Ucrânia: uma guerra civil às portas da Europa (parte II)
A capa da revista The Economist de sexta-feira passada era elucidativa.
"Putin´s Inferno" era o título, e a revista mostrava uma imagem dos confrontos na Ucrânia.
Infelizmente, o inferno de Putin pode transformar-se também no inferno da Europa.
Ninguém parece dar muita importância ao que está a acontecer na Ucrânia, mas estão a acontecer por lá coisas gravíssimas, que podem gerar um tremendo caos em todo o continente europeu.
A Europa está envolvida naquela contenda, seja através da União Europeia, seja através de outras instituições que pretendem ajudar, como o FMI.
E também a América está envolvida, e escolheu claramente o lado da oposição durante os confrontos.
Só que, do lado de lá, apoiando o presidente deposto, está Putin.
O ditador russo não está parado, e já movimenta as suas tropas, aproximando-as das fronteiras da Ucrânia.
E, nos mares, há navios a navegar em direcção à Crimeia, uma península do Mar Negro que tem maioria étnica russa, e que foi anexada à Ucrânia por Khrushchev, diz-se que durante uma noite de bebedeira.
É lá, na Crimeia, que os apoiantes da Rússia não aceitam a revolta de Kiev, e já içaram bandeiras russas no parlamento local.
A coisa está mesmo a ficar feia, e é quase certo que Putin vai aproveitar esta situação para mostrar a sua força ao mundo.
O que pode a Europa fazer? E mesmo os Estados Unidos, o que pretendem fazer para parar Putin e os seus defensores na Ucrânia?
Ninguém acredita que possa haver uma guerra entre o Ocidente e a Rússia, mas e se Putin esticar a corda e invadir a Ucrânia?
O país está em queda livre, não há políticos capazes de criar consensos, e ninguém sabe o que farão os militares.
A Ucrânia, é bom não esquecer, tem bases onde há mísseis nucleares...
Por mais que nos pareça impossível, a verdade é que o desastre está prestes a acontecer, às portas da Europa.
A fragmentação da Ucrânia, em dois países, um ocidental e outro oriental, é uma possibilidade real, bem como a indepedência da Crimeia.
Mas duvido que tudo isso aconteça sem um terrível banho de sangue.