Ucrânia: que tal partir ao meio, metade para Merkel, metade para Putin?
Já aqui o tinha escrito e volto a escrever: a única solução para a Ucrânia parece ser a divisão do país em dois.
A parte russa, que Putin invadiu com soldados seus mascarados de clandestinos, poderá ser a Ucrânia de Leste, ou Nova Rússia, como Putin prefere.
Terá capital em Donetsk, e ligação ao mar, fazendo fronteira com a Crimeia recentemente anexada.
Quanto à parte ocidental, que deseja juntar-se à Europa, poderá ter capital em Kiev, e chamar-se Ucrânia do Oeste, ou simplesmente Ucrânia.
Na verdade, essa separação será apenas a confirmação histórica de uma divisão que durou séculos, entre uma zona de leste, associada à Rússia, e uma zona de Oeste, associada à Polónia.
A Ucrânia, tal como a conhecemos depois da queda da URSS, é uma entidade com pouco significado histórico, e até cultural, pois divide-se entre um leste onde a maioria do povo é russo, e um oeste onde a maioria é ucraniana.
Naturalmente, Putin sabe isso, conhece a história da região melhor que os europeus ou americanos, e sabe também que não pode deixar a parte leste do país deslocar-se para uma associação com a Europa germânica.
Portanto, melhor seria que todos, europeus e americanos, aceitassem o destino da história, cedendo a Putin mais um bocado de território para evitar uma destruição ainda maior na região, e a morte de muitos inocentes.
E quem quiser fazer comparações com Hitler devia pensar um pouco melhor, pois nada é igual a 1938 ou 39, o mundo mudou muito.
O que as pessoas se têm de perguntar é isto: quem está disposto a morrer por Donetsk?
Não me parece que, nem na América, nem na Europa, existam muitos a querer ir para a guerra.
Sanções, sim, e devem aumentar, mas guerra? Isso ninguém deseja.