Quinta-feira, 07.02.13

O sexo tem de ser barulhento?

Ontem à noite, tive uma estranha experiência sexual, tipo filme porno sem imagens, mas com som. Eu estava a dormir num hotel na Covilhã, e tudo se passou no quarto ao lado do meu.

Fui à região participar nuns encontros de escrita, com alunos das escolas da Guarda e da Covilhã, encontros esses que foram muito bem sucedidos.

À noite, já sozinho no quarto do meu hotel, e quando já passava bem da meia-noite e acabara de apagar as luzes, de repente, começo a ouvir estranhos barulhos no quarto ao lado... 

A princípio, eram apenas pancadas secas e soltas, como se alguém estivesse a arrastar móveis. Mas, aos poucos, as pancadas secas adquiriram um ritmo mais permanente, e logo a seguir comecei a ouvir gemidos de mulher. Sim, uma mulher soltava uns "ahn, ahn, ahn", e é evidente que se tornou claro para mim o que estava a acontecer. 

Alguém se estava a divertir, e a passar uns bons momentos! E não estavam com pressa! Ao fim de dois minutos eu já estava curioso para saber algumas coisas mais. Iriam os gritos durar quanto tempo? Quanto tempo demoraria a "ahn, ahn, ahn" a atingir o seu climax e a deixar-me adormecer em paz?

Além disso, outra dúvida surgira no meu espírito. Porque é que só a mulher é que gritava? Pelo barulho das pancadas ritmadas, (devia ser a cabeceira da cama a bater na parede), parecia-me óbvio que ela não estava sozinha, devia estar acompanhada por um homem. Mas, porque é que ele estava tão silencioso? 

Outra coisa que me intrigou foi que eles não falavam. Ela gemia e gritava "ahn, ahn, ahn", mas isso como sabemos é uma linguagem internacional que toda a gente conhece mas não é uma língua. Que nacionalidade tinham os sortudos? Seriam portugueses? Ou espanhóis? Na Covilhã estamos muito próximos das fronteira, e poderiam ter lá ido à serra!

Também era impossível determinar a idade. Os "ahn, ahn, ahn" da senhora não davam para entender se ela teria 20, 30 ou 40 anos, ou até mais. Os ruídos são semelhantes, qualquer que seja a idade. E como o sócio era silencioso, também não dava para perceber que idade teria. 

Mas, a coisa durava. Quatro minutos já e o "ahn, ahn, ahn" da senhora mantia-se, sempre no mesmo registo, nem alto nem baixo, nem acelerado nem a diminuir. Muito velhos não deviam ser, mas também não deviam ser muito jovens, pois esses costumam um bocado apressados!

Ao quinto minuto de "ahn,ahn, ahns" eu já estava a ficar um bocado farto daquilo...Será que isto nunca mais acaba? Será que não tem ponto alto? Onde estão as gritarias, os palavrões porcos, os "oh meu Deus!", e outras coisas do género que toda a gente vê nos filmes? 

De súbito, ouve-se finalmente o ronco do macho. Foi uma coisa rápida, um único "uuuuhh", que acabou quase imediatamente depois de ter começado, o que confirmou tratar-se mesmo de um exemplar silencioso. Mas, ao menos ele teve um pico.

Já ela, o que também me surpreendeu deveras, esteve mais de cinco minutos no "ahn, ahn, ahn" mas depois calou-se subitamente. Não houve sequer aquela aceleração típica que precede o orgasmo, nem ouve um aumento do volume, gritos mais altos, mais "AHN, AHN, AHN" e menos "ahn,ahn, ahn". Nada disso, a coisa perdeu velocidade e depois puf, acabou.  

Franzi o sobrolho. Isto não era o habitual. Normalmente, há uma explosão final, mas naquele caso não existiu. Foi bastante duradouro, quase seis minutos de gritos femininos, mas um bocado desapontante no fim. Quer dizer, nós estamos habituados a esperar que o sexo seja barulhento e que tenha um climax final, mas... 

O que se terão eles dito um ao outro a seguir? Foi bom, mas? Eu acho que faltou qualquer coisa, não me satisfez totalmente enquanto espetador sonoro. Uma pessoa habitua-se ao sexo mais barulhento, e depois uma coisa destas desaponta um pouco. Portanto, na escala de 0 a 20, decidi atribuir àquele casal apenas um 14. Sem gritos, aceleração e climax forte, não mereceram mais!

publicado por Domingos Amaral às 16:42 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quarta-feira, 06.02.13

O amor é um estado de alarme

O amor alarma-nos, mesmo depois de acabar. Ficamos sempre aflitos quando vemos alguém que um dia amámos, nervosos, independentemente do tempo que já passou desde o fim desse amor.

Há quem comece a suar das mãos, ou debaixo dos braços, quem lhe trema os joelhos ou lhe doa a barriga, e quem finja que não sente nada, que é cool e não sofre disso, mas é mentira.

Aquela pessoa foi importante para nós, amámo-la um dia, demos as mãos, abrimos os braços à espera dela, e isso deixa marcas, não se apaga. Se mesmo quando o amor é correspondido as pessoas ficam aflitas, imagine-se quando já não é, e só existem memórias do passado, para nos perturbar.

Foi o que aconteceu com aqueles dois. Tinham passado talvez quatro anos desde o dia em que o amor deles tinha acabado e cruzaram-se por acaso, no Chiado. Ele tinha ido à FNAC, ela ao Santini, e encontraram-se na rua, no meio de uma azáfama permanente de gente que entrava e saía das lojas.

Ela começou a suar, e ele sentiu um nó na garganta. Deram um beijo à pressa, fizeram aquelas perguntas da praxe que se fazem nestas alturas, o "tudo bem?" e essas coisas, mas por dentro estavam perturbados.

O amor deles tinha sido intenso, aventureiro, cheio de cama e idas ao cinema, jantares à luz das velas e essas coisas românticas que ninguém esquece mas que não decidem nada de importante. Foi bom enquanto durou, mas não durou muito. 

Ele não sabe bem porquê, acha-a gira, gosta da conversa dela, do nariz arrebitado, da suavidade da voz, das pestanas e das sobrancelhas dela. Ela sabe porque é que aquilo acabou, mas isso não a faz sentir melhor. Sente-se triste por um segundo, como se tivesse perdido a melhor coisa do mundo, como se as outras é que tivessem tido sorte.

Vão falando, sem dizer nada de importante, e continuam incomodados. Depois despedem-se, e nesse dia à noite contam mentiras aos amigos e às amigas, dizem que se cruzaram no Chiado e que o outro é que estava nervossímo, e nunca irão reconhecer que ficaram alarmados por dentro, por uns minutos.

Já não amam, já não se podem amar, há outras pessoas mais importantes nas suas vidas, mas continuam alarmados quando se vêm, e assim continuarão para sempre, porque o amor alarma sempre, mesmo quando já passou muito tempo desde que acabou. 

Cruzarmo-nos com os amores do passado nem sempre é um perigo para os nossos amores do presente, mas é sempre um perigo para o nosso coração, e sobretudo para o nosso sistema nervoso. Porém, há quem finja que não. 

publicado por Domingos Amaral às 09:50 | link do post | comentar
Quarta-feira, 09.01.13

Ainda existem pessoas fiéis?

Uma mulher de quem gosto muito costuma dizer que as pessoas que se casam não deviam jurar fidelidade, porque ninguém vai cumprir essa jura.

Os homens já há dez mil anos que não a cumprem, e as mulheres, metade também há diz mil anos que não a cumpre, e a outra metade deixou de cumpri-la de há vinte anos para cá.

A promessa de fidelidade, diz essa realista mulher, é portanto inútil e enganadora, pois só serve para nos iludirmos. Um dos dois será infiel, essa é que é essa, e a única dúvida é saber qual será o primeiro. 

Sendo assim, o que devíamos era fazer uma promessa diferente. Deveríamos prometer que íamos tentar não ser infiéis. E só por cinco anos, de cada vez. Prometes tentar não ser infiel nos próximos cinco anos? Sim, prometo. Daqui a cinco anos veremos.

É que, nos dias que correm, a infidelidade mudou muito, já não é a mesma velha senhora do passado. A infidelidade está mais magra, mais reduzida no seu conceito. Coisas que antes eram consideradas infidelidade, hoje não produzem mais que um mero encolher de ombros.

Veja-se as fantasias, por exemplo. As mulheres que fantasiam em segredo com o Brad Pitt, ou os homens que suspiram à primeira visão da Juliana Paes, estão a ser infiéis, mas os seus sonhos são inofensivos, banais e nada graves. Metem-se os cornos na imaginação, mas "no passa nada".

Depois, há também aquela infidelidade social superficial, que incluiu a troca de olhares furtivos, as conversas picantes, os sms cheios de segundas intenções. É muito habitual nos nossos dias: as pessoas comem-se com os olhos, enviam evidentes e permanentes sinais, mas é tudo teatro, e os contatos íntimos não passam de uma mão nas costas, as palavras não são mais que uma piadinha permanente, que tudo deixa em suspenso.

É a infidelidade em "stand-by", no "pause", mas é muito comum nos nossos dias, e é até socialmente aceite e incentivada. Quem não for brincalhão e muito sexy, é visto como pouco "cool".

Infelizmente para muitos, estas brincadeiras, à superfície inofensivas, podem despoletar incêndios graves. Há maridos e esposas que se passam da cabeça só por apanherem um comentário mais ousado no Facebook. Há zaragatas e ranger de dentes, mas se realmente estiver apenas em "stand by", essa infidelidade só mói, não mata. Ninguém se separa só porque há um smile duplo no telemóvel do marido ou da mulher...

Também é cada vez mais aceite a infidelidade Easy Jet. Um desvario pontual, uma noite de loucura, se tiver acontecido no estrangeiro, a mais de 400 km de casa, não é causa para tragédias. A infidelidade Easy Jet, além de ser fácil de negar, é fácil de ignorar. Ninguém a viu, ninguém a lembra.

O que é doloroso aceitar é um par de cornos social, em dez mil anos não se avançou nada nestas coisas. O que custa, além da traição, é o preço da vergonha, as amigas e os amigos a comentarem, a humilhação em grupo. A infidelidade, quando é pública, nunca se consegue privatizar, como a TAP. Mas são raros, é verdade, os que conseguem evitá-la. 

Portanto, o que se devia era jurar que se vai tentar não ser infiel. Prometes que vais tentar não ser infiel? Sim, prometo. E a promessa devia ser renovada a cada cinco anos. Prometes mais cinco anos? Sim, prometo tentar mais cinco anos. Mesmo assim, era capaz de não ser fácil cumprir, mas pelo menos tentávamos.  

  

publicado por Domingos Amaral às 15:23 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Sexta-feira, 04.01.13

Adoro (e odeio) a Dona Doroteia!

Como todos sabem, sou um fã incondicional da telenovela Gabriela. Os diálogos são fantásticos, o enredo magistral, os personagens soberbos, os atores e as atrizes quase todos muito bons. Mas, é preciso reconhecer: sem a Dona Doroteia, a Gabriela não seria a mesma!

Qualquer boa telenovela, como qualquer bom filme, tem de ter maus! E a Dona Doroteia é má como as cobras! Como uma talibã, ela vigia Ilhéus, para garantir que "a moral e os bons costumes" são respeitados. Faz mexericos, lança intrigas, apresenta denúnicas, espia quem lhe parece suspeito, e nunca baixa a guarda, arrasando todos com a sua bengala e com a sua virtude. Dona Doroteia quer ser tão boa que é má. 

Mas, não é uma má qualquer. É má mesmo, é verrinosa, malévola, castradora, vingativa, e além disso tudo, ainda é gulosa, o que é a única qualidade que lhe podemos ver em tantos episódios. Mulheres adúlteras, invertidos, quengas, meninas namoradeiras ou maridos cornudos, todos são atingidas pelo veneno permanente de Dona Doroteia e suas aliadas. 

A interpretação de Laura Cardoso é simplesmente fenomenal. Consegue que a odiemos, que tenhamos raiva dela, que lhe desejemos mal, e isso diz bem da força do personagem. Só com uma má tão má é que os outros, à sua volta, podem ser bons. Aliás, basta-lhes serem um bocadinho melhores que ela para já serem bons. 

Como é evidente, este pilar da moral conservadora, maligno e doentio, tinha um segredo. Soube-se esta semana que Dona Doroteia foi quenga na juventude, e prostituía-se alegremente e com gosto, sendo conhecida pelo seu maravilhoso e grande traseiro! Mas, se pensam que ela se calou por causa disso, estão enganados. Má como sempre, continuou igual a si própria, massacrando as mulheres mais novas e dando uma tareia ao filho, o coronel maricas.

A dona Doroteia é uma genial criação, e vou ter saudades dela e do seu "Jesus, Maria, José"! 

publicado por Domingos Amaral às 16:42 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 03.01.13

O melhor para a constipação!

Todos os anos, tenho sempre duas ou três constipações por Inverno. É a minha média. Raramente chego a ter gripes graves, com imensa febre, mas sou facilmente apanhado pelas gripes médias, daquelas que incomodam sem prostrar.

Ao longo das décadas, já experimentei quase tudo para me ver livre destas pequenas maleitas, mas dou-me mal com a maioria dos remédios que existe. A Aspirina, por exemplo, provoca-me enorme acidez no estômago, e deixei de tomá-la nos anos 20. Depois, passei pelo americano Tylenol, mas foram apenas dois anos a viver na América, e por cá não existe.

Seguiu-se a época Panasorbe da minha vida. É o mais leve deste tipo de medicamentos, uma coisa suave, mas para ser mesmo eficaz tem de ser acompanhada por um remédio mais duro. Serve bem para as ressacas e dores de cabeça, mas resulta menos bem nas gripes, embora tenha um efeito secundário interessante, que são as erecções matinais.

Durante algum tempo, talvez nos anos 30, descobri o Brufen, em comprimidos, mas rapidamente notei que me provocava estranhas alergias, umas borbulhas esquisitas no pescoço e na cara, e ainda hoje tremo só de olhar para a caixa de comprimidos, e recuso-me a tomá-lo.

Passei depois por uma fase algo turbulenta, onde variava entre o Constipal e o Cêgripe, mas os resultados não foram os melhores. O primeiro dava-me uma soneira que me arrombava, deixando-me incapaz de trabalhar durante horas. Já o segundo, era mais manhoso, e atacava por trás, por assim dizer. Causava-me uma tal acidez anal que depressa me quis ver livre dele.

Foi então que, o ano passado, em plenos anos 40, descobri finalmente o amor da minha vida gripal, o Ilvico. Não me perguntem porquê, mas nunca o tinha tomado, em 45 anos de vida. Já me tinham falado dele, mas havia sempre algum outro remédio que chegava primeiro e tomava conta de mim. Porém, mal tomei a primeira vez Ilvico, fiquei outro.

O Ilvico é o que melhor se dá com o meu organismo, fazendo o pleno da bonança com todos os órgãos. Não me acidifica o estômago, resolve-me as dores de cabeça, não me arromba nem me provoca alergias, e não me complica as idas à casa de banho. Além disso, as manhãs são interessantes, como na época Panasorbe, mas o mais importante é que as gripes e constipações vão mesmo à vida, e assim eu posso ir à minha.     

publicado por Domingos Amaral às 15:03 | link do post | comentar | ver comentários (19)
Sexta-feira, 14.12.12

Serial killers ou monogamia em série?

Estava outro dia à conversa com um amigo que se entitulava um "serial killer". Não de pessoas, bem entendido, ele não era um assassino tipo "Silêncio dos Inocentes". Ele era um "serial killer" de mulheres, matava-as uma atrás da outra, mas em sentido figurado.

Mal uma lhe passava à frente, tirava-lhe as medidas e atacava. Primeiro, fazia-lhe a ronda. Tirava informações sobre ela, pesquisava no Facebook a página dela, frequentava os locais que ela frequentava, e quando a oportunidade surgia, zás, lançava o seu anzol.

Normalmente, embora isso nem sempre acontecesse na primeira noite, era bem sucedido. Como tinha graça, lata, jeito, e sobretudo como se concentrava muito nelas, o meu amigo tinha, e tem, um enorme sucesso entre as mulheres.

Pelo menos nas primeiras semanas, era raro quem lhe resistisse. Solteiras ou casadas, estrangeiras ou nacionais, novas ou mais entradotas, quase todas caíam na sua encantadora lábia, e rendiam-se, umas mais depressa, outras mais devagar.

Contudo, passadas as primeiras semanas de encantamento, elas começavam a perceber que ele já estava noutra. O "serial killer" é assim. O que lhe interessa é faturar, mas estando o registo feito, é tempo de começar a pensar noutro, ou neste caso, noutra mulher.

E é rara a mulher que consegue fazer durar a coisa muito tempo. Embora ele já tenha estado casado duas vezes, nunca foi fiel, e namoriscou sempre, mesmo de aliança no dedo.

O que é curioso nisto é que as mulheres não se queixam dele, não dizem mal dele, não acham que ele seja um porco ou um egoísta. Há muitas que o tratam mesmo por "serial killer", aceitando perfeitamente a sua natureza. Quando lhe perguntei qual era o segredo para isso, para essa ausência de raiva nas mulheres que ele abandona, ele disse-me só:

- Nunca lhes menti. 

Era tão simples como isso. Ele nunca as enganava, nunca lhes dizia que as amava, que eram a mulher da vida dele, que estava louco de paixão e não via mais nada à frente. Ele apenas lhes dizia que estava interessado nelas, que gostava da conversa delas, que gostava de se divertir com elas, de lhes provocar emoções fortes (normalmente na cama), mas que, como era um "serial killer", e não podia negar a sua natureza, era melhor não ser namorado delas, e muito menos marido, pois isso é que lhes iria causar infelicidade!

Não me perguntem como, mas a verdade é que isto funcionava quase sempre. Sim, havia uma ou outra que se afastavam, mas a maioria ficava curiosa, fascinada com o interesse dele nelas, acabando por ir na conversa. E ele todo contente, com mais uma conquista no currículo.

Além da conversa, havia também outro princípio que ele aplicava: nunca andava com duas mulheres ao mesmo tempo. Se andava com uma, andava com ela e não dormia com outras. Quando queria dormir com outra, despedia-se da primeira, e seguia em frente. Ele costumava dizer que era uma espécie de estação de combóios só com duas linhas. Quando chegava um novo combóio, estava na altura de partir o que estava parado na estação!

Quando o ouvi explicar esta teoria, disse-lhe que ele não era um "serial killer". Ele era, tal como a maioria dos seres humanos, monógamo, só que era em série! É claro que há casos de poligamia, ou de pessoas que andam com várias ao mesmo tempo. Mas a verdade é que a grande maioria dos humanos é monógama em série.

Hoje anda com um, mas daqui a uns tempos (às vezes muitos anos) esse relacionamento acaba e depois começa outro, e por aí fora. Os relacionamentos têm é duração variável. Há casos rápidos e há casos lentos, e alguns podem até durar a vida toda, embora isso seja cada vez mais raro. 

O meu amigo era um caso rápido. Era, e é, um monógamo em série, mas a coisa com ele anda tão depressa, que ele até se pode chamar a si próprio "serial killer"!

publicado por Domingos Amaral às 16:13 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quinta-feira, 06.12.12

Gabriela e a infidelidade das mulheres

Está quase a acontecer a traição de Gabriela ao marido Nacib! Pé ante pé, o ardiloso Tonico Bastos tem vindo a seduzir a moça com mimos e presentes, e ela está prestes a render-se, colocando um terrível par de cornos no dono do bar de Ilhéus.

Da história de amor que é que Gabriela, há alguns ensinamentos a retirar. O principal é: nunca proiba a sua mulher de dançar! Foi aí que o descalabro começou, quando Nacib impediu Gabriela de ir bambolear-se ao som da música na rua. O desejo do árabe em que ela se tornasse uma "dama da sociedade" era tão grande, que atrofiou Gabriela numa teia de obrigações, matando a sua felicidade.

É essa a moral da história: marido que proibe a mulher de fazer o que gosta, dá-se mal no fim, e não escapa ao par de cornos. Gabriela, antes do casamento, era uma mulher livre, sorridente, feliz, e extraordinariamente apaixonada por Nacib. Porém, mal se casou com ela, Nacib começou a obrigá-la a ser diferente, a negar a sua natureza livre, pura e infantil.

Mandou-a calçar sapatos quando ela gostava era de andar descalça, proibiu-a de brincar na rua com as crianças, impôs os vestidos apertados e os chapéus, e não descansou enquanto não a levou para as reuniões sociais das damas de Ilhéus, para a missa, ou para chatíssimos recitais de poesia.

Um dia, chegou mesmo a oferecer a Gabriela um pássaro numa gaiola, uma metáfora perfeita do desentendimento entre os dois. Para Nacib, o pássaro na gaiola era uma companhia; para Gabriela, era uma tortura impensável prender uma ave que nascera para voar!

E assim os dois se foram afastando. Gabriela, às escondidas, soltou o pássaro. Nacib enfureceu-se e nesse dia o principe encantado de Gabriela transformou-se  num sapo, chato e incómodo.

É neste alçapão de amargura e infelicidade feminina que entra o manhoso Tonico, cujo único objetivo é deitar-se com Gabriela, mas que topou que a ternura lhe atingiria o coração carente, e portanto o sexo, pois nas mulheres o sexo e o coração são quase sempre o mesmo órgão. E assim Gabriela irá sucumbir, traindo Nacib.

Portanto, nós, homens do mundo, temos de perceber esta profunda verdade: quando mais prendermos as mulheres, mais depressa nos crescem os cornos.

publicado por Domingos Amaral às 12:07 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Sexta-feira, 23.11.12

Quem é o G do ponto G?

A maior parte das pessoas já ouviu falar do ponto G, mas são poucas as que sabem porque se chama G, de onde provém o G. Com esta afirmação, eu não me pretendo armar em bom, e reconheço já que até há poucos minutos atrás também não sabia nada disso. Mas, agora já sei.

A razão porque se chama ponto G é porque o nome foi dado por um homem, e obviamente foi necessário visitar todos os outros pontos femininos, com muito experimentalismo, começando pelo A e indo até ao F, e depois continuando pelo H até ao Z, para no final decidir que aquele ponto que interessava mesmo a todos, homens e mulheres, ficava ali a meio do abecedário, e portanto foi baptizado de G.

Onde fica o ponto G, todos os homens sabem, a cerca de cinco centímetros de profundidade, e ligeiramente para cima. É aliás certamente por isso que os homens têm um excelente sentido de orientação, andam há séculos à procura destas coisas, e sabem pensar em termos abstratos.

Mas a questão principal não é onde fica, nem o que acontece no ponto G, isso todos sabem, mas porque se chamou G. Pois bem, por causa de um ginecologista alemão, chamado Ernst Grafenberg, e daí o G, e que devia ser considerado com muita justiça uma espécie de Pedro Álvares Cabral ou Vasco da Gama da exploração anatómica subterrânea.

Depois de muito estudo, o senhor Grafenberg concluiu que aquele montinho especial era responsável por milhões de anos de loucuras e alegrias, além de ter concluído também que se fosse bem estimulado pelo menos uma vez por semana, se evitavam doenças na pele das mulheres, bem como problemas de diabetes e do coração. Bem, quanto à pele, não sei não, as mulheres tratam tanto da pele que se calhar isso não é assim uma verdade tão forte. O mesmo se passa com os diabetes. Já com o coração, tenho a certeza que é verdade. Estimular o ponto G uma vez por semana, faz muito bem ao coração de todos. 

publicado por Domingos Amaral às 12:16 | link do post | comentar
Quinta-feira, 22.11.12

Ser um homem inseguro é bom?

Não há característica masculina mais desprezada do que a insegurança. Ninguém gosta de homens inseguros. Nem os homens do tipo macho-alfa (dominadores e mulherengos), que acham que os inseguros são uns desatinados, com problemas no cérebro e provavelmente noutros locais. Nem as mulheres, as marotas ou as mais serenas, pois todas detestam homens que não saibam o que querem e que vivam angustiados. 

Os homens inseguros são como as bolotas, nem para comer servem. As mulheres fogem deles a sete pés, pois se a ideia é prazer, preferem os machos-alfa, e se a ideia é futuro nesse caso anseiam por segurança, e preferem a solidez de uma rocha à duvidosa consistência de uma bolota, que por fora parece escorregadia e por dentro misteriosamente enjoativa. 

Contudo, não há maior engano do que este. Ao contrário das convicções sociais do presente, a sociobiologia defende que ser inseguro é bom, além de ser inevitável. Pode ser uma chatice, para o próprio e para a sua mulher ou namorada, mas ser inseguro está na genética masculina. A insegurança do macho é a manifestação visível, embora desagradável, da sua preocupação com os filhos.

Os homens inseguros são-no porque querem garantir que os filhos são dele, e não de outro, normalmente um macho-alfa. Daí a vigilância, as perguntas permanentes, a ciumeira. Há milhões de anos que é assim e não vai mudar, mas é assim porque os homens nunca têm a certeza da sua eficácia como progenitores. Se o soubessem, seriam diferentes, e não chateavam ninguém. Mas como não sabem, mais vale andarem à coca, não vá um pirata qualquer conseguir seduzir a cara metade deles, engravidá-la e depois pirar-se, enquanto o desgraçado do marido alimenta os filhos pela vida fora.

Nós homens, fomos programados para ser inseguros, a nossa genética não permite outra coisa. Podemos fazer de conta, e uns são mais hábeis que outros a esconder essa fraqueza. Mas, lá bem no fundo, não há nenhum que não sinta uma campaínha de alarme a tocar quando vê a sua mulher a catrapiscar outro macho. E ainda bem. 

Até porque, cientificamente está provado que os homens inseguros produzem mais espermatozoides. Sim, é verdade. A insegurança é a alimentação de um gerador de potenciais bebés. Quando estão inseguros, os homens produzem mais esperma, tal é o receio de serem enganados. Um estudo científico provou que, quando as mulheres viajam muito, a produção de esperma dos maridos aumenta, para que quando ela chegue a casa eles a possam inundar com o seu líquido do amor. Isto é mesmo verdade, não fui eu que inventei. 

Portanto, a insegurança não devia ser desprezada, mas sim incentivada, em especial nesta época em que Portugal faz tão poucos filhos. Não tenham receio da insegurança, ela produz bebés! E muitos. Pode ser pouco "cool", e ser uma incómoda dor de cabeça para as mulheres, principalmente para as mais marotas, que gostam sempre de ter homens à roda. Mas, a verdade é que a insegurança masculina é um imperativo genético. Fazer de conta que ela não existe, pode ajudar a viver mais à vontade, mas não altera o essencial.

Assim, as mulheres devem escolher homens mais inseguros para casar e para procriar. Se quiserem só mandar umas quecas, qualquer macho serve. Mas, para andar anos a tratar dos rebentos, mais vale um inseguro na mão do que três ou quatro machos-alfa a voar!

publicado por Domingos Amaral às 10:55 | link do post | comentar
Quinta-feira, 08.11.12

Com quantas pessoas já teve sexo?

Os homens e as mulheres são diferentes em muitas coisas, mas há uma em que são iguais: ambos mentem quando respondem à pergunta "com quantas pessoas já teve sexo"? Mas, apesar de serem iguais a mentir, são diferentes na direção da mentira: os homens aumentam o verdadeiro número para o dobro, as mulheres diminuem-no para metade!

Assim, se um homem diz que já teve sexo com mais de 40 mulheres, provavelmente ele teve com pouco mais de 20, e se uma mulher diz que teve sexo com 8 homens, provavelmente já se envolveu para aí com uns 16. É isto o que os estudos universitários sobre sexo dizem, e não é um ou dois, são quase todos. 

Mentir sobre o número de parceiros parece ser portanto um desporto muito praticado. Isso é perfeitamente compreensível, seja entre homens, seja entre mulheres. É evidente que os homens são muito competitivos, e ninguém quer ser o palerma da turma, que dormiu só com aquela feiosa e com óculos, porque as outras não lhe ligavam pevide. Os homens afirmam-se pela quantidade. Quando um grupo de homens se junta, explodem histórias de grandes façanhas, enormes cavalgadas sexuais que se destinam em primeiro lugar a impressionar...os outros homens.

É evidente que Casanova era um mito, bem como Keith Richards ou Mick Jaegger, que se diz terem dormido com mais de 1000 mulheres, mas ninguém ficaria muito surpreendido se tivessem chegado às 500! E é também evidente que, na contabilidade sexual, os homens não contam só os engates ocasionais, as "one night stands", as namoradas e as esposas, contam também as prostitutas que frequentaram. Não interessa muito como se conseguiu ter sexo, mas com quantas mulheres. A mentira é apenas uma forma de proteção, não vá alguém pensar que eles não gostam de sexo, ou pior, que são gays. 

Seja qual for a razão, a verdade é que os homens mentem, e isso toda a gente sabe desde o início da humanidade. Mas, nas últimas décadas, quem mudou foram mais as mulheres, que agora praticam muito mais sexo do que as suas mães ou avós. Muito mais no sentido de terem mais parceiros, entenda-se. Porém, as mulheres parecem ainda preocupar-se muito com a reputação. Nenhuma quer passar por puta sem o ser, e talvez por isso elas mentem, e reduzem muito o número de parceiros, especialmente quando a pergunta vem do namorado ou do marido. Não vá o Diabo tecê-las...

Uma amiga minha diz que o número certo que as mulheres devem dizer é 7. No máximo 8. O primeiro namorado, os dois que se seguiram, o namorado que demorou mais tempo, e três casos pontuais, dois deles acontecidos em viagens, de finalistas ou de trabalho, parece ser a conta certa para revelar ao actual namorado. Isto se a pessoa andar entre os vinte cinco e os trinta anos. É claro que, se a mulher já tiver quase 40 anos, a conta tem tendência a aumentar, principalmente se ela já foi casada e se divorciou. 

Segundo parece, depois de terem experimentado o casamento, que obriga e habitua a relações sexuais permanentes, as mulheres têm dificuldade em passar muito tempo sem sexo, e o número de parceiros tem tendência a subir, às vezes vertiginosamente. Nesse subgrupo, por mais que elas digam que só dormiram com 8 homens, já ninguém acredita. Mas, também já não interessa. A reputação das mulheres vai deixando de ter importância com a idade, quando elas são novas ainda há uma certa pureza, mas quando passam dos 35 o melhor é mesmo mandar uma queca e marimbar-se para a estatística!

publicado por Domingos Amaral às 12:14 | link do post | comentar | ver comentários (3)
 

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