Quinta-feira, 12.09.13

E se as grandes empresas, de repente, pagassem cá os seus impostos...isso era um grande impulse!

Nos últimos dias, soube-se que a maioria das grandes empresas que fazem parte do PSI 20 tem uma sede de fachada na Holanda, com o único propósito de pagar menos impostos!

Elas facturam por cá, depois fazem uma transferência para a Holanda, para a conta da empresa fachada, mandando para lá os lucros. 

Como não pagam lá impostos, toca então de fazer uma transferência de novo para cá, e os lucros regressam a Portugal, já não como lucros, mas como "investimento holandês em Portugal".

Em poucos anos, passaram por esta maravilhosa porta-giratória mais de 25 mil milhões de euros, quase um terço do que Portugal pediu emprestado à "troika"!

É genial, não é? Parabéns aos grandes administradores de empresas, aos muitos MBAs que por lá existem, e parabéns também aos escritórios de advogados que fazem esta operação, toda ela limpa, digna, legalíssima.

Mas, pergunto eu, com o país a passar uma das piores crises da sua história recente, ninguém acha isto uma prática anti-patrótica e ignóbil?

Assim por alto, nos últimos anos, serão talvez 800 milhões de euros em receita fiscal que o Estado português perdeu, e que as grandes empresas meteram ao bolso.

E o que ainda impressiona mais é que estes maravilhosos proprietários, accionistas e gestores, ainda arrotam postas de pescada, e dizem que o Estado deve cortar na despesa, e que todos têm de fazer sacrifícios e coisas assim, cheias de moral e bons costumes.

Pois, mas pagar os impostos, ainda por cima numa época destas, para ajudar o seu país, é coisa que essas maravilhosas grandes empresas não fazem. 

E o Governo, tão corajoso para dizer mal do Tribunal Constitucional, tão empenhado na sua grande missão salvadora do país, nem sequer por um minuto perdeu tempo a tentar parar com esta forma de "evasão fiscal". 

É por isso que em sempre disse que falta coragem a Passos, para enfrentar estas coisas. Dizer mal e cortar aos funcionários públicos é fácil, o que é difícil é enfrentar tubarões, porque esses mordem e são perigosos.

Mas, como sempre soubemos todos em Portugal, por cá quem se lixa é sempre o mexilhão!

 

publicado por Domingos Amaral às 10:57 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Terça-feira, 10.09.13

Colégio Militar: o anúncio mais mentiroso do ano!

Há um anúncio, cheio de notáveis, que anda por aí a passar nas televisões, onde aparecem muitos indignados com o fim de uma "instituição centenária", o Colégio Militar!

Eu, quando o vi pela primeira vez, fiquei preocupado. Estaria o Governo, no seu frenesim de cortes da despesa, a obrigar ao fecho do Colégio Militar?

Teria a "troika", numa das suas avaliações, dado uma subtil ordem de encerramento da instituição?

Mas, quando fui informar-me do que se passava, senti um verdadeiro choque!

Era mentira, o Colégio Militar não ia nada fechar! A única novidade é que ia passar a aceitar meninas!

Para aquele grupo de antigos alunos, em que se incluiam pessoas célebres como Adriano Moreira, Rocha Vieira, José Tribolet, e o actor Luís Esparteiro, além de um ou outro rapazinho imberbe e um ou outro popular desconhecido, para mostrar que aquilo não era uma fronda das elites, mas uma amostra representativa; para aquele grupo emérito de indignados, a presença das meninas no Colégio Militar era o equivalente ao fim da instituição!

E assim conseguiam levar muita gente ao engano, numa artimanha maliciosa, que se fosse feita a um produto era obviamente publicidade "enganosa".

Mas, como há notáveis indignados, a coisa passa por aceitável. 

O que é que esta gente patética tem contra "as meninas"? Qual a notável tradição que se defende em lutar contra um colégio misto?

Será que as meninas trazem doenças venéreas, como antigamente se dizia?

Será que fazem baixar a qualidade do ensino, porque são todas certamente loiras e burras?

Ou, pior ainda, será que são uma encarnação do demónio, cada uma delas um Satanás sem cauda, que irá levar à loucura e à perdição as nobres "pilinhas" dos ainda mais nobres meninos?

De que tem medo esta gente?

Esta ideia de que a pureza de uma instituição, a sua nobreza e dignidade, se degrada ao ponto do estado terminal, só porque as meninas vão entrar no colégio, deve ser a ideia mais estúpida e fundamentalista dos últimos tempos em Portugal!

A demonização das "meninas", a discriminação negativa a que o clube do Bolinha da estrada da Luz as sujeita, são coisas de um mundo que já pensava que não existia, mas infelizmente existe.

Os meninos querem o seu clubezinho do Bolinha só para eles, menina não entra!

Coitados, além de retrógados e tontos, não sabem o que perdem...

 

publicado por Domingos Amaral às 16:01 | link do post | comentar | ver comentários (60)
Segunda-feira, 09.09.13

O trambolhão de Portugal no ranking da felicidade mundial

Todos os anos, a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, (onde tirei o meu mestrado, que saudades!), publica um Relatório Mundial sobre a Felicidade.

Examina items como a capacidade económica, a qualidade da educação, das família, da saúde pública e privada, das instituições públicas; a esperança de vida, a liberdade de escolha, ou as relações com a comunidade. 

Com base nestes indicadores, é avaliada a felicidade dos países, e atribuída uma média.

Em 2012, Portugal estava na 73ª posição, com um nível médio de feliciade de 5,4, numa escala de 0 a 10.

Mas, este ano caiu 12 lugares, para a 85ª posição entre 156 países, e para um nível médio de 5,1.

Segundo o estudo, a quebra deve-se ao "impacto da crise da zona euro", que obviamente também fez descer de posição outros países do Sul da Europa, como a Itália, a Espanha e a Grécia. 

O que é interessante é que no topo da lista estão a Dinamarca, a Noruega, a Suíça, a Holanda e a Suécia.

O Canadá é o 6º classificado, e os Estados Unidos só aparecem em 17º lugar, enquanto a Alemanha ainda aparece mais atrás, em 26º lugar. 

Mas, fiquemo-nos pelos primeiros seis.

Em cinco deles (Dinamarca, Noruega, Suíça, Suécia e Canadá) impera um modelo quase social-democrata, de muita despesa pública, muito Estado Social, e elevados impostos. 

Em certos casos, como a Suécia, a despesa do Estado chega a ultrapassar os 60 por cento do PIB.

O que nos diz isto sobre os princípios liberais que estão tão em voga em Portugal e em muitos países da Europa?

Será que a redução da despesa do Estado é a melhor via para chegar a uma sociedade feliz e equilibrada?

Será que um modelo de Estado mínimo e impostos baixos, como parece ser a ambição da direita liberal portuguesa, é o melhor e mais eficaz?

As pessoas preferem um Portugal mais parecido com Marrocos ou com a Suécia?

A Suécia também teve um grave crise de excesso de dívida, porém nunca pôs o seu modelo em causa.

E, pelos vistos, os nórdicos são os "top model" da Europa, felizes, ricos e com muita despesa do Estado e muitos impostos.

Será que cortar a despesa do Estado é a única via para a felicidade, ou o centro direita poderá ter de admitir, num futuro próximo, que é absolutamente inevitável vivermos numa sociedade com impostos elevados?

Eu sei que dizer isto, nos tempos que correm, é quase uma heresia que merece que me queimem na fogueira, mas será a redução drástica da despesa do Estado o único caminho para Portugal? 

Se fossemos todos menos dogmáticos e ideológicos, como no Canadá, não seríamos mais felizes como país?

publicado por Domingos Amaral às 12:48 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Sexta-feira, 06.09.13

Será que vamos mesmo regressar aos mercados?

Uma das crenças sempre muito promovida nos últimos tempos, foi a ideia de que, se o Governo cortasse na despesa e mostrasse convicção reformista, os juros da dívida pública portuguesa iriam descer.

É evidente que existe uma ligação, mas não é assim tão forte, e não explica a maior parte das subidas ou descidas das taxas.

Veja-se por exemplo o que tem estado a acontecer nas últimas semanas.

Apesar dos resultados económicos portugueses terem melhorado, com algum crescimento no segundo trimestre; apesar da queda, embora ligeira ainda, do desemprego; apesar da melhoria constante das exportações; apesar do excelente ano do turismo; apesar disso tudo, as taxas de juro da dívida pública continuam a subir, e tocam já nos 7%.

Mesmo com um esforço do Governo em mostar "credibilidade", mesmo passados os efeitos da crise política de Julho, que apesar de tudo teve uma resolução de estabilidade e continuidade, os mercados financeiros continuam a exigir juros altos a Portugal.

E, o fenómeno não se dá só connosco.

Também outros paíes sentem essa subida, como a Irlanda ou a Grécia, e até um pouco a Alemanha.

Então o que faz subir as taxas, se não é comportamento dos Governos, o que é?

Os mercados financeiros sabem que, a partir do final do ano, e no próximo, vão ser retiradas as compras de obrigações americanas por parte do FED, e sabem que isso vai diminuir a liquidez geral.

Com menos dinheiro nos mercados financeiros, as taxas começam a subir, seja na América, seja em qualquer lado do mundo.

Sobem nos mercados emergentes, provocando crises cambiais na Índia ou no Brasil; e sobem também na Europa, seja em Portugal, seja na Alemanha.

Uma decisão americana importante, embora apenas anunciada e ainda não praticada, provoca logo estes efeitos todos.

E nem as palavras de Mario Draghi, que promete manter as taxas do BCE baixas o tempo que for preciso, tiveram um efeito calmante.

Na Europa, o BCE não compra dívida pública como o FED faz na América, e só pode mexer nas taxas.

No entanto, elas estão próximo de zero, e a eficácia de mais descidas é quase nula.

Assim, com receios de um futuro menos líquido, as taxas da dívida pública sobem, e Portugal fica na embaraçosa situação de não conseguir emitir mais dívida.

Culpa nossa?

Não, nunca foi só culpa nossa, desde 2009 que estes fenómenos sistémicos são mais fortes que os nacionais.

Mas, quem passou anos a dizer que era mérito de Passos o regresso aos mercados, como se fosse apenas o trabalho do Governo que explicasse a descida das taxas, terá dificuldades agora em explicar porque não podemos emitir.

Aqui, no pátio da nossa paróquia, temos a mania de achar que o que fazemos é que é importante.

Os cortes na despesa, os vetos do Tribunal Constitucional; a demissão de Portas; tudo serviu para se construir uma narrativa "nacional" da subida, ou descida, dos juros, colocando o mérito no Governo e o demérito nos juízes ou no imprevisível Portas.

Contudo, essa narrativa peca por defeituosa.

Os juros da nação sobem mais com as acções do FED do que com os amuos de Portas!

Um veto do TC, por mais impacto que tenha, não vale nada ao pé das palavras de um Bernbanke ou de um Draghi.

Os portugueses vivem numa moeda que não controlam e a sua capacidade para influenciar os juros é diminuta.

Mas, ninguém quer aceitar esta evidência.

Para Passos, se não conseguirmos voltar aos mercados, a culpa será sempre do TC ou de outro português qualquer.  

publicado por Domingos Amaral às 11:36 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 04.09.13

A Florida da Europa

Nos últimos tempos, vários são os jornais de outros países que têm falado de Portugal como "a nova Florida da Europa".

Ainda ontem, um jornal belga se referia a nós assim, a propósito da possibilidade que este Governo deu aos reformados desses países de não pagarem impostos se tiverem residência por cá.

Não pagam lá, nos seus países, onde trabalharam a vida toda, e de onde recebem a reforma; nem pagam cá, onde nós os recebemos de braços abertos, para que eles comprem casas, apanhem sol, e descansem o resto da sua pacata vida até irem deste mundo para sempre.

Portugal seria assim para a Europa o que a Florida foi para os Estados Unidos, sobretudo durante os anos 70 e 80: uma casa de repouso tranquila.

Uma espécie de lar da 3ª idade europeu, é essa a ideia, e apesar do tom jocoso da minha frase, não é uma má ideia.

Portugal é um país tranquilo, uma espécie de santuário sem grandes problemas políticos, religiosos ou criminais.

Além disso, tem óptimo clima, ameno, muito mais agradável que a chuvosa Bélgica ou o gélido norte da Europa.

Para ajudar, os portugueses são sempre um povo hospitaleiro, agradável aos estrangeiros.

Os portugueses odeiam outros portugueses, sobretudo em Portugal, mas adoram estrangeiros, sobretudo em Portugal.

Um belga na Bélgica é um tipo sem graça nenhuma, mas em Portugal é um mimo de pessoa.

Um francês, em França, é um animal chauvinista, um arrogante cultural.

Mas, logo que põe o seu primeiro pezinho em terras lusas, transforma-se num "monsieur" amável e charmoso, um requintado leitor de Vitor Hugo e Moliére.

E os alemães, esses insuportáveis chatos, organizados até ao tutano, que parecem robots e ainda por cima têm tenebrosas tendências agressivas, além de gostarem de chocrute?

Ora, um alemão, mal aterra em Faro ou na Portela, transforma-se num simpático ser, de bochechas coradas e olhar manso, e muito carinho pelo país que o acolhe.

Portanto, que venham os reformados europeus. É deles que a gente precisa.

E venham também os chineses, os angolanos, e os vistos Gold que se multipliquem.

Por mim, quando mais estrangeiros, melhor.

Velhos ou novos, que venham todos.

Aqui há uns anos éramos a Califórnia, depois houve quem nos quisesse transformar na Irlanda, seguiu-se o modelo da Finlândia, e agora é a Florida.

Por mim, tudo bem. Qualquer desses modelos é bom.

Desde que não queiram que Portugal seja Portugal, está tudo bem. 

publicado por Domingos Amaral às 16:49 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 03.09.13

O Facebook e as profissionais do ataque

Sou um facebookiano relativamente recente.

Só tive perfil (agora chamado pomposamente cronologia) e página há cerca de 1 ano e por isso não domino muito a coisa.

Ao contrário dos que já usam há muito, e que já acham que o Facebook está fora de moda, e foi substituído pelo muito mais excitante Instagram, eu continuo a colocar lá os meus posts, a responder às mensagens dos meus leitores, e a coleccionar alguns amigos.

Mas, nunca caí na asneira de usar o Facebook para outras coisas que não sejam a minha actividade, como escritor e blogger.

Conheço muita gente que engata, namora, troca piropos, cusquices ou fotografias privadas, mas eu não vou por aí.

Para mim, como se diz agora, o Facebook é uma "ferramenta de trabalho", e como tal é-me muito útil.

Porém, não sou imune às manias da rede, e uma das que mais me irrita é o "ataque das putas".

A sério, é uma coisa sinceramente estranha, e espanta-me pela frequência e pela persistência.

É raro o dia em que não tenha uma mensagem de uma Shannia qualquer, toda doce e melosa, a dizer que me quer conhecer em privado.

Ora bolas, mas quem é que elas pensam que enganam? Em privado?

Um dia, uma mais afoita chegou mesmo a propôr-me, logo na primeira mensagem, que eu ligasse a minha "webcam" para a ver a rebolar na cama!

Isto está bonito!

O Facebook agora parece a Defensor de Chaves dos meus tempos do liceu, com uma galdéria em cada esquina, a esticar o dedinho, chamando-nos!

Qualquer dia, começam os classificados!

E os nomes, meu Deus, que coisa estranha. É só Vandom e Tulia...Já nem a nacionalidade se consegue perceber!

Eu não sei se isto se passa só comigo, mas em certas horas, o Facebook parece a porta de uma discoteca cubana, em Varadero ou Havana, tantas são as profissionais ao ataque.

Obviamente, não há muito a fazer, a não ser procurar uma daquelas teclas e "eliminar a mensagem". 

publicado por Domingos Amaral às 15:06 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Segunda-feira, 02.09.13

E diziam eles que seria o pior Verão de sempre...

Ainda se lembram do início de Julho, quando as aterradoras previsões espantaram o país, ao dizerem que este seria o pior Verão de sempre?

Afinal não é só o Governo que falha rotundamente as suas previsões, os meterologistas também falham, e à grande.

Estava o Verão a começar, titubeante, sem grandes subidas de temperatura (Junho tinha sido ameno demais para o gosto de todos), e vai daí os jornais e as televisões encheram-se de tétricas profecias.

Não ia haver grande calor, não ia haver bons dias de praia, as médias de temperaturas iriam ser as mais baixas em um século, bla, bla, bla.

Os portugueses, que continuam a acreditar nestas previsões a longo prazo, ficaram macambúzios, a pensar que ia ser um Verão perdido.

No estado em que andava a economia do país, e a juntar à crise governativa que por essa altura acontecia, a previsão de que iríamos ter um péssimo Verão ainda afundou mais as pessoas numa neura suave e tristonha, como se dissessem "andamos mesmo com azar"...

Porém, eis que em meados de Julho as coisas começam a mudar.

A segunda quinzena do mês já foi melhorzinha, sobretudo no Algarve.

Houve mesmo uma pequena vaga de calor, uma massa de ar quente africano, que fez subir as temperaturas na Estremadura, no Alentejo e no interior.

Depois, entrou Agosto e foi dos melhores dos últimos anos.

Tempo quente, pouco vento, e nem sequer os habituais dias de chuva a meio.

O mês passou-se nas praias, e na segunda quinzena, o acumular dos calores e de um vento que não sendo nortada era intenso, deu origem a mais uma vaga de incêndios, sinal de que o Verão afinal era quente.

E, pronto, já estamos em setembro mas o calor, bem disposto e agradado, parece que ainda vai ficar por cá mais uns tempos.

Enfim, espera-se uma coisa e acontece outra, bem melhor do que a que se previra. 

Ainda bem que as metereologias de prazos longos não são de fiar!

publicado por Domingos Amaral às 11:46 | link do post | comentar | ver comentários (5)
 

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