Sexta-feira, 05.04.13

As mulheres e o sexo: gritonas, mandonas, ordinárias e religiosas

No que toca ao seu comportamento na cama, as mulheres dividem-se em quatro grupos diferentes: as gritonas, as mandonas, as ordinárias e as religiosas.

 

Gritonas - são o maior grupo, que é formado pelas mulheres que dão gritos durante o sexo. Convém esclarecer que os gritos não são neste caso frases completas, nem sequer palavras, mas apenas sons à solta, sem qualquer construção gramatical específica. São os célebres "ahn, ahn, ahn"; o sempre muito escutado "oh, oh, oh"; os "ai, ai ai" ou o mais raro "ehhhhhh..."

Normalmente, os gritos começam com uma vogal, e aqui o "o" ganha clara vantagem, seguido a curta distância pelo "a", e ambos muitíssimo destacados do "e". Há alguns casos em que os gritos começam por "u" ou "i", mas são muito marginais, e julgo que só foram escutados por uma única vez numa ilha do Pacífico.

Quanto ao volume dos gritos, há basicamente dois subgrupos: o primeiro é o das Mulheres Sensorround, cuja gritaria nos faz trepidar; o segundo é o das Mulheres Stereo, que gritam virando a cabeça alternadamente para a esquerda e para a direita, de forma a criar um efeito sonoro digno de recordação.

É igualmente interessante examinar o ritmo dos gritos femininos. Há o ritmo Techno, um "oh-oh,oh-oh" muito acelerado; há o ritmo "Super Slowmotion", um "ahhnnnnnnnnnnnnnnn" lento e prolongado, quase desprovido de climax; e há o ritmo Fadista, um "óoooooh" sofrido e inesperadamente amargurado dadas as circunstâncias.

Por fim, há o ritmo mais animado, que está no Top das preferências masculinas, o ritmo Classic Remix. No fundo, trata-se de uma mistura de tons antigos da música pop com as sonoridades mais modernas da house, do tipo "ahnn...ah-ah-ah, ohhhnn, oh-oh-oh, oh...ohhh, ah....ahnnn..." 

 

Mandonas - Este grupo é obviamente formado pelas mulheres que dão ordens durante o sexo. É o segundo grupo mais numeroso, e tem crescido claramente nos últimos anos, talvez devido à auto-confiança elevada das mulheres.

A ordem mais escutada pelos homens é a chamada Ordem Imperativa de Localização Vaga (OILV), com o inimitável grito "Vai, Vai, Vai!". Depois, há a Ordem Confirmativa de Penetração Eficiente (OCPE), com o não menos famoso "Isso, isso, isso!"

Em terceiro lugar, aparece a Ordem Imperativa Oral (OIO), com o sempre bem vindo "Quero chupar-te!". Segue-se a Ordem Generalista Ordinária (OGO), com o célebre "fod..-me!", que por vezes se transforma numa Ordem Perfeitamente Localizada mas Ordinária (OPLO), com o imperial "Fod...-me aí!"

Por mais surpreendente que isso possa parecer, há igualmente mulheres que dão ordens a uma terceira pessoa, que neste caso é a sua própria vagina. Incluem-se nesta situação a chamada Ordem Castigadora Vaginal (OCV), com o famosissímo "Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe!"; e também a ligeiramente aterradora Ordem Castigadora Vaginal Nazi (OCVN), com o formidável "Rebenta com ela!". 

 

Nota: devem contar-se também neste grupo as mulheres que usam a chamada Ordem de Pré-aviso de Orgasmo (OPO), que é quando elas gritam: "Está quase, está quase!"

 

 

Ordinárias - Este terceiro grupo é formado, como o nome indica, pelas mulheres que só dizem palavrões durante o sexo. Embora ainda minoritário, também tem aumentado bastante nos últimos anos. As classes altas e as classes médias incorporaram na sua linguagem diária não só o "ó pá" e o "tchau", mas também o calão durante o sexo.

Assim, são já muito habituais as mulheres que largam vários "fod...-se" durante esses tórridos momentos, bem como aquelas que usam o termo "cara...o" a torto e a direito, seja para referenciar o dito cujo e o que desejam fazer com ele, seja apenas para libertar a tensão acumulada desde a última vez que viram um. 

Evidentemente, é expectável que estas mulheres misturem os palavrões com gritos parecidos com os do primeiro ou do segundo grupos. Por vezes, acontece mesmo que, no espaço de breves segundos, uma mulher salta do grupo Gritonas para o grupo Mandonas, e desse, num micro-segundo, para o grupo Ordinárias.

A situação verifica-se quando ela, ainda um pouco inibida, vai libertanto uns "ahhnss" e uns "ohhss" e de repente começa a transformar-se e, no auge da excitação, larga um convicto "ah, ah, ah, vai, vai, fod...-me!" 

Para além dos palavrões referentes ao acto, há também o uso dos palavrões referentes aos intervenientes específicos. Há mulheres que, mal um homem as aquece, começam logo a baptizá-lo de forma vernácula. "Ó meu cabr..., estás a gostar?" é um exemplo muito escutado.

Por fim, há o Palavrão de Auto-Marketing, que é quando as mulheres começam a chamar palavrões a si próprias. "Sim, sou uma put..." ou "adoro ser a tua put..." são frases que já quase se tornaram verdadeiros lugares comuns e de que convém desconfiar, pois já todos nos habituámos a auto-promoções permanentes.

 

 

Religiosas - Este é o último grupo e é bastante raro em Portugal, embora exista muito nos Estados Unidos da América, que como todos sabemos é um país religioso. Assim, por lá é comum ouvir-se a exclamação "Oh my God, oh my God!" Ao que parece, as americanas lembram-se do Altíssimo quando estão a ter prazer. 

Com Hollywood a mostrar repetidamente situações destas, a expressão foi rapidamente incorporada no vocabulário nacional, e já se ouvem algumas portuguesas que libertam um convicto "Oh, meu Deus!"

São as Mulheres Divinas, não porque sejam melhores que as outras, mas porque para um homem é sempre bom saber que há pelo menos uma mulher no mundo que acredita que ele é um pequeno deus na caminha.

 

 

publicado por Domingos Amaral às 16:21 | link do post | comentar | ver comentários (16)
Quinta-feira, 07.02.13

O sexo tem de ser barulhento?

Ontem à noite, tive uma estranha experiência sexual, tipo filme porno sem imagens, mas com som. Eu estava a dormir num hotel na Covilhã, e tudo se passou no quarto ao lado do meu.

Fui à região participar nuns encontros de escrita, com alunos das escolas da Guarda e da Covilhã, encontros esses que foram muito bem sucedidos.

À noite, já sozinho no quarto do meu hotel, e quando já passava bem da meia-noite e acabara de apagar as luzes, de repente, começo a ouvir estranhos barulhos no quarto ao lado... 

A princípio, eram apenas pancadas secas e soltas, como se alguém estivesse a arrastar móveis. Mas, aos poucos, as pancadas secas adquiriram um ritmo mais permanente, e logo a seguir comecei a ouvir gemidos de mulher. Sim, uma mulher soltava uns "ahn, ahn, ahn", e é evidente que se tornou claro para mim o que estava a acontecer. 

Alguém se estava a divertir, e a passar uns bons momentos! E não estavam com pressa! Ao fim de dois minutos eu já estava curioso para saber algumas coisas mais. Iriam os gritos durar quanto tempo? Quanto tempo demoraria a "ahn, ahn, ahn" a atingir o seu climax e a deixar-me adormecer em paz?

Além disso, outra dúvida surgira no meu espírito. Porque é que só a mulher é que gritava? Pelo barulho das pancadas ritmadas, (devia ser a cabeceira da cama a bater na parede), parecia-me óbvio que ela não estava sozinha, devia estar acompanhada por um homem. Mas, porque é que ele estava tão silencioso? 

Outra coisa que me intrigou foi que eles não falavam. Ela gemia e gritava "ahn, ahn, ahn", mas isso como sabemos é uma linguagem internacional que toda a gente conhece mas não é uma língua. Que nacionalidade tinham os sortudos? Seriam portugueses? Ou espanhóis? Na Covilhã estamos muito próximos das fronteira, e poderiam ter lá ido à serra!

Também era impossível determinar a idade. Os "ahn, ahn, ahn" da senhora não davam para entender se ela teria 20, 30 ou 40 anos, ou até mais. Os ruídos são semelhantes, qualquer que seja a idade. E como o sócio era silencioso, também não dava para perceber que idade teria. 

Mas, a coisa durava. Quatro minutos já e o "ahn, ahn, ahn" da senhora mantia-se, sempre no mesmo registo, nem alto nem baixo, nem acelerado nem a diminuir. Muito velhos não deviam ser, mas também não deviam ser muito jovens, pois esses costumam um bocado apressados!

Ao quinto minuto de "ahn,ahn, ahns" eu já estava a ficar um bocado farto daquilo...Será que isto nunca mais acaba? Será que não tem ponto alto? Onde estão as gritarias, os palavrões porcos, os "oh meu Deus!", e outras coisas do género que toda a gente vê nos filmes? 

De súbito, ouve-se finalmente o ronco do macho. Foi uma coisa rápida, um único "uuuuhh", que acabou quase imediatamente depois de ter começado, o que confirmou tratar-se mesmo de um exemplar silencioso. Mas, ao menos ele teve um pico.

Já ela, o que também me surpreendeu deveras, esteve mais de cinco minutos no "ahn, ahn, ahn" mas depois calou-se subitamente. Não houve sequer aquela aceleração típica que precede o orgasmo, nem ouve um aumento do volume, gritos mais altos, mais "AHN, AHN, AHN" e menos "ahn,ahn, ahn". Nada disso, a coisa perdeu velocidade e depois puf, acabou.  

Franzi o sobrolho. Isto não era o habitual. Normalmente, há uma explosão final, mas naquele caso não existiu. Foi bastante duradouro, quase seis minutos de gritos femininos, mas um bocado desapontante no fim. Quer dizer, nós estamos habituados a esperar que o sexo seja barulhento e que tenha um climax final, mas... 

O que se terão eles dito um ao outro a seguir? Foi bom, mas? Eu acho que faltou qualquer coisa, não me satisfez totalmente enquanto espetador sonoro. Uma pessoa habitua-se ao sexo mais barulhento, e depois uma coisa destas desaponta um pouco. Portanto, na escala de 0 a 20, decidi atribuir àquele casal apenas um 14. Sem gritos, aceleração e climax forte, não mereceram mais!

publicado por Domingos Amaral às 16:42 | link do post | comentar | ver comentários (3)
 

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