Terça-feira, 13.08.13

A Espanha está um gaspacho azedo

A Espanha parece um gaspacho que não pára de azedar. 

O tomate usado é velho: a monarquia não tem crédito, com um rei idoso, adúltero e sem tino, que esbanja dinheiro a caçar elefantes.

A cebola é demasiado verde: os príncipes não encantam e choramingam em público, e os maridos das princesas foram apanhados em crimes de vários tipos.

O azeite vem sempre ao de cima: a Catalunha rosna, quase todos os meses, exigindo a independência.

O pepino sabe mal: os bancos, até há cinco anos imperiais e globais, estão a ser resgatados pela Europa, falidos e sem reputação.

A salsa está curta: as autonomias, fórmula mágica para manter o reino unido, endividaram-se até acima das orelhas, e nem piam.

Para mais, o cozinheiro Rajoy não tem habilidade. No poder para cumprir as diretizes austeritárias da Europa, afundou a economia na recessão.

E, pior do que isso, já o chamam de mentiroso, por causa de um tesoureiro corrupto do PP.

É um "chef" sem brilho, limita-se a manter o restaurante aberto.

Para ajudar à festa, renasce o problema de Gibraltar, a pedra de gelo que faltava na sopa, e que só agudiza o mau sabor.

Por causa do rochedo, eternamente mal resolvido, há chispas sérias com o Reino Unido.

E o desemprego, a pimenta amarga da economia, embora tenha descido um pouco no Verão, está como nunca se tinha visto, principalmente entre os jovens e os imigrantes vindos do sul.

Mas nós, portugueses, temos de provar esta sopa.

Espanha é e será sempre o principal parceiro de Portugal, e qualquer salmonela que lá assente arraiais pode contaminar-nos.

Se este gaspacho se estraga mesmo, a Europa bem que pode começar a rezar.

publicado por Domingos Amaral às 13:06 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 24.09.12

A independência da Catalunha

Sobre a possbilidade da Catalunha vir a ser independente da Espanha, há duas coisas que me apetece dizer. A primeira é que devemos admirar e louvar a forma pacífica como os catalães têm defendido a sua independância. Ao contrário do que acontece com os seus vizinhos "bascos", na Catalunha não há atentados terroristas, não há assassinatos seletivos, não há "luta armada" da ETA que mate muitos inocentes. Há uma intenção serena e firme de um povo, mas feita de uma forma política e pacífica, o que é um exemplo de dignidade e respeito que a Catalunha dá ao mundo. 

A segunda ideia que me parece importante defender é que não existe qualquer incompatibilidade entre a independência da Catalunha e a União Europeia. Se a Catalunha vier a ser um país independente, isso pode ser traumático para a Espanha, mas para a Europa não representa nenhum problema. Qual a diferença entre 17 ou 18 países no euro, qual a diferença entre ter 27 ou 28 países na União Europeia? A Catalunha, se algum dia vier a ser independente, será mais um entre muitos, e até pode ser mais fácil que isso aconteça dentro de uma União Europeia federal do que fora dela. Se todos os países estão a ceder a sua soberania à Europa, a pouca soberania que a Catalunha tiver também será partilhada. 

publicado por Domingos Amaral às 16:23 | link do post | comentar
 

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