Terça-feira, 11.02.14

Stephanie, 1 - Derby, 0

Será que vai haver derby esta noite?

A questão não é de somenos, principalmente para mim, que estive na Luz no Domingo, e que quero lá estar hoje, ou amanhã, ou quando fôr o jogo!

Porém, não estou de acordo quando muitos dizem que o que se passou foi "uma vergonha", um "ridículo", e que a culpa é do Benfica!

Não meus caros leitores, a culpa não pode ser imputada ao Benfica.

A culpa é de uma gaja!

 

Sim, uma gaja chamada Stephanie, que é uma maluca que rodopia a mais de 120 quilómetros por hora! 

Foi essa doidona, essa desbragada Stephanie, que deu cabo das chapas, das coberturas, e da já famosa lã de rocha, como ontem passou a ser chamada, pois no próprio dia todos lhe chamavam lã de vidro!

Por favor, alguém acredita que os parafusos das chapas, mesmo desapertados aqui e ali, teriam voado se não fosse a Stephanie?

Com um dia normal, tudo teria corrido normalmente.

Mas, domingo não foi um dia normal, domingo foi dia da Stephanie, essa destravada, que gira doida e deu cabo do espectáculo.

 

Foi a Stephanie que ganhou, até agora.

Ao intervalo, ganha por 1-0 contra o derby, e veremos se hoje há segunda parte.

É que, pelos vistos, a Stephanie gostou de Portugal, e decidiu ficar por cá mais uns dias, e hoje continua a rodopiar por aí, a dar os seus assobios, e a pôr o derby em causa.

Se o jogo for adiado, a Stephanie ganha por 2-0, se houver jogo, o derby empata 1-1, e então podemos tratar do que interessa mesmo.

Mas, para já reina a Stephanie, a única gaja que, em poucos minutos, foi capaz de fod... mais de 60 mil homens, que eram os que esperavam pelo jogo na Luz.

É uma gaja tramada, a Stephanie, essa é que é a verdade, e deixa os homens loucos com os seus volteios.

 

A única coisa que correu bem no domingo foi a velocidade com que o Benfica evacuou.

Sim, evacuou-se em 7 minutos.

55 mil pessoas evacuaram mais depressa que o diabo esfrega um olho!

É uma grande vitória, e há mesmo quem diga que foi a evacuação mais rápida da história da humanidade!

É preciso ver esse lado do evento também, e concluir o Benfica é o clube mais veloz do universo a evacuar um estádio.

A única excepção foram os adeptos do Sporting, que coitados, não puderam evacuar tão depressa, e ficaram retidos...

Mas, graças a Deus, não houve feridos nessa evacuação mais lenta e desagradável.

 

Os portugueses devem-se habituar a celebrar o que corre bem, e não o que corre mal.

Sete minutos para evacuar é obra, há quem demore muito mais tempo.

E até dá para fazer comparações engraçadas: há dias, antes de um jogo para a Taça da Liga com o Marítimo, os jogadores do FC Porto atrasaram-se mais de dois minutos a apertar os atacadores dos sapatos, a coçar as virilhas e a compor as camisolas!

Porém, o Benfica evacuou 55 mil pessoas em sete minutos apenas!

Isto é que é de louvar: enquanto uns se atrasam, outros batem recordes!

publicado por Domingos Amaral às 11:24 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 23.01.14

Os 20 clubes mais ricos do mundo...e os portugueses!

Saiu ontem o relatório da Deloitte que lista os maiores clubes do mundo em termos de receitas geradas e, como já se esperava, o clube português que mais receitas gera, o Benfica, caiu do 22º para o 26º lugar.

É importante dizer que, neste relatório da Deloitte, só são consideradas as receitas de bilheteira, as receitas televisivas e as receitas comerciais (sponsors, merchandising, corporate, etc) não sendo por isso incluídas as receitas com transferências de jogadores.

O Benfica, mas especialmente o FC Porto, são muito fortes nesta receita, mas isso não é contabilizado neste relatório, o que leva os clubes portugueses a terem dificuldade de competir com os clubes das ligas mais fortes (ingleses, alemães, espanhóis, italianos e franceses), bem como com os clubes turcos e mesmo brasileiros (o Corinthians ultrapassou este ano o Benfica).

 

No topo da lista, continuam Real Madrid e Barcelona, que geram receitas de 518,9 e 482,6 milhões de euros, suportadas sobretudo nos fantásticos direitos televisivos e nos patrocínios que geram.

Em terceiro lugar, vem o Bayern de Munich, que destronou o Manchester United da terceira posição. Depois de uma fantástica época desportiva, os alemães chegam aos 431,2 milhões de euros, enquanto o clube inglês se fica pelos 423,8 milhões.

Em quinto lugar, em grande ascensão, aparece o Paris Saint Germain, onde os milionários do Qatar têm investido muito e gerado fantásticas receitas, que chegam aos 398,8 milhões de euros.

De seguida, um clube inglês que está em alta, e dois clubes ingleses que perderam posições. O Manchester City, sobe para 6º lugar, com 316,2 milhões; o Chelsea cai para sétimo com 303,4 milhões; e o Arsenal tomba para oitavo, com 284,3 milhões de euros.

Em nono e décimo aparecem os dois primeiros clubes italianos: a Juventus, com 272,4 milhões, e o AC Milan, com 263,5 milhões.

 

Depois dos dez primeiros aparecem Dortmund, Liverpool, Shalke, Tottenham, e Inter, sendo que este último caiu 4 posições no ranking!

Depois, a surpresa: o 16º classificado é o Galatasaray, que ano passado estava em 29º! Os clubes turcos são os que mais sobem este ano, pois o Fenerbahçe também trepa até ao 18 lugar.

No meio dos turcos está o Hamburgo, que também sobe, e logo atrás estão a Roma e o Atlético de Madrid, que fecham o top 20.

Quem saiu dos 20 mais foram o Nápoles, o Newcastle, o Marselha e o Lyon, que caíram todos muito nas suas receitas.

 

E, para o ano, a Deloitte avisa que os ingleses vão subir muito, pois há novos contratos televisivos na Premier League.

É muito provável que, mesmo com a Benfica TV, o clube da Luz não consiga acompanhar a pedalada, e saia fora dos 30 primeiros. 

Portugal é um país muito mais pequeno que os outros, e ainda por cima com a crise económica que por cá vai, e com a penúria que os nossos clubes ganham em direitos televisivos, temos poucas hipóteses.

Exportar jogadores é uma fatalidade para os nossos clubes.

publicado por Domingos Amaral às 15:53 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 06.01.14

Eusébio e o eco na eternidade

No filme "O Gladiador", há uma frase muito bonita que transmite bem o que penso sobre Eusébio.

Num discurso às tropas, antes de um combate, o general romano Maximus (Russel Crowe) declara:

"O que fazemos na vida, faz eco na eternidade".

 

Eusébio, os seus golos, as suas fabulosas jogadas pelo Benfica, as suas lágrimas por Portugal, fará eco na eternidade.

Daqui a cem anos, ou mesmo daqui a mil anos, ainda haverá que veja os filmes dos seus talentos dentro do campo.

É assim sempre com os génios.

Hoje ainda ouvimos a música de Mozart ou Beethoven, e ainda lemos as obras de Shakespeare ou Eça.

Não precisamos de ter sido contemporâneos deles para apreciar, com admiração e emoção, aquilo que fizeram. 

É por isso que eu não estou de acordo quando me dizem que eu não vi jogar Eusébio.

Vi e não vi.

Não vi porque nasci em 1967 e quando comecei a adorar futebol já ele estava no fim da sua carreira.

Mas, vi-o sempre, a vida toda, em imagens e sempre verei.

A magia da televisão permite-nos isso e Eusébio, um dos pais fundadores do futebol da era moderna (com Di Stefano, Bobby Charlton ou Pelé), emocina-me hoje como se eu estivesse lá para viver o que se passou, em 62 ou 66.

Eu vi, e vou continuar a ver porque coisas daquelas são para ver e rever e admirar sempre.

Coisas dessas, maravilhosas, vão continuar a fazer eco, pela eternidade fora.

publicado por Domingos Amaral às 11:26 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Terça-feira, 03.12.13

Previsão para 2014: o Benfica será campeão nacional!

Nos campeonatos de futebol, quem paga mais, ganha mais.

A regra de ouro é essa: quem mais gasta em despesa salarial (vencimentos e prémios), é normalmente campeão nacional.

É assim em Espanha, em França, em Itália, na Alemanha, muitas vezes em Inglaterra e é assim também em Portugal.

E quem é o clube que neste momento tem uma maior despesa salarial em Portugal?

Acertaram, é o Benfica! 

Segundo os relatórios de contas dos três grandes, divulgados ontem na CMVM, a despesa salarial do primeiro trimestre (Julho, Agosto e Setembro) é a seguinte*:

 

Benfica - cerca de 13 milhões de euros em salários de jogadores e treinadores

FC Porto - cerca de 10 milhões de euros em salários de jogadores e treinadores

Sporting - cerca de 7 milhões de euros em salários de jogadores e treinadores 

 

Se fizermos uma extrapolação destes valores para a despesa anual, veremos que o Benfica no final do ano deverá ter gasto em salários cerca de 52 milhões de euros (4 x 13), o FC Porto andará pelos 40 milhões (4 x 10) e o Sporting deverá ficar-se pelos 28 milhões de euros (4 x 7), o que sendo menos, não são tostões, como ontem disse com demagogia Inácio!

Assim sendo, a minha previsão é clara: este ano o Benfica é o mais forte candidato ao título, e provavelmente será campeão, pois tem os melhores jogadores, os mais bem pagos e motivados para vencer.

 

A despesa salarial é um bom indicador, não só da qualidade dos jogadores (se os jogadores são melhores isso reflete-se no seu salário); mas também da motivação dos jogadores (se são mais bem pagos têm maior incentivo para vencer).

Por isso, se não houver nenhum facto extraordinário, o clube que melhor paga é normalmente campeão.

Para quem não acredita, aqui fica uma prova importante: nos últimos 12 campeonatos em Portugal, essa regra verificou-se em 10 anos!

Em 10 casos num total de 12, foi campeão o clube que tinha a despesa salarial mais elevada.

Foi assim com o FC Porto, em 9 desses casos, nas épocas que terminaram em 2003 e 2004 (com Mourinho), na época de 2006 (com Co Adrianse), nas épocas de 2007, 2008 e 2009 (com Jesualdo); na época de 2011 (com Villas-Boas) e nas duas últimas épocas, 2012 e 2013 (com Vitor Pereira).

Mas também foi assim com o Benfica em 2010, na primeira época de Jorge Jesus, em que o clube teve a despesa salarial mais elevada, e foi por isso campeão.

 

Há excepções a esta regra?

Sim, há. Em Portugal e nos últimos 12 anos, há duas excepções.

Em 2002 e 2005, o FC Porto apesar de ser a equipa com maior despesa salarial, não foi campeão. Em 2002 foi o Sporting, e em 2005 foi o Benfica.

E o que se passou nesses dois casos? Em ambos o FC Porto cometeu o erro de despedir o treinador a meio da época, e não foi campeão.

Em 2002 despediu Octávio, e em 2005 despediu primeiro Del Neri e depois Fernandez, terminando com Couceiro.

Ou seja, a instabilidade no banco do FC Porto prejudicou a equipa, e o clube não foi campeão.

Assim, podemos dizer que se houver instabilidade no banco, é provável que a regra dos salários já não se verifique.

O despedimento de um treinador causa sempre perda à equipa, e pode retirar-lhe a possibilidade de ser campeão.

 

Portanto, e em resumo, as minhas previsões para a época 2013-2014 são as seguintes:

- O Benfica é este ano o mais forte candidato ao título, e deverá ser campeão, a não ser que haja qualquer calamidade imprevisível.

- O FC Porto deverá ser segundo, mas se despedir Paulo Fonseca pode arriscar-se a ficar em terceiro.

- O Sporting deverá ser terceiro, a não ser que o FC Porto mude de treinador, caso em que o Sporting pode ser segundo.


* Lendo os relatórios com atenção são estes os números da despesa salarial com jogadores e treinadores, diferentes e menores que a despesa salarial consolidada das SADs, que inclui outros items. No caso do Benfica, por exemplo, é necessário retirar as despesas salariais com outras empresas do clube, como a Benfica TV. 

publicado por Domingos Amaral às 11:15 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 27.05.13

As 4 razões para Jesus continuar no Benfica

Para mim, não há qualquer dúvida de que Jorge Jesus deve continuar no Benfica, e aqui deixo as 4 principais razões:

 

1 - O Benfica é o que mais fatura!

Se há coisa que Jesus trouxe ao Benfica foi faturação. Quando ele chegou, o FC Porto tinha receitas superiores ao Benfica. Com ele, ficámos sempre em primeiro lugar, com mais de 100 milhões de euros de receitas em cada um dos anos! 

Neste momento, o Benfica é o 22º clube do mundo com mais receitas e a Jesus se deve. Aumentaram os espectadores no estádio, o merchandising vendido, e as receitas com transferências atingiram valores que ninguém acreditaria antes de Jesus chegar.

Nas receitas, ninguém nos vence. 

 

2 - O Benfica é o 9º clube no ranking da UEFA

Antes de Jorge Jesus chegar ao Benfica, o clube estava muito lá para trás, em 22º lugar. Em apenas 4 anos, subiu 13º lugares, com boas prestações tanto na Liga dos Campeões como na Liga Europa.

Na próxima temporada, e pela primeira vez na sua história, o Benfica pode ser um dos cabeças-de-série da Liga dos Campeões, se o Arsenal não vencer o play-off que tem de disputar.

É um feito notável, e a maior subida de um clube europeu nos últimos cinco anos. E a Jesus se deve!

 

3 - O Benfica joga um futebol de ataque como poucos jogam na Europa

Muitos dos comentários de observadores internacionais, depois da final da Liga Europa, classificaram o Benfica como uma equipa que jogava um futebol entusiasmante, "que há muito não se via na Europa", como disse Cruiff. 

É esse o DNA do Benfica de Jorge Jesus, e isso deve-nos orgulhar. O futebol é golos e espectáculo, não é retranca e cinismo, e eu prefiro mil vezes as equipas de Jesus a outras, bem mais cautelosas mas que nos deixam ensonados e entediados. 

 

4 - Se Jesus sair do Benfica vai para o FC Porto

Sei, de fonte próxima de Jesus, que ele já foi convidado por Pinto da Costa para ir para o Dragão.

O almoço entre o presidente do FC Porto e Vítor Pereira foi para enganar o pagode, pois Pinto da Costa está à espera de saber se Jesus vai ou não ficar no Benfica.

Se Jesus sair, irá para lá, e essa será uma perda dramática e dolorosa, pois Pinto da Costa deseja uma vez mais humilhar o Benfica, provando que Jesus será um grande vencedor no Dragão.

E essa é uma óptima razão para ele não sair. Um dos graves erros do Benfica foi deixar sair talentosos treinadores (e jogadores) que depois saíram vitoriosos no Dragão, como Mourinho. Com Jesus isso não pode acontecer!

 

Explicadas essas quatro razões, há que acrescentar um ponto essencial, que a direção do Benfica e todos os sócios e adeptos têm de perceber. Só com grandes jogadores o Benfica é melhor que os outros!

A última vez que o Benfica foi campeão, tinha jogadores extraordinários. Cinco deles foram vendidos (Di Maria, Ramires, David Luiz, Fábio Coentrão e Javi Garcia); dois deles decaíram muito de qualidade (Aimar e Saviola); e três deles já estão mais entradotes (Luisão, Maxi Pereira e Cardozo).

Se compararmos a actual equipa com a que foi campeã em 2010, esta não é tão boa. Apesar de ter bons jogadores (Matic, Enzo, Garay, Gaitan, Salvio e Lima), não está ainda ao nível da equipa campeã.

É isso que o Benfica precisa outra vez: grandes jogadores! Sem eles, não seremos campeões. Com Jesus ou sem Jesus.

  

publicado por Domingos Amaral às 12:27 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Segunda-feira, 20.05.13

Porque é que o FC Porto é campeão e o Benfica não?

Mais uma vez, para grande tristeza dos benfiquistas e alegria dos portistas, o FC Porto foi campeão nacional de futebol. Parabéns pois aos azuis, mas parabéns também ao Benfica, que fez uma excelente temporada.

Aqui há uns meses, publiquei um livro onde defendi que quem paga mais em salários (fixos e prémios) aos jogadores e treinadores, é normalmente campeão. Ou seja, quem paga mais, ganha mais. E, mais uma vez, tive razão.

Embora ainda não se saibam os números definitivos da época, a verdade é que, nos relatórios semestrais de ambos os clubes, lá estava a diferença. Em seis meses, o FC Porto gastou 25,76 milhões de euros em salários e o Benfica gastou 23,55 milhões. Portanto...

A minha previsão é que, no final do ano, os valores serão cerca de 50 milhões para o FC Porto e cerca de 47 milhões para o Benfica, uma pequena mas relevante diferença em despesa salarial.

Para quem não acredita nesta relação muito forte entre a competitividade de uma equipa e a sua despesa salarial, é importante dizer que, nas últimas 12 temporadas a regra verifica-se em 10 casos!

Em 10 dos 12 anos, quem pagou mais foi campeão! E isso também se passou na primeira época de Jorge Jesus no Benfica, em que o Benfica foi campeão porque pagou mais aos seus jogadores e treinadores, tendo gasto 38,2 milhões de euros contra os 35,5 milhões do FC Porto.

É também esta a situação em quase todos os campeonatos da Europa, onde quem paga mais normalmente é campeão. O Benfica tem de perceber isto o mais depressa possível, e contratar ainda melhores jogadores, e pagar-lhes mais, para voltar a ser campeão. 

Porém, é evidente que esta regra não explica tudo. É uma regra necessária, mas não suficiente. Em futebol, quando duas equipas estão no mesmo patamar de qualidade, é nos detalhes que se vence e assim foi mais uma vez.

Alguns "pormaiores" deram o título ao FC Porto. A saber: um empate do Benfica com o Estoril, totalmente inesperado. Um golo aos 92 minutos no Dragão, também ele inesperado. 

Enfim, são detalhes que retiraram ao Benfica 2 pontinhos essenciais. Mas, a verdade é que, num campeonato tão equilibrado, os jogos entre FC Porto e Benfica foram fundamentais, e o FC Porto conseguiu vencer o Benfica no Dragão, mas o Benfica não conseguiu vencer o FC Porto na Luz.

A última vez que fomos campeões, essa vitória aconteceu e talvez só sejamos outra vez campeões quando repetirmos o feito.

De qualquer forma, qualquer pessoa que goste mesmo de futebol deve elogiar e aplaudir ambas as equipas, pelo excelente e emocionante campeonato que disputaram até ao último minuto. Assim sim, assim todos gostamos mais de futebol.

publicado por Domingos Amaral às 11:16 | link do post | comentar | ver comentários (16)
Quinta-feira, 16.05.13

Benfica: o Príncipe Encantado vai chegar um dia!

Carta a Jorge Jesus

 

Caro Jorge Jesus, muitos parabéns pelo grande jogo que ontem o Benfica fez.

Muitos parabéns pela forma desassombrada, corajosa, intensa e vibrante como ontem o Benfica jogou. Assim, sim, assim o Benfica é grande, mesmo quando perde.

Ontem, talvez pela primeira vez em toda a minha vida, senti que Portugal inteiro se orgulhou do Benfica. Mesmo os nossos adversários, portistas e sportinguistas, admiraram o nosso fantástico jogo, e o nosso maravilhoso público em Amesterdão, e mesmo eles sentiram a crueldade que foi perder assim.

A derrota custa, custa muito, mas caro Jorge Jesus, não deixes que esta derrota ensombre o quanto fizeste este ano e a grande temporada que o Benfica fez. 

Jamais me vou esquecer de muitos momentos bons deste ano. Das vitórias em Leverkusen e Bordéus, da forma magnífica como jogámos em Nou Camp, Newcastle ou nesta final; das excelentes vitórias nacionais em campos tão difíceis como Alvalade, Braga, Madeira e Paços de Ferreira.

E, sobretudo, jamais me vou esquecer daquele que foi o melhor jogo da época que o Benfica fez, na Luz, contra o Fenerbahçe, na meia-final.

Além disso, também não me vou esquecer do que diziam da equipa no início do ano, quando tínhamos acabado de vender Witsel e Javi Garcia e não havia meio-campo, pois Aimar e Martins estavam fora de combate. Ou quando diziam que não tínhamos defesa, pois Luisão estava castigado para meses e supostamente não havia lateral esquerdo.

Ainda te lembras do que disseram de ti? Pois, meu caro Jesus, a ti se deve a grande construção desta equipa. A invenção de um meio-campo excelente, com Matic e Enzo Pérez; o nascimento de um jovem lateral chamado Melgarejo; a afirmação de um grande avançado chamado Lima; e ainda uma aposta em jovens portugueses, os dois Andrés.

Quem fez tudo isto em apenas um ano, e conseguiu tanta coisa boa e bonita para alegrar os nossos corações, não pode pensar em desistir só porque perdeu dois jogos nos descontos. 

Os grandes homens não são os que estão sempre no topo, lá no alto, mas sim aqueles que sabem que vão cair muitas vezes e que se vão tornar a levantar do chão muitas vezes mais, e recomeçar tudo outra vez. 

A história não acaba aqui, a vida não acaba hoje nem amanhã, e no Domingo ainda temos de lutar por um milagre. 

Sim, um dia vai acontecer um milagre ao Benfica. Ninguém sabe quando, mas um dia a famosa maldição de Bela Gutman também vai acabar. Ontem não foi esse dia, mas ele vai chegar.

Sabemos todos, desde crianças, que todas as maldições acabam com a chegada de um Príncipe Encantado. Quem sabe se um dia não serás tu?

publicado por Domingos Amaral às 10:08 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Segunda-feira, 13.05.13

Afinal, Jesus não é Deus!

Afinal, Jesus não foi promovido a Deus, como todos os benfiquistas esperavam. Afinal, ele é humano, e também erra, e quando erra e perde, ajoelha, destroçado.

Infelizmente para os benfiquistas, Jesus não foi Deus, e não conseguiu vencer o medo de jogar no Dragão. Foi isso que nos derrotou, o medo. 

No futebol, há verdades antigas que se repetem mil vezes, e mil vezes se irão repetir ao longo da eternidade. Uma dessas verdades é: quem joga para empatar, perde. 

Custa muito mas é verdade, e vai ser sempre. Lembro-me que uma das vezes que mais admirei José Mourinho foi quando ele, treinador do Inter, teve de ir jogar fora, com o Chelsea, a segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

Com a maior lata, apresentou-se em Stanford Bridge com 3 avançados, em pressão alta, e sempre ao ataque. É claro que ganhou, eliminou o Chelsea, e nesse ano ganharia a sua segunda Champions. O seu descaramento, o seu atrevimento, a sua coragem, deram-lhe a vitória.

Lá diz o provérbio que a sorte protege os audazes e foi isso que faltou ao meu Benfica na segunda parte. O Benfica não foi audaz, encolheu-se, encostou-se às cordas e no fim teve azar.

Ó Jesus, a meia hora do fim, tira-se um médio de ataque, Gaitan, e coloca-se um defesa, Roderick? E tira-se um extremo, Ola John, para meter um médio que não tem gáz para jogar linha, Aimar? 

Por muito que me custe, desta vez foi Vítor Pereira que foi audaz. Retirou um defesa, Danilo, e um médio, Lucho, para meter um avançado, Liedson e um extremo, a Catatua Negra da Nossa Infelicidade, o tal de Kelvin.

Agora, só um milagre nos salva e devolve ao Benfica um título que até merecia.

 

publicado por Domingos Amaral às 10:44 | link do post | comentar | ver comentários (9)
Quinta-feira, 09.05.13

As 2 finais que o Benfica tem de vencer

Estes são os dias mais importantes do ano para o Benfica. Entre sábado e quarta, o meu clube vai jogar duas grandes finais.

A de quarta, já o sabemos, é em Amesterdão contra o Chelsea. A de sábado, não menos importante, é no Dragão, contra o FC Porto.

É de uma final que se trata, e é assim que o jogo com os azuis e brancos deve ser visto. Na verdade, descontando o facto de não existirem penalties, podemos dizer que quem vencer esta final é campeão, e no caso de empate haverá um prolongamento a jogar na semana seguinte.

Tanto para o Benfica como para o FC Porto, vencer esta Final do Campeonato (assim mesmo, com maiúsculas) é absolutamente essencial. Tal como nas finais de outras competições, quem ganhar é mesmo o vencedor final, ninguém tenha dúvidas disso.

No caso do Benfica, é campeão matemático, mas no caso do FC Porto vencer, também estará encontrado o campeão, pois ninguém acredita que o FC Porto, com um ponto de avanço, não consiga vencer em Paços de Ferreira.

Eu prefiro assim, uma final para vencer, em que as duas equipas têm de arriscar tudo por tudo.

Ao contrário da maioria dos benfiquista, que preferia ir ao Dragão com 4 pontos de avanço para "poder perder", a mim essa sensação enervava-me. Enervava-me que os benfiquista já dessem como certa a vitória do FC Porto, enervava-me essa falta de ambição implícita no "poder perder".

O empate com o Estoril tornou as coisas mais difíceis, mas foi bastante bom para manter a concentração ao máximo. No Benfica, não podem existir esses pensamentos de "poder perder". Agora, o Benfica tem de "ganhar".

Ainda bem que Jorge Jesus está com confiança e quer sair do Dragão campeão. Não há qualquer razão para pensar diferente. Aliás, o FC Porto também pensa assim.

Será, tenho a a certeza, um dos mais inesquecíveis e fantásticos jogos dos últimos anos, com duas equipas a quererem ganhar e a jogar ao ataque! No fundo, uma grande final, como todos merecemos!

publicado por Domingos Amaral às 10:18 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 03.05.13

Carta a Luís Filipe Vieira

Caro Luís Filipe Vieira,

Ontem, no meio da enorme euforia que se viveu do Estádio da Luz, entre abraços ao meu querido filho e aos outros companheiros de bancada, entre gritos e cânticos entusiasmados, de repente lembrei-me de si, e pensei em quanto deve estar contente e orgulhoso. 

É certo que, durante e depois dos jogos, temos tendência para falar muito mais nos fantásticos jogadores e nos maravilhosos golos, e igualmente no experiente e sagaz treinador. Nesses momentos, há pouca gente que se lembra do Presidente.

Mas, eu não quero deixar passar este dia sem lhe dar os parabéns pela chegada do Benfica a uma final europeia. Sim, parabéns senhor presidente, por este feito que nos proporcionou.

É evidente que, se o Benfica for campeão nacional, se ganhar a Liga Europa e a Taça de Portugal, será uma época extraordinária do nosso clube, e nesse momento os nossos heróis vão ser, como já são, Cardozo, Lima, Gaitan, Salvio, Matic, Luisão, Artur, e também Jorge Jesus.

Sim, mas isso é outra coisa, isso é o futebol em estado puro. Só que, antes de isso existir é preciso haver gestão, capacidade de decisão, lucidez financeira e essas em muito se devem a si, e é por tudo isso que o senhor hoje merece os parabéns.

Foram quase dez anos de presidência, e não foram dez anos nada fáceis. Muitas vezes fui crítico da sua gestão, mas hoje tenho de reconhecer que, sobretudo no último mandato, o senhor melhorou muito como presidente do nosso clube. 

No futebol, como na vida, aprende-se com os erros, aprende-se a errar cada vez menos, e percebe-se que o fundamental é ter uma grande equipa, com muito bons jogadores e um óptimo treinador, e que isso, mais tarde ou mais cedo, vai dar frutos.

É por isso que acho que o senhor merece os parabéns. Parabéns por ter mostrado a capacidade de resistência que mostrou ao longo desta década, parabéns pela crença e pelo entusiasmo que sempre colocou ao serviço do clube, parabéns pela constante melhoria das decisões sobre jogadores ao longo de dez anos.

Estar numa final europeia é o resultado de tudo isso: dos dias difíceis e das frustrações dolorosas; dos momentos bons prematuros que depois empalidecem depressa demais; dos erros e e das falhas; mas também dessa força interior que nos faz ser capaz de, todos os dias, voltar a acreditar que é possível, e voltar a lutar.

Pela minha parte, sinto que quase dez anos depois, o senhor conseguiu atingir o seu objectivo mais importante: fazer com que o Benfica seja uma instituição nacional que nos orgulhe pela forma fantástica como joga à bola, pelos jogadores excelentes que tem, e pelo treinador competente que tem. 

Nestes tempos em que os portugueses andam tão tristes, há pelo menos uma Luz de esperança para muitos. Obrigado por isso. 

Ao meu lado, no estádio, estava um rapaz que tinha 23 anos e eu abracei-o e disse-lhe que no ano em que ele estava a nascer, eu via pela última vez o Benfica numa final europeia. 23 anos são muitos anos, e foi muito difícil para todos nós...

Mas, em futebol, o futuro é que conta, e agora o futuro pode começar a ser nosso.

Ao meu lado no estádio estava também o meu filho Duarte, que tem apenas 11 anos, e que passou a segunda parte muito nervoso e com dores de barriga, tal era a aflição e o desejo de ver o Benfica em Amesterdão. 

No fim, os olhos dele brilhavam de uma alegria imensa e pura, o sonho de uma criança tinha-se realizado!

Obrigado sr. Presidente, por ter tornado possível este momento de felicidade do meu filho.

São coisas destas que o coração de um pai, como os corações de muitos outros milhões de pais e mães, jamais vão esquecer!

Um abraço

Domingos Amaral

publicado por Domingos Amaral às 16:25 | link do post | comentar | ver comentários (11)
 

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