Adeus Nicky, serás sempre da nossa família
Quando conheci a Sofia, há quase seis anos, a Nicky tinha seis ou sete meses, era uma cadelinha boxer muito pequena, e tinha a pata com uma ligadura. Gostei dela de imediato, e acho que o sentimento foi mútuo, pois ela vinha sempre sentar-se ao pé de mim no sofá.
Às vezes, eu costumava brincar com a Sofia e dizia que tinha sido a Nicky que me tinha escolhido primeiro, e não a sua dona, e que fora a cadela que me dera a oportunidade de namorar a dona.
Na segunda-feira, abruptamente, a Nicky foi-se embora deste mundo, com uma doença que é quase sempre fatal, o estômago torcido.
Nunca esperei uma notícia destas, ainda por cima estando nós de férias, e ela em Lisboa.
Sei bem o quanto a Sofia amava a Nicky e o quanto o seu desaparecimento prematuro a entristece.
Os cães, como quase todos os animais, estão pouco tempo connosco. São da nossa família, mas não ficam tanto tempo na nossa companhia quanto as pessoas, as mães e os pais, os filhos e os irmãos, os sobrinhos ou os primos, as tias ou os avós.
Sabemos isso sempre, mas quando a nossa cadela morre é como se morresse alguém da nossa família, e ficamos mais tristes.
Incompletos.
Agora, vai-nos custar olhar para o sofá da Nicky, onde ela se deitava, orgulhosa e proprietária, como se o local fosse o seu reino, só dela.
Agora, os meus passeios nocturnos serão mais solitários, pois vai-me faltar a companhia da Nicky.
Adeus companheira, fizemos tudo, sobretudo a Sofia, para teres uma vida feliz.
E desculpa não ter estado ao pé de ti no fim, mas nunca esperei que a tua vida acabasse assim, desta forma tão abrupta.