Segunda-feira, 24.02.14

PSD: um Congresso com uma "saída limpa", ou mesmo "limpíssima"!

Este fim de semana, parecia que estava a viver num país diferente, onde não havia qualquer crise, qualquer drama social, qualquer problema económico.

O Congresso do PSD, que decorreu em Lisboa, mostrou um partido feliz, harmonioso, cheio de concórdia e motivação.

Bastaram umas estatísticas simpáticas, uns pontinhos positivos disto ou daquilo, e toda a psicologia do partido mudou, e já se sente a euforia a chegar.

Ouvem-se os discursos e sente-se no PSD uma espécie de triunfalismo realista.

Por um lado, há uma convicção profunda, um orgulho tremendo, devido ao facto da economia ter saído do buraco.

Há uma esfusiante sensação com a previsão, quase certa, de que Portugal terá a tão esperada "saída limpa" do programa de resgate.

Não há laranjinha que não esprema a sua genuína felicidade e alegria, olhando para nós com um ar feérico, os seus olhos perguntando: "estão a ver como conseguimos?"

Porém, para que isto não se torne demasiado óbvio, lá aparece sempre o PSD super-realista, a falar nas desgraças, no sofrimento das pessoas, no "preço alto" que pagámos.

É o tempêro do triunfalismo, uma espécie de pimenta ou piri-piri que eles colocam a si próprios na língua, para não embandeirar em arco. 

Passos Coelho, por exemplo, é uma verdadeira praga de pimenta negra, que nem sequer foi moída.

É cada bola de pimenta a explodir na boca, que até doi.

Mas, mal passa essa sensação desagradável, lá regressa o triunfalismo, a alegria, a fantástica sensação de vitória que se apodera do colectivo e o faz viver numa concórdia inesperada e jovial, onde se juntam todos, de Marcelo a Santana, de Marques Mendes a Relvas.

O país pode ainda não ter percebido que isto virou, mas o PSD já percebeu, e até Maio ainda há tempo de sobra para estraçalhar o Seguro.

Cuidado com os laranjinhas, estão imparáveis!

O país pode vir a ter uma "saída limpa", mas para já o que sabemos é que o PSD teve um Congresso com uma saída limpíssima!

publicado por Domingos Amaral às 10:59 | link do post | comentar
Terça-feira, 21.01.14

A sabotagem de Passos a Marcelo

Em política, o que parece normalmente é.

Quando definiu um "perfil" presidencial, o PSD de Passos distinguiu algumas características importantes para um futuro candidato, e é evidente que Marcelo ficou excluído.

Quando se diz que o presidente a apoiar não deve ser "mediático", isto quer dizer uma coisa: não queremos o prof. Marcelo!

Este, rápido e arguto como é seu costume, percebeu perfeitamente o recado, e inteligentemente colocou-se fora da corrida.

É um pouco patético Passos vir agora fazer-se de desentendido, dizendo que não queria excluir ninguém, quando foi precisamente isso que pretendeu.

Diga-se aliás que é natural que Passos não queira Marcelo em Belém, pois na sua cabeça o professor é um homem que ele não controla, e Passos quer alguém na presidência que ele possa "controlar", ou pelo menos prever com facilidade o que vai fazer.

É também evidente que o candidato que Passos quer é Durão Barroso, um homem alinhado com as teses de Passos, e que muitas ajudas lhe deu nos últimos anos, com constantes declarações de apoio às políticas deste governo.

Portanto, parece ser evidente que Marcelo está fora da corrida, e Barroso só não avança se não quiser.

O único problema deste cenário é que Barroso é muito pior candidato do que Marcelo.

No país, são poucos os que o admiram, e menos ainda os que gostam genuinamente dele.

Barroso não é um político afetivo, não desperta simpatia ou sequer empatia.

Pelo contrário, desperta muita antipatia, e muitos são os que não esquecem a forma como "abandonou" Portugal em 2004, trocando o lugar de primeiro-ministro pelo de presidente da Comissão Europeia.

Além disso, a sua estadia em Bruxelas não aumentou a sua popularidade, e são poucos os que consideram que ele fez algo de relevante, fosse pela Europa, fosse por Portugal.

Barroso é visto como um político que manda pouco, influencia pouco, e pouco protegeu os interesses de Portugal.

É certo que não sabemos quem à esquerda se vai candidatar.

Se for por exemplo António Costa, dificilmente Barroso vence as eleições.

Um combate entre Marcelo e Costa, ainda podia gerar dúvidas, mas entre Barroso e Costa, o país prefere claramente o segundo, cuja postura simpática é mais apropriada a um presidente.

Já se fosse Sócrates o candidato do PS, e Marcelo o candidato do PSD, aí era grande a hipótese deste último vencer, pois Sócrates não tem uma relação pacífica com grande parte do país. 

Por fim, resta um cenário aterrorizador: uma luta entre Barroso e Sócrates!

Nesse caso, o melhor é emigrarmos todos. 

publicado por Domingos Amaral às 10:59 | link do post | comentar
 

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