Quinta-feira, 12.06.14

O inenarrável Blatter e os seus mundiais

Blatter vai recandidatar-se à presidência da FIFA, e provavelmente vai vencer.

Os líderes da FIFA têm tendência a eternizar-se no cargo, como se aquilo fosse um posto vitalício.

Por piores que sejam, lá continuam, apesar dos disparates, das péssimas decisões, das suspeitas de corrupção.

A FIFA é uma organização paradoxal: tem um produto espantoso (o Mundial, de quatro em quatro anos), mas é um negócio muito duvidoso.

Hoje, começa mais um Mundial, no Brasil, mas todos temem que as coisas se descontrolem.

Todos, menos a FIFA e o Sr. Blatter.

Ganhe quem ganhar, morra quem morrer, e mesmo que se passe uma revolução nas ruas brasileiras, a FIFA já ganhou o que havia a ganhar.

Receitas de televisão chorudas, contratos de patrocínio fantásticos, sponsors que pagam muito, e mesmo uma parte do preço dos bilhetes, tudo vai para os bolsos da FIFA.

Melhor negócio não há: as receitas são para a FIFA, os custos são para os países organizadores e para os jogadores, que são quem joga e gasta energias.

E, se alguma coisa falhar, a culpa será obviamente do Brasil, que é gente pouco dada ao trabalho, e muito duvidosa.

Os estádios atrasaram? A culpa é do Brasil.

Os aeroportos não estão preparados? A culpa é do Brasil.

Os bilhetes não esgotaram? A culpa é do Brasil.

O sr. Blatter vai apenas amealhar os milhões para a sua organização, e o resto, se correr mal, é culpa do Brasil.

E o Qatar, pergunta-se, é culpa do Brasil?

A FIFA entregou ao Qatar o Mundial de 2022, e já corre para aí muita tinta.

Ao que parece, houve dinheiro à séria a untar as mãos de quem decidiu jogar um Mundial no Verão no Qatar, com 45 graus de calor.

Culpa do Sr. Blatter? Nada disso, culpa de um comité, talvez do Platini, quem sabe do Sarkozy...

O sr. Blatter é inimputável, diz disparates, faz disparates, mas tudo continuará na mesma.

The show must go on... 

publicado por Domingos Amaral às 10:47 | link do post | comentar
Quarta-feira, 20.11.13

Ronaldo vai ser melhor do que Pelé!

Portugal, no futebol como em tudo o resto, tem memória curta.

Hoje, Ronaldo é visto como um semideus, um génio da bola, e não há português por aí que não o adore!

Porém, eu não me esqueço do que disseram dele, há ano e meio, depois de um Portugal-Dinamarca em que ele falhou dois golos.

Sim, muitos dos que hoje o elogiam, urravam de raiva contra ele, cuspindo insultos, acusações, berrando as suas fúrias.

Nessa noite, aqui neste blog, em Junho de 2012, escrevi um post a defendê-lo e nem imaginam o que ouvi.

Foram mais de 500 comentários carregados de fel, de inveja, de ingratidão, uma moda nacional anti-Ronaldo que me espantou tal a dimensão exagerada que tinha.

Pelos vistos, a opinião dos portugueses muda, conforme sopra o vento.

Os portugueses, quando se fala de Ronaldo, são um bando de interesseiros.

Se ele marca pela seleção, é o maior! Se não marca, é uma besta quadrada!

Nunca pensei assim. Sempre disse, há muitos anos, que Ronaldo era um fenómeno, e poderia vir a tornar-se uma lenda do futebol mundial.

Disse-o em 2004, quando ele chorou por perder a final do Euro; disse-o em 2006, quando ele levou uma pantufada de um holandês e quatro dias depois ajudou a eliminar a Inglaterra.

E disse-o na África do Sul, quando Queirós o conseguiu anular; ou em 2012, quando não chegou a marcar o seu penalty contra a Espanha.

Disse-o sempre e sempre o direi: Ronaldo é um génio do futebol, e não foi por ontem ter feito um jogo do outro mundo que eu penso isto, já penso há muitos anos.

Ronaldo é o jogador mais completo, mais brilhante e mais letal desde Pelé.

Sim, eu sei, não é tão virtuoso como Maradona ou Messi, não é tão bom nas fintinhas, mas não há ninguém no mundo, desde Pelé, que só tenha olhos para a baliza com ele tem.

Ontem, só ontem, fez 12 remates para golo, e o resto da seleção fez apenas 4. 

É por isso que temos de dar graças a Deus por ele ser português.

No futebol mundial, houve muitos grandes jogadores, e alguns foram portugueses, como Figo ou Eusébio.

Mas, no Olimpo só cabem quatro: Pelé, Maradona, Messi e Ronaldo.

Além disso, este ano, Ronaldo está claramente mais forte do que Messi.

Se olharmos para as qualidades dos dois, vemos que Ronaldo é melhor de cabeça; é melhor com o pé direito; é melhor a marcar livres; é mais rápido a correr; e tem um poder de impulsão que Messi nunca terá.

A marcar penalties e golos são ambos geniais, mas Messi só é melhor que Ronaldo nas fintas curtas, com o pé esquerdo, e no virtuosismo do seu jogo.

Ou seja, em dez características, Ronaldo é melhor em cinco, Messi só em três.

Se não jogasse num super Barcelona, Messi nunca seria melhor do que Ronaldo, como foi vários anos.

Mas, este ano, é de Ronaldo. Tem, finalmente, o mundo a seus pés.

E acredito que, daqui a dez ou vinte anos, o mundo inteiro chegará à mesma conclusão que eu: melhor do que Pelé, só o Cristiano Ronaldo! 

publicado por Domingos Amaral às 11:44 | link do post | comentar | ver comentários (4)
 

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