brasileiro, ou espreitando os canais que por cá existem.

Ora, no presente isso não chega.

De repente, as notícias encheram-se de um Brasil diferente, um país que protesta nas ruas, como a Grécia e a Turquia, com cartazes e cânticos e lutas com a polícia de choque. 

Como um dique que rebenta, a multidão, como diz uma minha amiga brasileira, "meteu o foda-se" e saiu protestando, assobiando, culpando os poderes políticos. 

No princípio, a justificação era "o preço dos transportes públicos", foi essa a primeira narrativa. Depois, surgiu a "a indignação contra os custos dos estádios de futebol", aproveitando a Taça das Confederações.

Mas logo se deu nova metamorfose na narrativa, nascendo um "protesto geral, contra a corrupção, a imoralidade, a falta de limpeza e moral da classe política". Ou seja, uma questão de regime, de apodrecimento das instituições.

Também ouvi que a culpa era do fim da bonança económica, que bafejou o Brasil na última década, da crise que já morde as pessoas.

Li igualmente que estas manifestações eram o espelho de um "novo Brasil", onde a classe média já bramava por direitos e serviços de qualidade, como num país desenvolvido e já não como num país "em vias de". 

Porém, nenhuma destas explicações me satisfez. Tenho de de tentar perceber melhor. 

O que se está a passar naquele país onde a direita não existe há décadas, e a esquerda, desde Fernando Henrique a Lula, tão bem tem governado?

O Brasil merece que vamos além da superfície, das racionalizações apressadas de sociologia, ciência política ou economia.

É preciso percebê-lo também com o coração, não só com a cabeça e é isso que tenho de tentar.

publicado por Domingos Amaral às 10:34 | link do post | comentar | ver comentários (14)
Quinta-feira, 20.06.13

Foi-se um Soprano, o melhor de todos...

Morreu James Gandolfini, o melhor e mais importante Soprano da minha vida.

Morreu de repente, de ataque cardíaco, o mais inesquecível mafioso da televisão americana.

Mais conhecido como Tony Soprano, foi o único mafioso que quase chegou ao estatuto olímpico de Marlon Brando ou Al Pacino, esses imortais.

Mas Gandolfini andou perto, com os seus relógios e fios dourados, com os seus tiques, as suas zangas, os seus sorrisos, as suas amantes e as suas malícias.

"Os Sopranos", que há umas semanas foi eleita a série mais bem escrita de sempre da televisão americana, são uma obra de arte, episódios espantosos, um atrás do outro, sobre a vida daquela família nos arredores de Nova Iorque.

Passei meses a fio a ver "Os Sopranos". Nunca na televisão, à hora que davam, sempre em DVD, pois não aguento o ritmo semanal, a espera por um novo episódio.

Quando gosto de uma série, e foram muito poucas as que gostei tanto como "Os Sopranos", mergulho nela dia e noite, vejo sete, oito, dez episódios de seguida, até os meus olhos se renderem e já sentir martelos na cabeça.

Os diálogos são inesquecíveis. Tony e Carmela, Tony e os amigos, Tony e os filhos, Tony e os inimigos, num caos suburbano perigoso e sangrento, mas também neurótico e desequilibrado.

Que saudades, já não se fazem coisas destas há quanto tempo?

Tony era inimitável, com aquele seu ar de urso afável e meigo, mas com precipícios lá dentro, capaz de num segundo passar ao ataque, enfurecido.

Nunca tinha existido na história do cinema e da televisão um mafioso que vai ao psiquiatra, que tem angústias, ataques de pânico, desmaios, que é atormentado pela mãe dominadora.

Era essa bipolaridade de Tony Soprano que nos fascinava, e Gandolfini era um mestre a encarná-la.

No fim, ontem, ele teve sorte. Morreu no país mais bonito em que se pode morrer, Itália.

E morreu no país onde a lenda dos mafiosos começou, o que para um actor que se tornou famoso como um deles, é um encontro histórico com o destino. 

 

publicado por Domingos Amaral às 12:10 | link do post | comentar
Quarta-feira, 19.06.13

Será que eu estou a resvalar perigosamente para a esquerda?

Nos últimos meses, vários bons amigos têm chegado perto de mim e, num tom preocupado, manifestado a sua perplexidade por eu andar "tão à esquerda"!
Eu fico um pouco surpreendido, pois não me sinto nada a resvalar para a esquerda só por ter as opiniões que tenho.
O que há em mim é uma grande preocupação com o actual estado da Europa e de Portugal, e uma rejeição de muitas políticas que têm sido impostas. 
Para mim, a receita da "troika" "criou um ciclo vicioso de contracção do PIB, aumento do desemprego, quebra da actividade económica e aumento consequente de alguma despesa do Estado o que, em última análise, agrava o défice”.
Além disso, considero que “não existe realismo em alguns dos objectivos fixados nos programas de ajustamento”.
Sei bem que “é preciso rigor, mas é também necessária flexibilidade e, sobretudo, bom senso”.

É evidente que  “as dívidas são para pagar”, mas isso “não pode ser feito à custa das famílias e das empresas”, nem pode ser “uma hipoteca do futuro”.

O que temos de seguir é “um caminho sustentável de rigor, mas flexível o suficiente para não matar de exaustão e desespero quem o empreende”.

Além disso, acho que a Europa se tem portado muito mal, e tem tomado péssimas decisões.
A situação é ainda mais grave quando o assunto são os resgates à Grécia e a Chipre onde "o processo de decisão política é inconsequente, mal conduzido e quase infantil”.
Acredito sinceramente que "isso destrói a confiança dos cidadãos, dos investidores e dos mercados”.
Se dizer tudo isto é ser de esquerda, então graças a Deus estou bem acompanhado.
Todas as citações a bold deste post são retiradas da moção dos eurodeputados Nuno Melo e Diogo Feio, que será levada ao próximo Congresso do CDS.
Será que também o CDS já é "de esquerda"? 

 

 

 

 

 

 

publicado por Domingos Amaral às 15:26 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Terça-feira, 18.06.13

O Retrato da Mãe de Hitler (em anúncio!)

Aqui deixo o anúncio ao meu novo livro, "O Retrato da Mãe de Hitler"

publicado por Domingos Amaral às 16:14 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Todos se portaram muito mal nesta greve

Sindicatos dos professores ou Governo, ambos saem muito mal na fotografia, depois do que se passou ontem. 

Em muitos anos, não me lembro de um conflito onde as partes se tenham portado tão mal como aconteceu com esta greve em tempo de exames.

Dos dois lados, assistimos aos piores e mais maliciosos comportamentos de que há memória. De um lado e do outro, não me lembro de ver tanta má-fé, tanta irresponsabilidade, tanto desejo de escalada do conflito, tanta falta de maleabilidade ou inteligência.

Se o Governo dizia mata, os sindicatos diziam esfola.

Ao primeiro, só interessava a sua demonstração de autoridade musculada, uma exibição pífia e pouco lúcida.

Aos segundos, só interessava a radicalização, numa nostaliga tonta de lutas libertárias de um passado que já nada tem a ver com o presente. 

Ambas as partes agiram com uma vergonhosa incapacidade, e se isto é um Governo de direita, e se isto são sindicatos de esquerda, mal vamos como país.

Temos uma direita e uma esquerda incompetentes e deformadas, que dão mais importância à imagem de durões, uns, e de trauliteiros, outros, do que à substância dos problemas que ambos enfrentam.

E quando as elites governativas e sindicais são deste calibre rasteiro, não é difícil de prever quem se trama pelo caminho. É sempre o mexilhão. Neste caso, os alunos.

 

 

Veja aqui o anúncio ao meu último livro, "O Retrato da Mãe de Hitler"

http://www.youtube.com/watch?v=NhEFjqG26yA&feature=youtu.be

publicado por Domingos Amaral às 11:41 | link do post | comentar | ver comentários (2)
 

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