Terça-feira, 11.02.14

Stephanie, 1 - Derby, 0

Será que vai haver derby esta noite?

A questão não é de somenos, principalmente para mim, que estive na Luz no Domingo, e que quero lá estar hoje, ou amanhã, ou quando fôr o jogo!

Porém, não estou de acordo quando muitos dizem que o que se passou foi "uma vergonha", um "ridículo", e que a culpa é do Benfica!

Não meus caros leitores, a culpa não pode ser imputada ao Benfica.

A culpa é de uma gaja!

 

Sim, uma gaja chamada Stephanie, que é uma maluca que rodopia a mais de 120 quilómetros por hora! 

Foi essa doidona, essa desbragada Stephanie, que deu cabo das chapas, das coberturas, e da já famosa lã de rocha, como ontem passou a ser chamada, pois no próprio dia todos lhe chamavam lã de vidro!

Por favor, alguém acredita que os parafusos das chapas, mesmo desapertados aqui e ali, teriam voado se não fosse a Stephanie?

Com um dia normal, tudo teria corrido normalmente.

Mas, domingo não foi um dia normal, domingo foi dia da Stephanie, essa destravada, que gira doida e deu cabo do espectáculo.

 

Foi a Stephanie que ganhou, até agora.

Ao intervalo, ganha por 1-0 contra o derby, e veremos se hoje há segunda parte.

É que, pelos vistos, a Stephanie gostou de Portugal, e decidiu ficar por cá mais uns dias, e hoje continua a rodopiar por aí, a dar os seus assobios, e a pôr o derby em causa.

Se o jogo for adiado, a Stephanie ganha por 2-0, se houver jogo, o derby empata 1-1, e então podemos tratar do que interessa mesmo.

Mas, para já reina a Stephanie, a única gaja que, em poucos minutos, foi capaz de fod... mais de 60 mil homens, que eram os que esperavam pelo jogo na Luz.

É uma gaja tramada, a Stephanie, essa é que é a verdade, e deixa os homens loucos com os seus volteios.

 

A única coisa que correu bem no domingo foi a velocidade com que o Benfica evacuou.

Sim, evacuou-se em 7 minutos.

55 mil pessoas evacuaram mais depressa que o diabo esfrega um olho!

É uma grande vitória, e há mesmo quem diga que foi a evacuação mais rápida da história da humanidade!

É preciso ver esse lado do evento também, e concluir o Benfica é o clube mais veloz do universo a evacuar um estádio.

A única excepção foram os adeptos do Sporting, que coitados, não puderam evacuar tão depressa, e ficaram retidos...

Mas, graças a Deus, não houve feridos nessa evacuação mais lenta e desagradável.

 

Os portugueses devem-se habituar a celebrar o que corre bem, e não o que corre mal.

Sete minutos para evacuar é obra, há quem demore muito mais tempo.

E até dá para fazer comparações engraçadas: há dias, antes de um jogo para a Taça da Liga com o Marítimo, os jogadores do FC Porto atrasaram-se mais de dois minutos a apertar os atacadores dos sapatos, a coçar as virilhas e a compor as camisolas!

Porém, o Benfica evacuou 55 mil pessoas em sete minutos apenas!

Isto é que é de louvar: enquanto uns se atrasam, outros batem recordes!

publicado por Domingos Amaral às 11:24 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 10.02.14

Stephanie: princesa ou lap dancer?

A tempestade que ontem se abateu sobre Portugal tinha um bonito nome: Stephanie.

É, sem sombra de dúvida, um nome simpático, doce, amoroso, para uma borrasca tão forte.

À primeira vista, parece mesmo contraditório dar um nome tão mignon e queridinho a uma ventania daquelas, mas a verdade é que alguém o deu.

Em quem estariam a pensar os senhores da metereologia quando deram o nome à tempestade?

A primeira pessoa que me veio à cabeça foi a óbvia: a princesa Stephanie do Mónaco.

Se foi a pensar nela que eles batizaram a tempestade, já não há assim uma contradição tão grande entre o nome e o fenómeno atmosférico.

Quando era mais nova, a princesa Stephanie era um fenómeno atmosférico violento, estava sempre a provocar grandes dramas e escândalos, e a afligir a mãe e o pai. 

Então com os homens, aquilo era ventania da grossa! Um verdadeiro tornado de machos à volta dela, era o que provocava a nossa Stephanie.

Portanto, se foi essa a razão do nome, até que não está mal pensado.

Ontem, no Estádio da Luz, voou lã de vidro, o que me parece um material apropriado, muito Stephaniesco.

Por um lado, é lã, quentinha, amorosa; por outro, é de vidro, cortante e perigosa. Assim a modos que me lembra a Stephanie do Mónaco, pois então!

 

Mas, também pode ter sido a pensar noutro tipo de mulheres que foi dado o nome à intempérie. 

Embora eu não seja propriamente um frequentador habitual, a verdade é que das vezes que fui a casas de lap dance, havia sempre uma "Stephanie"!

Juro que não estou a inventar, havia mesmo. 

Aliás, as dançarinas de lap dance têm todas nomes desse tipo: Pamela, Erika, Janine, e claro, Stephanie.

Parece que oiço a voz do speaker da casa, a anunciá-la: "E agora em palco, vinda do Canadá, a inimitável Stephanie!"

Ontem, foi nisso que pensei quando ouvia as notícias na televisão. 

A Stephanie, a nossa tempestade, parecia uma lap dancer aos volteios no seu varão, e depois passeando pelo palco, cada vez mais próxima de nós.

E a malta em grande entusiasmo, a correr para ela, para ver as suas habilidades.

Aquela gente que vai para os paredões mirar o mar e a sua violência fá-lo com a alegria dos rapazes jovens que assistem a um show de lap dance!

Ah, olha para aquilo, que lindo, nunca vi nada assim!

Ai Stephanie, pára com isso que dás cabo de mim! 

O que vale é que foi só uma noite...

 

publicado por Domingos Amaral às 10:47 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 07.02.14

Um abraço ao meu amigo Pedro Reis

O meu amigo Pedro Reis vai sair da presidência da AICEP, onde esteve 3 anos.

Somos amigos desde a adolescência, há quase 30 anos, e é com orgulho que o vejo a deixar um cargo que tão bem desempenhou.

Pode-se sempre dizer que com os amigos, e com a família, é difícil ser-se objectivo, porque os sentimentos nos condicionam.

Mas, neste caso, nem sequer é complicado.

É consensual na sociedade portuguesa que na AICEP o Pedro Reis fez um excelente lugar.

Sobretudo, mostrou uma ideia essencial, que por vezes é pouco sublinhada, a de que é possível, e muito desejável, que o Estado e as empresas privadas se ajudem mutuamente, para promover Portugal. 

Mas, não vou falar de números nem de políticas, porque não se avalia os amigos assim.

Apenas quero deixar-lhe os meus parabéns públicos e um abraço.

 

publicado por Domingos Amaral às 10:53 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 06.02.14

Europa ou América: quem se safou melhor?

Há cada vez mais diferenças entre a América e a Europa na forma como a crise económica tem sido combatida, e por mais que os amantes da austeridade estejam a cantar vitória, a realidade é muito menos agradável do que eles pensam.

 

Veja-se por exemplo, o que fez Obama.

Desde 2008, ajudou os bancos para evitar o colapso e tentou estimular a economia com programas de despesa pública.

Depois, evitou os cortes mais drásticos que os republicanos queriam executar, subiu o IRS para os mais ricos, e agora até já anunciou uma subida do salário mínimo para certos funcionários públicos.

Ao mesmo tempo, o banco central americano, o FED, esteve quatro anos a injectar fundos na economia, para a estimular pois ela estava longe do pleno emprego, e só nos últimos meses reduziu essas injeções para um ritmo menor. 

Ou seja, Keynes e Friedman ao mesmo tempo.

E quais foram os resultados?

Embora lentamente, a economia americana começou a crescer, crescimento esse que acelerou em 2013, e está agora a caminho dos 3% por ano, com o desemprego a cair, e o dólar num valor razoável.

As bolsas estão bem, a dívida não cresceu muito, e a América está com uma saúde económica muito superior à de outras regiões do mundo.

Obama foi keynesiano, e só não foi mais porque os republicanos não deixaram.

E o FED foi intervencionista, como dizia Friedman, e imprimiu moeda porque a economia estava longe do pleno emprego e não havia perigo de inflação.

Os americanos atacaram a recessão com todas as armas que tinham, fiscais e monetárias, e a América levantou-se do chão.

 

Agora, vejamos o que fez a Europa.

Desde 2009, ajudou os bancos com dinheiros públicos, e tentou estimular inicialmente as economias com despesa pública.

Porém, em inícios de 2010 os alemães entraram em pânico, e a Europa entrou numa cruzada de austeridade violenta, cortando a despesa pública à bruta, rejeitando qualquer subida dos salários mínimos, e com subidas generalizadas de impostos.

Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu demorou três anos até declarar que intervinha nos mercados comprando dívida pública, e desde então para cá nunca o fez, apenas mexendo ligeiramente nas taxas de juro, que desceu. 

A Europa rejeitou Keynes, e ignorou Friedman.

E quais foram os resultados?

A Europa afocinhou numa gravíssima crise, que atingiu o seu pico entre 2012 e 2013.

Embora existam áreas que estão a crescer um pouco, o crescimento económico na Europa é muito frágil e curto.

Além disso, o desemprego está em níveis muito elevados, e os salários desceram em muitas regiões.

Pior, as dívidas públicas de muitos países cresceram , em vez de descerem.

Além disso, a Europa está em deflação, os preços estão a cair demais, o que ainda complica mais a vida dos países com problemas, pois as pessoas adiam ainda mais os seus consumos se esperam que os preços desçam no futuro.

Em conclusão, a Europa foi anti-keynesiana, e a intervenção do BCE foi demasiado tímida, anti-Friedman, e o resultado é muito pouco abonatório.

 

Os defensores da austeridade a todo o custo deviam pensar nisso: qual a estratégia que resultou melhor, a americana (Keynes + Friedman)? Ou a europeia (nem Keynes, nem Friedman)?

A resposta é óbvia! 

 

 

publicado por Domingos Amaral às 10:11 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 04.02.14

Os mirones do mar

Aqui há uns anos existiam os mirones dos acidentes de viação.

Sempre que existia um, numa estrada ou mesmo numa auto-estrada, lá surgiam centenas de pessoas a abrandar, a sair dos carros, a parar para ver.

Agora, há os mirones do mar, que mal se sabe que as ondas estão fortes correm para os paredões na esperança de ver o espectáculo.

De telemóvel na mão, com a câmara fotográfica ou o vídeo ligado, armados em reporteres domésticos, com a secreta ambição de conseguirem bater um qualquer recorde de visualizações no You Tube, lá vão os portugas a correr para a borda de água.

Ontem, julgo que era na Nazaré, havia magotes deles, à beira mar, à espera que viessem as "ondas". 

Até carrinhos de bebé se viam, prontinhos para receber a espuminha do mar.

Há uma espécie de irresponsabilidade meio tonta, mas às vezes corajosa, em ir ver as ondas chegar.

O mirone do mar não é o mesmo que vai para Nazaré, ver o McNamara, pois isso não tem piada nenhuma, não há emoção.

O surfista está lá ao longe e não há perigo nenhum para a assistência.

Não tem piada!

O mirone do mar aprecia outras coisas: vagalhões enormes a lamber molhes e paredões; massas de água semi-tsunâmicas a varrerem a praia; o perigo da onda colher o café Raio de Sol ou o restaurante Massas do Mar!

Mas, sobretudo, o que o mirone do mar mais gosta, o que verdeiramente o excita é ver a dona Adelaide ou ou Rudolfo a fugirem à frente da onda!

Isso é que é uma grande alegria!

Então se alguém der um tralho e ficar coberto de espuma, ou viajar uns metros empurrado pela corrente, isso é que é uma reinação!

O mirone do mar delicia-se com este tipo de delícias do mar.

O que valem os camarões ou as santolas comparadas com quatro carros arrastados e restaurantes totalmente destruídos?

Ninguém vê videos no You Tube de pessoas a comer camarões, mas o Zeca teve mais de 45 mil visualizações e 3 mil likes quando mostrou o vídeo dele a correr pelo paredão à frente dos vagalhos!

Enfim, agora que estamos no inverno e não se pode tomar banho na praia, ao menos podemos ir ao parque de diversões "MegaOndas ".

No "MegaOndas" não há brincadeiras como o "snorkeling", a banana, ou o paddling, mas há o "Tombo Molhado", o "Aí vem Ela" ou o "Seja um Usain Bolt do Areal!"

Enfim, nada como um português para tornar o Inverno uma estação verdadeiramente interessante! 

 

publicado por Domingos Amaral às 10:02 | link do post | comentar | ver comentários (1)
 

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