Estas eleições foram um desastre para Passos e Seguro
O país votou e uma coisa é certa: o centro-direita teve a maior derrota de sempre, em 40 anos de democracia.
PSD e CDS-PP, mesmo juntos, não chegam aos 30 por cento, o que é uma derrocada brutal.
Não é inesperada, mas talvez poucos pensassem que chegasse tão longe.
Aqui está a resposta a 3 péssimos anos de governação, carregados de erros graves e de falta de juízo.
Para regressar aos mercados, não devia ter valido tudo, mas para este Governo tudo valia e tudo se fazia.
Os portugueses deram uma resposta clara: estes senhores não prestam.
Porém, e essa é que é uma das relevantes surpresas, o PS é também um grande derrotado da noite.
Bem podem Seguro e Assis cantar vitórias de Pirro, a verdade é que, no momento mais negro do centro-direita, o PS em vez de ganhar votos, perde votos!
A queda do PS é quase tão forte como a queda dos partidos do Governo.
Seguro tem muito menos votos e percentagem do que Ferro Rodrigues, e mesmo do que o tão odiado Sócrates há três anos!
Em vez de ter conseguido criar uma onda positiva a seu favor, capitalizando nos erros do Governo, Seguro consegue a proeza de afastar gente do PS!
Que o Governo vai continuar, e vai continuar a governar mal, é certo, pois Passos não tem capacidade para mais.
Mas, que o PS não perceba que Seguro não é alternativa, é bem mais grave.
Estamos a um ano e pouco das legislativas, e uma vantagem tão curta como a que Seguro teve ontem não serve para nada.
Se a economia melhorar nos próximos meses, é mesmo provável que a coligação de centro-direita ainda recupere votos, e Seguro fica em cada vez pior situação.
A julgar pelos resultados de ontem, há ainda uma possibilidade de Seguro perder as eleições, o que parecia quase inimaginável há meses.
Como pode o PS aceitar que, com um Governo tão mau e tão impopular, o PS não encante ninguém?
Não estará na altura do PS perceber que não vai a lado nenhum com um líder tão fraco e tão incapaz de motivar o eleitorado?
É tempo pois dos socialistas refletirem.
Ao contrário do que ontem disse Assis e repetiu Seguro, a liderança do PS está em causa.
Com um líder tão incompetente, é tempo de pensar noutro.
Mais cedo do que se esperava, chegou a hora de António Costa.
Se o PS não perceber isso, depois não se queixe...