Um dia a maldição vai acabar
Há noites em que tudo conspira para não sermos felizes.
Já íamos para Turim sem 3 príncipes da bola (Enzo, Markovic, Salvio), e sem 2 escudeiros reais (Fejsa e Sílvio), e aos quinze minutos ainda ficamos mais frágeis, sem um jogador que já tinha amarelado dois sevilhanos, um por cada corrida que dera.
Jesus ainda insistiu com ele, mas via-se que Suleimani já não podia mais.
Saiu e o Benfica passou a ficar ainda mais estranho, com Maxi na ala.
Na primeira parte, a equipa parecia perdida, excepto no fim, quando ainda teve duas hipóteses de marcar.
Depois, entrou em cena a dificuldade dos avançados, desinspirados na hora dos matadores.
Mas, foi mais uma ou duas vezes Beto que salvou os de Sevilha.
Se houve penalties ou não, não sei, ao vivo é difícil de ver, é tudo tão rápido, mas parece-me que o árbitro foi mais um elemento da conspiração.
E, por cada minuto que passava, o Sevilha sentia-se mais forte, pois sabia que nos penalties teria mais hipóteses.
Há equipas que já jogam com essa vantagem, e ontem foi um caso assim.
Portanto, a maldição começou a mexer com os jogadores, e com o público do Benfica, e quando fomos para os penalties, os de Sevilha já faziam a festa antes deles serem marcados, e os da Luz pareciam calados, amedrontados.
O receio cola-se e espalha-se como um vírus, e das bancadas chegou à relva.
E tudo acabou mais uma vez sem glória, porque não fomos capazes de marcar um golo, nem mostrar força mental suficiente para vencer as contrariedades.
Um dia, a maldição de Bela Guttman irá terminar, mas para que esse dia chegue é fundamental uma força tremenda, quase sobre-humana, para ultrapassar esse medo profundo que existe no coração dos benfiquistas.
Talvez essa maldição só acabe quando alguém que eu conheço bem for presidente do Benfica.