Terça-feira, 21.01.14

A sabotagem de Passos a Marcelo

Em política, o que parece normalmente é.

Quando definiu um "perfil" presidencial, o PSD de Passos distinguiu algumas características importantes para um futuro candidato, e é evidente que Marcelo ficou excluído.

Quando se diz que o presidente a apoiar não deve ser "mediático", isto quer dizer uma coisa: não queremos o prof. Marcelo!

Este, rápido e arguto como é seu costume, percebeu perfeitamente o recado, e inteligentemente colocou-se fora da corrida.

É um pouco patético Passos vir agora fazer-se de desentendido, dizendo que não queria excluir ninguém, quando foi precisamente isso que pretendeu.

Diga-se aliás que é natural que Passos não queira Marcelo em Belém, pois na sua cabeça o professor é um homem que ele não controla, e Passos quer alguém na presidência que ele possa "controlar", ou pelo menos prever com facilidade o que vai fazer.

É também evidente que o candidato que Passos quer é Durão Barroso, um homem alinhado com as teses de Passos, e que muitas ajudas lhe deu nos últimos anos, com constantes declarações de apoio às políticas deste governo.

Portanto, parece ser evidente que Marcelo está fora da corrida, e Barroso só não avança se não quiser.

O único problema deste cenário é que Barroso é muito pior candidato do que Marcelo.

No país, são poucos os que o admiram, e menos ainda os que gostam genuinamente dele.

Barroso não é um político afetivo, não desperta simpatia ou sequer empatia.

Pelo contrário, desperta muita antipatia, e muitos são os que não esquecem a forma como "abandonou" Portugal em 2004, trocando o lugar de primeiro-ministro pelo de presidente da Comissão Europeia.

Além disso, a sua estadia em Bruxelas não aumentou a sua popularidade, e são poucos os que consideram que ele fez algo de relevante, fosse pela Europa, fosse por Portugal.

Barroso é visto como um político que manda pouco, influencia pouco, e pouco protegeu os interesses de Portugal.

É certo que não sabemos quem à esquerda se vai candidatar.

Se for por exemplo António Costa, dificilmente Barroso vence as eleições.

Um combate entre Marcelo e Costa, ainda podia gerar dúvidas, mas entre Barroso e Costa, o país prefere claramente o segundo, cuja postura simpática é mais apropriada a um presidente.

Já se fosse Sócrates o candidato do PS, e Marcelo o candidato do PSD, aí era grande a hipótese deste último vencer, pois Sócrates não tem uma relação pacífica com grande parte do país. 

Por fim, resta um cenário aterrorizador: uma luta entre Barroso e Sócrates!

Nesse caso, o melhor é emigrarmos todos. 

publicado por Domingos Amaral às 10:59 | link do post | comentar
Quarta-feira, 22.05.13

Passos Coelho e as palavras do seu pai

António Passos Coelho, pai do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, declarou hoje ao jornal i que o seu filho "está morto por se ver livre disto", e que lá em casa vão "fazer uma festa" quando ele sair do Governo.

É um desabafo perfeitamente compreensível vindo da boca de um pai, preocupado e até desanimado, com o andamento da crise nacional, e a contar os dias até ao fim deste "calvário".

Porém, esta sensação de estar "farto disto" é uma coisa muito portuguesa. Quando a situação é mesmo dura e difícil, os portugueses "fartam-se" rapidamente, e normalmente fazem uma berraria, gritando aos quatro ventos que estão "fartos disto!"

Além de tipicamente tuga, esta situação de "fartura" é muito habitual na política portuguesa. Por cá, os políticos "fartam-se do país" muito depressa.

Coitados, eles têm tão boas intenções, mas o país resiste tanto às mudanças que eles se "fartam!"

Normalmente, isso acontece uns tempos antes de o país se fartar deles, mas como essa relação não é matemática, é difícil de prever quanto tempo aguentará um político "farto do país" antes do país se "fartar dele". 

Ao longo dos últimos vinte anos, vários foram os primeiro-ministros de Portugal que deram sinais idênticos. Cavaco várias vezes revelou falta de paciência para o país. Coitado, estava farto e tal como Passos, "mortinho para se ir embora". Mas demorou...

Guterres, também ele, ao final de uns anos, achou que isto era "um pântano", e à primeira oportunidade demitiu-se, esgotado com a estafante tarefa de governar um povo que não se deixa governar. "Fartíssimo" de tudo e todos, emigrou.

E que dizer de Durão Barroso? Logo à primeira oportunidade, pirou-se para Bruxelas, completamente "farto" da crise que se abatia sobre Portugal. "Morto para se ver livre disto", desapareceu em segundos do radar nacional!

Veio depois Santana, o mal amado, que também deu sinais de esgotamento precoce. Aliás, ainda na tomada de posse, já Santana parecia esgotado, "morto para se ver livre" daquilo. Como se sabe, não durou mais de seis meses. 

Portanto, não me surpreende que Passos Coelho esteja "morto por se ver livre disto"! É algo que acontece a quase todos os políticos portugueses.

E é o que nos vale. O que seria de nós se eles não se "fartassem"?

O último que nunca esteve "morto por se ver livre disto" (Sócrates) esteve claramente tempo a mais, e do penúltimo que nunca esteve "morto por se ver livre disto" (Salazar), é melhor nem falar... 

publicado por Domingos Amaral às 14:14 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 10.04.13

Um português no topo do mundo (e não é o único!)

Não há nada que os portugueses respeitem e admirem mais do que um português que é reconhecido pelos estrangeiros. 

Cá dentro, os tugas são desagradáveis, criticam-se todos uns aos outros, passam a vida a azucrinar a cabeça dos outros tugas, e nunca admitem que pode haver alguém, nascido em Portugal, que possa ser melhor do que eles a fazer qualquer coisa. 

Porém, mal há um português que vai lá para fora e os estrangeiros o reconhecem, aí os portugueses passam de imediato a adorar essa pessoa, a considerá-lo fantástico e ficam quase comovidos, de olho molhado, quando assitem aos momentos de reconhecimento internacional desses portugueses.

Eu, por exemplo, fiquei inexplicavelmente contente porque Diogo Morgado está a ter imenso sucesso nos Estados Unidos, depois de ter interpretado a personagem de Jesus numa série do canal História. Embevecido, senti uma pontinha de orgulho no rapaz. 

Ele até foi à Oprah! E ela brincou com ele, e até lhe chamou o "hot Jesus", considerando-o muito sexy! Isto é de deixar qualquer português de quatro! A sério, não estou a brincar, fiquei mesmo contente. Até porque é provável que o Jesus original tenha sido giro, tal era o sucesso entre as mulheres, que continuam a rezar por ele mais de dois mil anos depois!

Haja alguém tão bem cotado lá fora. Quer dizer, não pode ser só o Ronaldo, o Mourinho, a Joana Vasconcelos e o Vítor Gaspar. Tem de haver mais portugueses, especialmente que sejam bonitos.

Nós, brinca brincando, estamos no top sexy masculino, com o fashion Mourinho, o star Ronaldo e agora o "hot Jesus"! A única coisa que não percebo é porque é que não falam mais do Durão Barroso!

A beleza masculina dos portugueses, principalmente dos machos, está mesmo a fazer furor no estrangeiro. Ainda há dias, o Financial Times, o mais importante jornal financeiro do mundo, chamava a Passos Coelho o "chearleader" da austeridade, e era um elogio, não era a gozar! Eu imaginei-o logo de pon-pons nas mãos e mini-saia provocante, a dançar no meio de um relvado! 

Enfim, ao menos falam de nós, e toda a publicidade é boa publicidade! 

publicado por Domingos Amaral às 18:20 | link do post | comentar | ver comentários (3)
 

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