O regresso da grande crise europeia

E, de repente, tudo se pode estragar outra vez.

A Grécia explode em sarilhos, e os europeus recusam a ideia dos gregos saírem do programa de resgate já.

Como é evidente, os mercados financeiros estão esquizofrénicos.

As taxas de juro empinam, incluindo as portuguesas, mesmo com um Orçamento austero do governo.

As bolsas europeias afundam a pique há vários dias.

A somar à forte recessão que se vive na Europa, e que vergasta a Alemanha, a França e a Itália, além de todo o sul, há agora uma tempestade financeira.

O caos pode chegar, outra vez.

 

Os europeus não aprenderam nada, sobretudo os alemães.

A sra Merkel continua a dizer que a resposta da Europa à crise foi a correcta, e preconiza mais austeridade.

Em Portugal, Passos Coelho segue-a sem problemas, e repete a receita, com ligeiras variações que não valem quase nada.

Uma grande parte dos europeus continua a acreditar que é assim, com sofrimento e dor, que se recupera a confiança e se relança as economias.

É uma ideia moral que parece certa, mas não vale nada como receita económica.

A austeridade mina tudo, destrói as economias, as empresas, as famílias, e espalha-se aos países vizinhos, como um vírus.

Se há uma crise profunda na Europa, ela deve-se à austeridade que Merkel e Schauble obrigaram a impor.

 

Quase quatro anos de falhanços europeus já deviam ter ensinado isso a todos.

Se a Europa não o perceber rapidamente, será o seu fim. 

Estamos a gerar monstros por todo o lado, os radicais têm cada vez mais argumentos.

Depois não digam que não foram avisados. 

Na Alemanha, nos anos 30, a austeridade levou Hitler ao poder.

E, este século, os novos demónios já andam por aí à solta.

 

publicado por Domingos Amaral às 12:36 | link do post | comentar