Seguro é uma lapa e será duro de roer
Não será fácil remover António José Seguro da liderança do PS.
Quem pensava que a vitória de Costa eram favas contadas, e que a onda positiva que se formou levará Costa ao poder com facilidade, pode tirar o cavalinho da chuva.
Seguro é uma lapa, está agarrada à rocha fortemente e tudo fará para impedir que Costa lá chegue.
Truques, processos, mais truques, mais atrasos, mais manigâncias, tudo será usado por Seguro.
As eleições deviam ser rápidas? Pois serão lentas!
As inscrições dos simpatizantes deviam parar em Julho? Pois durarão até meados de Setembro.
Só deviam votar militantes? Pois votarão todos os que quiserem, sendo simpatizantes!
A definição de simpatizantes devia ser clara e blindada? Pois será vaga e fluída, para todo e qualquer um lá caber.
Não nos esqueçamos que Seguro é um jotinha, aprendeu estes jogos florais muito cedo, como todos os jotinhas.
Com expedientes destes, esvazia-se a onda, cria-se ruído, gera-se dúvida.
Aquilo que parecia óbvio há semanas, começa a não parecer tão óbvio com as contrariedades.
Se Costa pensava que ia chegar ao Rato num andor, carregado por um PS eufórico, irá descobrir que terá de sujar as mãos e os pés na lama.
Sim, a luta entre Costa e Seguro vai ser um combate na lama, duro, sujo e feio de se ver.
Haverá insultos, choro, ranger de dentes, e dificilmente Costa poderá manter o seu perfil moral elevado.
Numa guerra como esta, ganha quem mais deseja vencer, quem mais está disposto a tudo.
E, para já, Seguro parece mais disposto a ir ao limite, e a sujar mãos e pés e calções.
O país pode ficar a perder muito se Seguro vencer, mas Portugal está cheio de grandes líderes que não foram bons candidatos e perderam.
Antes de administrar o poder, é preciso conquistá-lo.
Costa tem de perceber isso, nada lhe será dado de borla ou de mão beijada.
Ou mete a mão na anca e faz uma investida, marrando no adversário, ou pode acabar por perder.