É muito mal sinal quando o desporto pára
Um dos piores sinais de instabilidade que um país pode dar, é quando os seus eventos desportivos começam a parar.
É isso que está a acontecer na Ucrânia, por estes dias.
Um jogo da Liga Europa, que ia decorrer em Kiev, foi mudado de local e de país, por falta de condições de segurança.
Outro, que se iria disputar hoje noutra cidade, e onde o Tottenham está envolvido, está de debaixo de uma ameça de invasão, lançada pelas forças da oposição.
Nem o futebol escapa ao lento resvalar do país para um abismo terrível.
Mas, não é só o futebol que está a dar sinais destes. Em Sochi, onde decorrem as Olimpíadas de Inverno, o orgulho de Putin, já há atletas ucranianos a retirarem-se das provas.
Alegam que, ao ver o seu país natal a ferro e fogo, perderam a vontade e a capacidade para competir, e querem regressar a casa.
É compreensível: nas Olimpíadas, joga-se o orgulho dos povos, mas quando o país arde, ninguém consegue ser imune.
As imagens terríveis que vemos de Kiev são quase inimagináveis, mas estão a acontecer, a cada minuto há gente a morrer.
E se já nem os eventos desportivos conseguem o seu espaço e o seu tempo, é porque estamos já, não a caminho do abismo, mas a cair nele.
A Ucrânia está já em guerra civil, resta saber se ela ainda pode parar no início, ou se vai acelerar para um cenário horrível.