Viva Obama, alguém que está contra a austeridade na Europa!
Barack Obama falou sobre a Grécia e as suas palavras foram contundentes: a austeridade não vai resolver o problema grego.
Só cortes na despesa do Estado e impostos altos não irão ser capazes de tirar o país da profunda recessão em que está mergulhado.
Obama sabe do que fala.
Também na América, o partido republicano quis ser "austeritário", cortando o deficit e diminuindo a dívida.
Obama foi muito atacado pelos moralistas e pelos austeritários, que acham mais grave existirem dívidas do que desemprego.
Porém, não hesitou, e nunca praticou a austeridade que lhe pediam.
Pelo contrário, tentou estimular a economia com mais despesa do Estado. Subiu os impostos também, mas só para os mais ricos.
O resultado foi bom: enquanto a Europa inteira afocinhava numa recessão, a América começava a sair da crise.
Começava e continua a sair da crise.
Com a ajuda dos estímulos do FED, que injecta mais fundos na economia, o desemprego já desce há muitos meses.
Nada disto foi possível na Europa.
Os alemães, sempre aterrados com o trauma de uma inflação que ninguém vê, impedem o BCE de lançar estímulos semelhantes aos do FED.
E Merkel e seus lugares-tenentes massacraram os pequenos países do Sul com doses cavalares de austeridade.
O resultado é o que se vê.
Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, Chipre e até a França, não conseguem crescimento decente.
Os pequenos sinais positivos que aparecem são sobretudo isso, pequenos.
A Europa do Sul foi aprisionada na "armadilha da dívida". Faz-se austeridade para baixar a despesa do Estado, mas isso gera mais recessão, e a dívida continua sempre a crescer.
Não há saída desta armadilha assim. Nem as exportações, nem as reformas do Estado, pagam estas dívidas.
As únicas soluções são outras: reestruturação individual ou mutualização europeia das dívidas.
Até a revista "The Economist", paladina do liberalismo económico, não tem dúvidas.
Hoje, o editorial é lapidar: Portugal, Irlanda e Grécia não vão pagar as suas dívidas, os programas de ajustamento, de tão draconianos na sua austeridade, falharam.
Mas, na Europa não há um Obama, e ele aqui não manda quase nada.
É pena.
Com líderes com ideias erradas, a Europa é incompetente, e por isso fica para tráz.