Segunda-feira, 27.01.14

As praxes nunca mais serão as mesmas...

O acidente dramático ocorrido no Meco mudou as praxes para sempre.

Não sei o que aconteceu naquela praia, nem devemos precipitar-nos em julgamentos sem mais informação.

Mas, o contexto do acidente está obviamente relacionado com o mundo das praxes, das tunas e das universidades, e o acidente alterou para sempre a forma como Portugal aceita essas situações.

Até ao acidente, era possível as pessoas fazerem de conta que nada estava a acontecer, e meterem a cabeça na areia, aceitando à portuguesa que aquilo eram "coisas de miúdos".

Na verdade, não eram. Há dezenas de anos que as praxes descambaram, e são hoje manifestações perfeitamente degradantes da natureza humana.

Jogos de humilhações, violência, pornografia simulada, pancadaria, vale tudo nas praxes.

Estes comportamentos deviam ser, pura e simplesmente, considerados criminosos, e a sociedade devia ter leis para punir os agressores.

Não é aceitável que em Portugal metade do país entre em histeria sempre que há uma pequena história de "bullying" numa escola secundária, e depois aceite as praxes.

As praxes são o "bullying" no seu pior, um "bullying" institucionalizado, organizado, metódico, envolvendo sistemas de liderança, ordens, tácticas, e muitas outras coisas sinistras de que é melhor nem falar.

Os comités de organização de praxes são pequenos gangs com chefe, a quem dá um gozo arrepiante degradar outros alunos de várias formas.

Há décadas que Portugal atura isto, e já devíamos ter todos previsto que um dia, ia acabar mal. 

Chegou pois o momento para criminalizar as praxes mais violentas, mais humilhantes e mais degradantes.

Explique-se aos comités, aos pequenos chefinhos universitários, que podem acabar na cadeia se fizerem certas coisas aos caloiros, e verão como esta vergonhosa bandalheira tem um fim.

publicado por Domingos Amaral às 10:16 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Segunda-feira, 16.09.13

Se eu fosse um jovem europeu gostava de ser universitário em Portugal

Portugal nunca virá a ser a maior praça financeira da Europa, nem nunca terá a indústria mais forte da União.

Nunca seremos os melhores em carros, medicamentos ou maquinaria pesada.

Mas, há duas faixas etárias em que o nosso país pode ser muito competitivo: na 3ª idade e nos jovens universitários.

Para os mais velhos, o que parece melhor: envelhecer em Portugal ou envelhecer na Alemanha?

Com o nosso clima e a nossa hospitalidade, sem problemas de crime, e com bons hospitais, é muito mais agradável envelhecer em Portugal, do Minho ao Algarve, do que envelhecer na Baviera, ou mesmo nas chuvosas Ardenas.

As pessoas, quando chegam a uma certa idade, querem é "papas e descanso".

E Portugal é um óptimo local para as "papas" (come-se melhor por cá do que na maior parte da Europa), e para os "descansos" (o clima é bom, e a serenidade total). 

Mas, também para os jovens Portugal é bastante atraente.

Preferem estudar em Varsóvia, Praga, Antuérpia ou Lisboa?

Meus amigos, se eu fosse jovem universitário europeu, não pensava duas vezes. 

Portugal é o único país da Europa onde se pode estudar de manhã, fazer surf à tarde e sair à noite para beber um copo. 

As praias são óptimas e não há outra capital europeia que tenha, à distância de uma pequena viagem de carro praias semelhantes ao Guincho, à Ericeira ou à Caparica. 

Além disso, a noite é boa. Sim, já foi melhor, mas o que há é bastante agradável, e as raparigas dançam muito bem.

É pois essencial que se faça uma aposta cada vez mais forte nas universidades, em muitos cursos, desde a engenharia à informática, desde a arquitectura à gestão.

Neste último caso, já estamos muito bem.

Tanto a Católica (onde dou aulas) como a Nova, estão muito bem colocadas nos rankings interncionais, tanto nos MBAs, como nos próprios cursos.

As aulas já são em inglês e muitos dos alunos são estrangeiros.

No meu caso, por exemplo, na cadeira de Sports Economics, do terceiro ano dos cursos de Economia e Gestão, de um total de 35 alunos, 15 ou 16 eram estrangeiros, provenientes de muitos países diferentes.

É uma tendência crescente, e Portugal tem de aproveitar essa vontade que os jovens sempre têm de estudar fora do seu país original. 

A Florida para os mais velhos, e uma Oxfam (Oxford e Cambridge) lusitana para os mais novos!

publicado por Domingos Amaral às 11:50 | link do post | comentar | ver comentários (5)
 

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