Terça-feira, 30.04.13

O Benfica está...quase lá!

Há dois anos, de cada vez que o FC Porto ganhava um jogo próximo do final do campeonato, o seu treinador da altura, André Villas-Boas, costumava dizer que assim se ia "desmoralizando os adversários".

Era verdade, e continua verdade. Quando o clube que lidera ganha mais um jogo, já perto do fim, os rivais perdem moral.

É essa a primeira consequência da importantíssima vitória do Benfica ontem, na Madeira. Era neste jogo que os nossos adversários apostavam todas as fichas, prevendo a perda de pontos do líder do campeonato.

Vítor Pereira, o ainda treinador do FC Porto, disse mesmo que tinha "a certeza" que o Benfica ia perder pontos na Madeira. As suas certezas, como se viu, saíram furadas, e o Benfica ganhou "limpinho", como costuma dizer Jorge Jesus. A "grande conspiração da arbitragem" que estava a ser montada desde a semana passada contra o Benfica, caiu em saco roto.

A verdade é que a equipa, depois de andar adormecida a primeira parte, acordou na segunda e mostrou o que vale, derrotando um Marítimo que me pareceu cansado, depois de tanto ter corrido atrás do prejuízo. O Benfica ganhou por 2-1, mas se tivesse metido um terceiro golo ninguém estranhava, pois teve várias oportunidades.

E, de repente, as coisas deram uma importante volta. É que, até aqui, toda a gente dizia que o Benfica tinha o calendário mais difícil na ponta final do campeonato.

Mas olhem agora! Vencidos Sporting e Marítimo, o Benfica tem dois jogos em casa (Estoril e Moreirense) e uma difícil ida ao Dragão pelo meio.

E o FC Porto? Ora vejam: uma ida à Madeira (Nacional), um jogo em casa contra um líder que tem 4 pontos de avanço (Benfica) e o último jogo em...Paços de Ferreira, que é só a equipa sensação deste ano e está em 3º, a lutar pela...Liga dos Campeões! 

O que é mais fácil? Vencer Nacional, Benfica e Paços, dois deles fora de casa, ou vencer dois jogos em casa, contra Estoril e Moreirense? Pois é, bem dizia o Villas-Boas que os adversários se vão desmoralizando assim...

Contudo, não chegámos ainda ao Marquês de Pombal, nada de embandeirar em arco! O Estoril é uma das boas equipas deste ano, está em 5º lugar e pode causar sérios problemas ao Benfica. Não há vitórias antecipadas, e por isso os benfiquistas têm de encher a Luz com euforia e ânimo, já na próxima segunda-feira, para ultrapassar mais essa provação.

Aliás, pelo caminho há outra etapa duríssima, chamada Fenerbahçe. É já na quinta e lá estarei. Espero que o meu filho viva ao meu lado a enorme alegria que é vencer em casa uma meia-final e carimbar o passaporte para Amesterdão!

Espero, mas vai ser um osso duríssimo de roer. O resultado de 0-1 é um dos mais difíceis de virar, e nas estatísticas das provas europeias, é importante relembrar que quem vence a primeira mão, em 70 por cento dos casos segue em frente. Portanto, o Benfica não vai só jogar contra os turcos, vai também jogar contra a tradição estatística europeia.

Será um jogo inesquecível e de emoções fortíssimas, e espero que uma Luz enorme, entusiasmada, a arrebentar pelas costuras, faça a diferença.

É que, todos os que amam futebol sabem disso, é com estes momentos que todos nós, desde crianças, sonhamos! O nosso clube numa final europeia é o sonho de qualquer menino, e eu não sou diferente do meu filho!

publicado por Domingos Amaral às 11:48 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 08.10.12

Percentagem de vitórias

Desde há uns anos para cá, os ingleses inventaram uma nova forma de medir o sucesso de um treinador, a que chamaram "win percent", ou percentagem de vitórias. Para obter esse número, devemos somar dois pontos por cada vitória e um por cada empate, e depois dividir o total pelo número máximo de pontos que se poderia obter. Por exemplo, se um treinador já conduziu uma equipa em 30 jogos, dos quais venceu 20, empatou 5 e perdeu outros 5, ele obteve 40 pontos em vitórias (20x2), mais 5 pontos em empates, ou seja 45 pontos, num total de 60 pontos possíveis (30x2). Assim, a sua percentagem de vitórias será de 45/60, ou seja 75 por cento. 

Apliquemos este conceito a FC Porto e Benfica este ano. O FC Porto já fez seis jogos para o campeonato, tendo obtido 4 vitórias e 2 empates. Venceu também a Supertaça, e os seus dois jogos na Champions. Tem pois 7 vitórias e 2 empates, o que dá 16 pontos em 18 possíveis, ou seja uma percentagem de vitórias de 88,8%, da qual se pode orgulhar Vitor Pereira, pois é bem alta. 

Já Jorge Jesus está um pouco abaixo disso. Tem 4 vitórias e 2 empates no campeonato, mais um empate e uma derrota na Champions. Ou seja, conseguiu 11 pontos em 16 possíveis, o que dá um "win percent" de 68,75%, consideravelmente abaixo do de Vítor Pereira.  

Além disso, o FC Porto marcou 19 golos em nove jogos (média de 2,1 por jogo) e sofreu 4 golos nos mesmos 9 jogos (média de 0,44 por jogo). Já o Benfica, marcou 16 golos em 8 jogos (média de 2 por jogo) e sofreu 8 golos em oito jogos (média de 1 golo por jogo).

Portanto, embora ainda só tenham existido poucos jogos, as estatísticas levam-me a pensar que o FC Porto continua mais forte que o Benfica, pois vence mais jogos, marca mais golos e, sobretudo, sofre menos golos.

O que me vale é que, nesta altura da época, a estatística ainda não significa muito.


 

publicado por Domingos Amaral às 11:49 | link do post | comentar | ver comentários (1)
 

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