Sexta-feira, 10.08.12

Bolt: campeão mas pouco

Usain Bolt venceu os 200m mas a mim não me convenceu. Sim, partiu muito forte e correu muito bem, mostrando ao mundo inteiro que era o melhor e merecia o ouro, mas aquela forma de cortar a meta foi tudo menos a de um grande campeão. A três passadas do fim, Bolt sabia que já tinha ganho e começou a travar e a olhar para trás, como que gozando com a distância a que tinha deixado o seu compatriota Blake, dando um exemplo de desprezo pelo seu adversário directo, a quem aliás humilhou ao passar na meta, virando-se para ele e colocando o dedo na boca, como que a dizer "caladinho, que eu sou o maior". Foi um péssimo exemplo, a negação da atitute olímpica, pois ao fazer isto Bolt perdeu igualmente a possibilidade de bater o recorde olímpico e mesmo talvez o recorde do mundo, esquecendo-se que estava ali para correr e não para teatralizar uma desforra fútil. De um vencedor olímpico espera-se que seja magnânimo, honrado e respeitador dos que acabou de vencer e não que os despreze e subjugue em cima da meta. Bolt pode ser um grande atleta mas não é um grande campeão, e não é certamente um cavalheiro. É um vencedor com valor mas sem valores.

publicado por Domingos Amaral às 12:31 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Segunda-feira, 06.08.12

Bolt e Phelps

Os jogos olímpicos parecem estar cada vez mais divididos em duas zonas, a primeira que inclui os desportos de piscina e os de pavilhão, e a segunda a que inclui os desportos de estádio. Na primeira zona, costumam dominar os brancos, e a grande estrela foi o nadador Michael Phelps, que arrecadou mais umas quantas medalhas. No entanto, mal entra em cena o atletismo, são os negros que assumem maior protagonismo, seja com as corredoras quenianas ou etíopes, seja com o magnífico velocista jamaicano Usain Bolt. Dezenas de estudos universitários já tentaram explicaram esta aparente tendência para existir uma desvantagem dos negros em desportos como a natação e a ginástica, que é compensada pela enorme vantagem que parecem apresentar em provas de corrida, seja as mais rápidas, como os 100 metros, seja as mais longas, como os 10 mil metros ou mesmo a maratona. Porém, não acredito que a explicação seja genética. O mais provável é que isso se deva ao facto de, nos países mais pobres, especialmente nos africanos, ser mais difícil ter boas piscinas ou pavilhões, além de professores, enquanto é bem mais fácil ter uma estrada onde treinar a correr.   

publicado por Domingos Amaral às 12:46 | link do post | comentar | ver comentários (1)
 

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