Quando a cabeça (do Sporting) não tem juízo...
Já cantava o António Variações que o corpo é que paga quando a cabeça não tem juízo, e foi disso que me lembrei ontem ao ver o Sporting-Benfica. Os leões correram demais na primeira parte, tal era a ânsia de vencer o rival, que depois pagaram um preço alto, e acabaram por ser derrotados sem qualquer dúvida por 1-3.
Na segunda parte, chegou a ser penoso ver alguns dos jogadores do Sporting a perderam bolas da maneira que perderam, por puro cansaço. Capel, por exemplo, quase não existiu depois do intervalo. No princípio, Maxi Pereira parecia estar a levar um banho de bola, mas ele é uma velha raposa, e sabia que quem corre como Capel correu em 45 minutos...Na segunda parte, era Maxi que passava por ele sem problemas.
Quanto a Carrillo, um excelente jogador, quase só se viu uma vez, quando acelerou e ofereceu a Elias um golo que Artur negou, com mais uma das suas espantosas defesas. O Sporting acabou aí, e depois só deu Benfica. Antes do jogo, na brincadeira, tinha enviado um sms a um amigo a dizer que os leões iam levar 4 na segunda parte e quase adivinhei.
Jesus teve mais uma vez razão ao dizer que a esta corrida é a dois. Provavelmente assim será até ao final do campeonato. Benfica e FC Porto estão colados, e nenhum quer ser o primeiro a ceder.
Como digo no meu livro "Porque é que o FC Porto é campeão e o Benfica só ganha Taças da Liga?", o elemento determinante para vencer são os salários que os clubes pagam a jogadores e treinadores. Quem paga mais, normalmente é campeão.
Ora, este ano as coisas estão muito próximas. Segundos os relatórios de contas, no primeiro trimestre desta época, o FC Porto gastou 11,7 milhões de euros em salários e o Benfica 11,2, o que os coloca quase lado a lado na possibilidade de ser campeão.
Talvez por isso, a igualdade de resultados é a norma. Até agora, o FC Porto disputou 21 jogos (11 para o campeonato, 6 para a Champions, 3 na Taça de Portugal e a Supertaça). Ganhou 16, empatou 3, e perdeu 2, o que dá uma percentagem de vitórias de 83,3 por cento. Para calcular este número, a vitória vale 2 pontos e o empate um, e depois é preciso dividir pelo total de pontos em 21 jogos (35/42).
Já o Benfica disputou apenas 19 jogos, pois falta-lhe um na Taça e não disputou a Supertaça. Desses, venceu 13 jogos, empatou 4 e perdeu 2. Ou seja, conseguiu 30 pontos em 38 possíveis, o que dá uma percentagem de vitórias de 78,9 por cento, já mais próxima da do FC Porto, e melhor que há um mês atrás. Portanto, a coisa está mesmo renhida!