Carlos Abreu Amorim e uma piadinha racista
Carlos Abreu Amorim é vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Ou seja, é deputado, membro de um órgão de soberania, e supostamente representa o povo que o elegeu.
Mas Carlos Abreu Amorim é também adepto do FC Porto, e naturalmente excitado com a vitória do seu clube, escreveu um tweet entusiasmado, no domingo à noite, onde chamava "magrebinos" aos adeptos do Benfica.
Não me incomoda nada ser insultado enquanto adepto do Benfica, é coisa a que todos no futebol se habituaram já há muitos anos. O que me incomoda é que um deputado não perceba o racismo e o fomente.
O grave em Carlos Abreu Amorim não foi ele ter insultado os adeptos de um clube de futebol. O grave foi ele ter usado a palavra "magrebinos", como se os "magrebinos", pessoas nascidas no Magreb, fossem seres inferiores ou uma raça menor.
O racismo também é isto. Para melhor insultarmos alguém, tentamos despromovê-lo a pertencente de uma raça menor e inferior.
Para Carlos Abreu Amorim, na sua cabecinha, os "magrebinos" são uma escória, são seres desprezíveis. Eis a teoria racial no seu esplendor.
Ora, suspostamente, e sobretudo entre pessoas civilizadas, não há raças superiores nem inferiores. Mas, para Carlos Abreu Amorim, há pelo menos uma raça inferior, os "magrebinos".
É portanto fácil de deduzir que Carlos Abreu Amorim se considera "superior", um membro de uma raça nobre e digna, muito mais valiosa e digna do que a "magrebina".
Mas, qual será a raça de Carlos Abreu Amorim? Será ele caucasiano, indo-europeu, branco? Pela imagem é difícil de dizer a que raça pertence Carlos Abreu Amorim, mas talvez seja à famosa raça ariana, ou qualquer coisa no género.
E temos nós um deputado do PSD que, nos confins do seu cerebelo, tens convicções destas. Por mais pedidos de desculpa que peça, Carlos Abreu Amorim não apaga os estragos.
A partir de agora, vou sempre recordar que, debaixo daquela retórica toda, há um racistazinho supremacista à espreita...