Eusébio e o eco na eternidade
No filme "O Gladiador", há uma frase muito bonita que transmite bem o que penso sobre Eusébio.
Num discurso às tropas, antes de um combate, o general romano Maximus (Russel Crowe) declara:
"O que fazemos na vida, faz eco na eternidade".
Eusébio, os seus golos, as suas fabulosas jogadas pelo Benfica, as suas lágrimas por Portugal, fará eco na eternidade.
Daqui a cem anos, ou mesmo daqui a mil anos, ainda haverá que veja os filmes dos seus talentos dentro do campo.
É assim sempre com os génios.
Hoje ainda ouvimos a música de Mozart ou Beethoven, e ainda lemos as obras de Shakespeare ou Eça.
Não precisamos de ter sido contemporâneos deles para apreciar, com admiração e emoção, aquilo que fizeram.
É por isso que eu não estou de acordo quando me dizem que eu não vi jogar Eusébio.
Vi e não vi.
Não vi porque nasci em 1967 e quando comecei a adorar futebol já ele estava no fim da sua carreira.
Mas, vi-o sempre, a vida toda, em imagens e sempre verei.
A magia da televisão permite-nos isso e Eusébio, um dos pais fundadores do futebol da era moderna (com Di Stefano, Bobby Charlton ou Pelé), emocina-me hoje como se eu estivesse lá para viver o que se passou, em 62 ou 66.
Eu vi, e vou continuar a ver porque coisas daquelas são para ver e rever e admirar sempre.
Coisas dessas, maravilhosas, vão continuar a fazer eco, pela eternidade fora.