Quarta-feira, 22.08.12

Caldos, casos e "fuckfriends"

O que é "um caldo"? Qual a definição técnica? No meu tempo, "caldo" era quando um homem e uma mulher andavam a sair juntos, enrolados, às vezes nos amassos mas outras já no sexo. Contudo, recentemente descobri que muitas vezes, em especial para as mulheres, a definição de "caldo" não era tão vasta, e tratava-se apenas de andar a sair com alguém, com quem há um certo clima, uma possbilidade de algo acontecer, nada mais. "Caldo" não incluía sexo, nem sequer beijos na boca, era pré-físico. Não era apenas amizade, mas também não era engate, ficava ali num limbo, simpático mas nada carnal. E também não era um "caso".

Um "caso" é uma situação de alguma gravidade. Um "caso" não é um caldo, nem é um "engate", porque um "caso" tem implícito um certo perigo, uma transgressão qualquer. "Caso" é quando existe um triângulo amoroso e nós somos um dos ângulos. "Caso" é o que têm as mulheres quando se envolvem com homens casados; mas não os homens, que nunca têm "casos", limitam-se a dizer que "andam a comer uma gaja", como se não fossem também comidos por ela. "Caso" tem cornos, traição, infidelidade, potencial de perturbação social. "Caso" tem sexo rápido, a seguir ao almoço, em motel de estrada na periferia ou dentro do carro. "Caso" tem consequências, alguém chora no fim, normalmente a mulher.

São portanto coisas distintas: "caldo", "caso"e "engate". "Engate" é coisa que acontece normalmente à noite, é excitante e rápido, é um "caldo" que passa a "caso" num abrir e fechar de braguilhas; mas também pode ser um "caldo" que passa a "namorico" em poucas horas. Um "namorico" pode nascer de um "caldo" que evoluiu bem, mas também de um "engate" sortudo, onde se caçou alguém verdadeiramente interessante, que não vale apenas pela "queca". Um "namorico" é a antecâmara do "namoro", quando ainda não se conhecem os pais do outro. Um "namorico" pode ter sido "caldo" ou "engate", mas nunca será um "caso", porque não há qualquer perigo, nem ele nem ela são casados, não há terceiros para atrapalhar.

Ainda mais inovador que todos estes estados é o conceito de "fuckfriend". Como o nome indica, é quando se anda a foder com amigos. Há homens que têm amigas com quem dormem de vez em quando, e há mulheres que têm amigos com quem dão umas voltas quando a elas lhes apetece (a eles apetece-lhes sempre, como se sabe). Nos "fuckfriend", pode já ter existido "caldo", "engate", "caso", "namorico" e até "namoro", mas agora as coisas estão diferentes, os dois precisam de algum espaço (o que obviamente significa que andam a foder com outras pessoas mas não querem que ninguém os chateie por causa disso), mas ainda gostam de se tocar, de se beijar, e quando há tempo e as circunstâncias o permitem, dão mais uma voltinha. É uma relação altamente moderna, embora o nome seja um bocadinho ajavardado. Mas pronto, não se pode ter tudo.

 

 

 

publicado por Domingos Amaral às 11:00 | link do post | comentar | ver comentários (9)
Segunda-feira, 20.08.12

As cristas ilíacas

Estou sempre a aprender nas conversas que tenho com mulheres. Tradicionalmente, elas diziam que o que mais as atraía nos homens eram áreas sem grande carga sexual, como os olhos, o sorriso ou as mãos. No caso das americanas, que sempre foram moças mais físicas, elas diziam que eram também os rabos dos homens a entusiasmá-las, e isso era a preferência mais carnal que eu escutara. Contudo, recentemente descobri que há outra zona masculina com intensos poderes de atração: as cristas ilíacas. São aquelas duas saliências que temos no topo das ancas, onde os ossos se notam numa forma original, e por isso se chamam cristas. Se o abdómen masculino for seco e musculado, as cristas quase que parecem saltar e chamam a atenção, o que provoca muitas palpitações no sexo feminino, coisa que eu nunca soube até aos 45 anos, mas que passei a valorizar este verão. Se o homem não tiver barriga (umas gorduras chegam para fazer submergir as famosas cristas), pode sempre puxar os calções um pouco mais para baixo e atrair curiosos olhares femininos. Ao que ouvi dizer, as cristas mexem mesmo com elas. 

 

publicado por Domingos Amaral às 11:27 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Quarta-feira, 01.08.12

As mulheres e os elogios

Sempre pensei que as mulheres gostassem de receber elogios mas ontem, em conversa com duas mulheres, percebi que isso não é assim tão óbvio. Sim, é verdade, elas gostam de elogios, mas só até certo ponto. Não gostam de elogios em demasia, não gostam que um homem fique pateta a olhar para elas, sempre a babar, tipo cachorrinho embevecido. É claro que também não gostam nada de um homem que as ignora e pura e simplesmente não lhes faz qualquer elogio e portanto a dificuldade está em perceber qual a "dose certa" de elogios que se deve dar a uma mulher. Até porque, como todos sabemos por experiência própria, cada mulher tem uma sensibilidade especial e única, e portanto a "dose certa" de elogios para uma pode ser já um excesso para outra, ou muito pouco para uma terceira. É como certos remédios, há quem tome meio, um, dois e até quem tome três. Encontrar a "dose certa" é pois uma actividade complexa, até porque a "dose certa" pode variar para a mesma mulher, por exemplo consoante a hora ou o dia. O que é uma "dose certa" de manhã ao acordar pode tornar-se desagradável à tarde, depois de um cansativo dia de trabalho, e voltar a ser encantador à noite, em plena pista de dança. Será então possível encontrar uma regra que funcione? Nada é fácil no que toca a mulheres, mas a mim parece-me que uma regra de três simples é capaz de funcionar. Num dia damos três elogios diferentes, a três horas do dia diferente, e depois estamos três dias sem dar nenhum elogio. Três. Simples.

publicado por Domingos Amaral às 12:13 | link do post | comentar | ver comentários (1)
 

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