Quinta-feira, 11.04.13

Quatro razões para dar os parabéns ao Tribunal Constitucional

Apesar do Governo, e muitas outras pessoas, terem atacado furiosamente o Tribunal Constitucional, pela minha parte fiquei contente com a decisão da passada sexta-feira, e parece-me que há quatro razões, todas elas boas, para dar os parabéns ao TC.

 

1 - O Tribunal não criou um buraco nas contas, quanto muito criou um buraquinho!

Na verdade, o aumento da despesa do Estado resultante da decisão do TC não são mil trezentos e cinquenta milhões de euros. Esse é o valor bruto, mas como cerca de 550 milhões vão regressar ao Estado sobre a forma de IRS cobrado sobre os subsídios, o valor líquido do aumento de despesa é cerca de 800 milhões de euros. Ora, sendo a despesa total do Estado cerca de 80 mil milhões de euros por ano, o buraco que o TC criou é apenas de 1 por cento! Sim, leu bem, é um buraquinho minúsculo. Então 1% de desvio é muito? Desde quando? Como ontem dizia Manuela Ferreira Leite na televisão, então se eu em vez de gastar 1000 euros tiver de gastar 1010 euros isso é muito? A dramatização deste "desvio minúsculo" é uma farsa patética.

 

2 - As pessoas vão ter mais rendimento disponível para gastar!

A decisão do TC aumenta um pouco a despesa do Estado, mas não nos podemos esquecer que também aumenta o rendimento disponível dos funcionários públicos e pensionistas. O Estado terá de pagar os subsídios, e embora parte desse dinheiro seja para devolver em IRS ao Estado, uma parte importante ficará no bolso das pessoas. E isso é bom para a economia! Com mais dinheiro disponível, os portugueses podem gastá-lo, aumentando o PIB do país e contribuindo indirectamente para o aumento da receita, com o IVA que vão pagar sobre os seus consumos. Ora, para quem está em recessão, qualquer aumento do PIB é bom, venha de onde vier! A decisão do TC não só desagrava a recessão, como pode significar que mais alguns milhares de portugueses continuam empregados e não vão parar ao desemprego. Só os fanáticos da austeridade não vêm isso...

 

3 - Se há igualdade entre pessoas no público e no privado, isso significa que os despedimentos no sector público não são impossíveis!

Estou totalmente de acordo que deve existir igualdade entre funcionários públicos e privados, e por isso o Governo não pode tirar os subsídios a uns e manter os dos outros. O princípio da igualdade perante a lei é uma pedra essencial das nossas sociedades e democracias. E é exactamente por isso que eu julgo ser possível deduzir que o TC está a dizer, implicitamente, que não há razão nenhuma para os despedimentos no sector público não existirem. A impossibilidade de despedir funcionários públicos não é um princípio constitucional, não há nada escrito na Constituição que impeça o despedimento dos funcionários públicos. O que há em Portugal é uma espécie de convenção não escrita, mas falsa. Portanto, o Governo, este ou qualquer outro, pode despedir funcionários do Estado.

 

4 - Os mais ricos suportam melhor uma crise.

Ao não considerar inconstitucional a Contribuição Extraordinária de Solidariedade, que é cobrada sobre as pensões mais elevadas, o que o Tribunal Constitucional está a dizer, e bem, é que as pessoas com mais elevadas pensões não ficam afectadas na sua capacidade económica só porque pagam mais impostos sobre essas pensões. As pensões existem para garantir um mínimo de dignidade a quem já não pode trabalhar, não para manter o nível de vida faustoso do passado. Em épocas de grave crise financeira, pagar pensões altíssimas é obsceno, e por isso é perfeitamente legítimo que um Governo tribute mais as pensões mais elevadas. 

 

 

 

 

publicado por Domingos Amaral às 11:49 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quarta-feira, 10.04.13

Um português no topo do mundo (e não é o único!)

Não há nada que os portugueses respeitem e admirem mais do que um português que é reconhecido pelos estrangeiros. 

Cá dentro, os tugas são desagradáveis, criticam-se todos uns aos outros, passam a vida a azucrinar a cabeça dos outros tugas, e nunca admitem que pode haver alguém, nascido em Portugal, que possa ser melhor do que eles a fazer qualquer coisa. 

Porém, mal há um português que vai lá para fora e os estrangeiros o reconhecem, aí os portugueses passam de imediato a adorar essa pessoa, a considerá-lo fantástico e ficam quase comovidos, de olho molhado, quando assitem aos momentos de reconhecimento internacional desses portugueses.

Eu, por exemplo, fiquei inexplicavelmente contente porque Diogo Morgado está a ter imenso sucesso nos Estados Unidos, depois de ter interpretado a personagem de Jesus numa série do canal História. Embevecido, senti uma pontinha de orgulho no rapaz. 

Ele até foi à Oprah! E ela brincou com ele, e até lhe chamou o "hot Jesus", considerando-o muito sexy! Isto é de deixar qualquer português de quatro! A sério, não estou a brincar, fiquei mesmo contente. Até porque é provável que o Jesus original tenha sido giro, tal era o sucesso entre as mulheres, que continuam a rezar por ele mais de dois mil anos depois!

Haja alguém tão bem cotado lá fora. Quer dizer, não pode ser só o Ronaldo, o Mourinho, a Joana Vasconcelos e o Vítor Gaspar. Tem de haver mais portugueses, especialmente que sejam bonitos.

Nós, brinca brincando, estamos no top sexy masculino, com o fashion Mourinho, o star Ronaldo e agora o "hot Jesus"! A única coisa que não percebo é porque é que não falam mais do Durão Barroso!

A beleza masculina dos portugueses, principalmente dos machos, está mesmo a fazer furor no estrangeiro. Ainda há dias, o Financial Times, o mais importante jornal financeiro do mundo, chamava a Passos Coelho o "chearleader" da austeridade, e era um elogio, não era a gozar! Eu imaginei-o logo de pon-pons nas mãos e mini-saia provocante, a dançar no meio de um relvado! 

Enfim, ao menos falam de nós, e toda a publicidade é boa publicidade! 

publicado por Domingos Amaral às 18:20 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Terça-feira, 09.04.13

Um governo muito Sado-Masoquista...

Era uma vez um Governo que tinha uma clara disfunção. Era um Governo sado-masoquista, no sentido em que os piores erros que cometia, e que o descredibilizavam, eram ideias com que se magoava a si próprio (como um masoquista); e as piores ideias que tinha para o país nasciam sempre como resposta vingativa a rejeições que o pobre Governo sentia (como um sádico).

O masoquismo do Governo era evidente. Ele tomava decisões, mas elas eram erradas ou ilegais, e eram as próprias decisões que tomava que feriam a sua legitimidade. Como alguém que usa cilícios em cima da pele, o Governo sangrava-se a si próprio. 

Um dia, por exemplo, o Governo decidiu ter uma ideia, que julgou muito boa. A ideia era cortar os subsídios de férias e de Natal a todos os funcionários públicos e pensionistas.

Contudo, esta maravilhosa ideia, uma verdadeira pérola política, tinha a desagradável característica de ser inconstitucional. Não houve niguém no Governo que tivesse pensado nessa possibilidade, e por isso a ideia foi rejeitada pelo Tribunal competente, e acabou por provocar grandes estragos ao Governo, que ficou com a sua imagem e as suas contas baralhadas.

Irritadíssimo, o Governo decidiu então ser sádico. Ai não posso cortar subsídios? Então tomem lá com as alterações da TSU! Como uma criatura furiosa por ter visto a sua genial ideia rejeitada, o Governo vingou-se na população. Qual sádico espumante pelos cantos da boca, pegou na chibata e decidiu aumentar a TSU para os trabalhadores e diminui-la para os patrões, em mais uma pérola política de valor incalculável.

Esta sádica proposta rapidamente fez ricochete e se transformou num acto de puro masoquismo. É evidente que o país em peso se revoltou contra as alterações na TSU e o Governo lá teve de deixar cair mais uma ideia. Pelo caminho, magoou-se mais uma vez a si próprio, como bom masoquista que é. Em vez de chicotear o povo, fustigou-se a si mesmo nas costas, qual penitente nas Filipinas! 

Nova rejeição provocou novas fúrias, e lá ressuscitou o sádico. Ai não aceitam mexidas na TSU? Então tomem lá um "enorme aumento de impostos no IRS", acompanhado de cortes nos subsídios de férias de funcionários públicos e pensionistas. A vingança pela derrota na TSU foi terrível, o sadismo vastíssimo! O Governo ergueu um ferro em brasa e preparou-se para queimar o povo no lombo!

Porém, como já seria de esperar, os masoquistas magoam-se sempre a si próprios com as suas taras mirabolantes. Enervadíssimo e vingativo, o Governo cometeu novo erro, e voltou a ferir-se, espetando o ferro na própria anca! Uns meses depois, o Tribunal Constitucional declarou ilegais os cortes nos subsídios, e o Governo lá teve de lamber as feridas auto-infligidas uma vez mais.

Só que (onde é que já vimos isto?), é habitual que o masoquista se torne sádico quando é rejeitado, e lá veio de novo o Governo, espumando raiva, prometer cortes e mais cortes. É outra vez o sádico a erguer-se ameaçador, de tridente numa mão e bola de pregos na outra.

Espera-se muita dor e ranger de dentes nos próximos tempos? Infelizmente esperam-se sobretudo mais ideias ilegais ou inaceitáveis pela população. Ou seja, mais do mesmo, um boomerang sado-masoquista permanente e interminável.  

É assim a nossa sina: temos um Governo que, antes de fazer mal ao país, faz sobretudo mal a ele próprio, com a sua incompetência ou fanatismo cego. Se cair um dia destes, cai por culpa própria, porque foi inábil e inepto. Como sempre são os sado-masoquistas... 

publicado por Domingos Amaral às 10:34 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 08.04.13

As crises da dívida são como o teatro: aí está o 3º acto!

Aqui há uns meses, escrevi neste blog um post em que comparava as crises da dívida ao teatro ou à ópera, pois têm sempre uma estrutura em 3 actos, como esses espectáculos culturais. 

O primeiro acto é o "incidente inicial", que em Portugal foi o pedido de resgate, feito precisamente há dois anos. É o pico inicial da crise, com os seus culpados e os seus defensores, com muita trapalhada e eleições, normalmente com um novo governo que diz muito mal do anterior, e promete fazer tudo bem para o futuro.

Em 2011, Passos Coelho não só derrubou Sócrates prometendo acabar com a austeridade, como prometeu ir muito para além do memorando da troika, inventando um novo país, bem gerido e cumpridor!

O segundo acto, tal como no teatro, é passado em enormes dificuldades, de mini-crise em mini-crise, mas com a situação económica sempre a piorar.

O Governo vai aplicando mais e mais austeridade, a economia vai definhando, a dívida e o desemprego crescem, e o país vai-se cansando cada vez mais desta crise e deste governo.

Por cá, foram óbvias as mini-crises. Primeiro, foi o primeiro veto do Tribunal Constitucional, em 2012, seguiu-se a crise da TSU, e agora viveu-se mais uma mini-crise, com o segundo chumbo do Tribunal Constitucional.

O ambiente está de cortar à faca, e a situação piora a olhos vistos, tanto cá dentro como lá fora. Como era esperado, o "mau da fita", o sr. Schauble, já veio dizer que Portugal tem é de cortar mais e que não espere simpatia dos credores!

Estamos pois a entrar em pleno 3º acto da crise. Tal como no teatro é aqui que se vai viver o climax desta história. Com a situação económica sempre a piorar, o Governo vai implementar mais austeridade, vai cortar mais na despesa, os credores vão endurecer a posição, e Portugal vai passar de "bom aluno" a "mau aluno".

A situação de crise económica e social ameaça tornar-se insustentável, e a crise política vai ser permanente, com um Governo cada vez mais incapaz de resolver o que quer que seja, e com a população enfurecida com ele.

E, um dia destes, a coisa estoira. E estoira à séria. É evidente que ainda ninguém sabe qual será o final, mas prevejo que vai dar-se uma mega-crise política, e também uma mega-crise económica, que pode passar ou por um segundo resgate, ou mesmo por uma saída do euro no espaço de um ou dois anos.

Infelizmente para todos nós, o guião desta peça de teatro já estava escrito há muito tempo e nós não nos afastámos muito do que tem acontecido por esse mundo fora nos países a quem é imposto um ajustamento deste tipo. É sempre o mesmo filme: a violência da austeridade violenta as sociedades e eles revoltam-se!

Em 120 ajustamentos feitos pelo FMI nos últimos 50 anos, apenas 19 tiveram resultados mais ou menos safisfatórios, e sempre em casos que era possível desvalorizar a moeda do país, como se passou em Portugal em 1983. 

Ao contrário do que dizem os "falcões da austeridade", como a Sra Merkel e o sr. Schauble, o sr. Rehn ou o sr. Barroso, os senhores Passos e Gaspar, bastava olhar para a história económica do último século para saber que esta "onda austeritária" que varre a Europa ia acabar mal, muito mal.

Um a um, a austeridade está a empurrar os países para uma catástrofe, e se não parar depressa vai levar com ela a Europa e o euro.

Nós portugueses, somos apenas mais uma vítima desta decisão europeia de castigar os devedores com austeridade e proteger os ricos credores de qualquer perda. O que se está hoje a passar em Portugal, é mais um episódio da saga "Como Destruir o Euro com a Austeridade", que pode ver num teatro grátis perto de si, ou seja, todas as noites ao vivo na televisão.  

Como somos um país inculto em economia, passamos o tempo a discutir os draminhas da paróquia, quem tem culpa do quê e outras coisas do género. A culpa é do Sócrates, do Cavaco, do Gaspar e dos Passos, do Estado que é grande demais, dos portugueses que viveram acima das suas possibilidades, dos bancos que emprestaram demais, etc, etc, etc. E todos têm razão, e têm as suas razões e as suas culpas.

Porém, há uma coisa que os portugueses deviam perceber. Portugal, e muitos outros países da Europa, têm dois problemas pela frente. O primeiro chama-se Alemanha, pelas condições que impôs desde o início ao funcionamento do euro. E o segundo chama-se Alemanha, pelas regras draconianas que impôs aos "programas de resgate", obrigando a que o ajustamento fosse feito só pelos devedores e não também pelos credores. 

Portanto, podemos ir zangando-nos todos uns com os outros cá na paróquia que não mudamos o essencial. Enquanto a Alemanha impuser aos outros país as suas regras de austeridade, não há saída para o problema.

Esta peça de teatro só tem dois fins: ou a Alemanha muda a sua orientação e aceita um perdão geral e substancial das dívidas dos países pequenos, ou vários países terão de sair do euro. O resto é conversa para entreter...

 

 

publicado por Domingos Amaral às 11:39 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Sábado, 06.04.13

As quatro opções de Passos Coelho

Perante a decisão do Tribunal Constitucional, ontem conhecida e que foi na direção esperada, o primeiro-ministro Passos Coelho tem quatro opções. A saber:

 

1 - Desdramatizar e continuar no mesmo rumo.

É a opção defendida por Eduardo Catroga. O Governo aceita a decisão, embora não esteja de acordo, e procura novas medidas, sobretudo para 2014, para cortar no deficit. Pelo caminho, Passos pode substituir algumas peças do Governo, remodelando um ou dois ministros, mas mantém o rumo da política económica, ou seja, mantém Vítor Gaspar. Esta é a opção preferida pela "troika" e sobretudo pela Alemanha, que não quer mais crises na Europa até Setembro, data das eleições alemãs. Para Portugal, há óbvias vantagens de credibilidade internacional nesta opção, embora internamente seja mais do mesmo: mais impostos em 2014, mais cortes, mais recessão. 

 

2 - Desdramatizar, mas mudar o rumo.

É a estratégia defendida por Marcelo Rebelo de Sousa. O Governo aceita a decisão do TC mas aproveita-a para uma alteração fundamental da sua estratégia política e económica. Muda-se o discurso da austeridade a todo o custo, e passa-se a defender o crescimento económico com medidas que o apoiem. Há uma remodelação profunda do Governo, com a saída de Vítor Gaspar o mais depressa possível, e a chegada de outro ministro das Finanças com ideias menos radicais. Era a melhor solução para Portugal, mas ninguém acredita que Passos a implemente, pois ele olha ainda para Gaspar como se ele fosse um deus na Terra.

 

3 - Dramatizar, demitir, e ir para eleições em AD

É uma estratégia radical, que passaria pelo discurso da impossibilidade de governar nestas condições e pela necessidade de uma nova legitimidade eleitoral. Passos demitia-se e pedia ao Presidente da República para convocar eleições para Junho, e pelo caminho fazia uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP. Essa nova AD apresentava-se a eleições com Gaspar como o seu homem forte das Finanças, e fazia campanha contra tudo e contra todos, contra o PS e contra Sócrates, contra a esquerda e contra o Tribunal Constitucional. É obviamente uma estratégia de alto risco, mas podia funcionar. É provável que, em AD pré-eleitoral, Passos e Portas conseguissem ficar à frente de António José Seguro e do PS. No dia seguinte às eleições, ou a AD tinha maioria absoluta e continuava a governar mas com muito mais força e legitimidade; ou a AD não tinha maioria absoluta e então teria de governar com o PS, que por essa altura já teria outro líder...

 

4 - Dramatizar, demitir e ir para eleições cada um por si

É também uma estratégia radical, com a demissão e convocação de eleições, mas sem uma AD entre Passos e Portas. Neste caso, parece-me que isso seria entregar o ouro ao bandido, ou seja, nesse caso o mais provável é o PS de Seguro ficar à frente do PSD, embora sem maioria absoluta. Seria o fim de Passos, e o PSD teria de encontrar um novo líder que conseguisse ir governar com Seguro e Portas, numa grande coligação a três. É pouco provável que este caminho suicida seja escolhido pelo PSD, mas nunca se sabe...

publicado por Domingos Amaral às 12:51 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 05.04.13

As mulheres e o sexo: gritonas, mandonas, ordinárias e religiosas

No que toca ao seu comportamento na cama, as mulheres dividem-se em quatro grupos diferentes: as gritonas, as mandonas, as ordinárias e as religiosas.

 

Gritonas - são o maior grupo, que é formado pelas mulheres que dão gritos durante o sexo. Convém esclarecer que os gritos não são neste caso frases completas, nem sequer palavras, mas apenas sons à solta, sem qualquer construção gramatical específica. São os célebres "ahn, ahn, ahn"; o sempre muito escutado "oh, oh, oh"; os "ai, ai ai" ou o mais raro "ehhhhhh..."

Normalmente, os gritos começam com uma vogal, e aqui o "o" ganha clara vantagem, seguido a curta distância pelo "a", e ambos muitíssimo destacados do "e". Há alguns casos em que os gritos começam por "u" ou "i", mas são muito marginais, e julgo que só foram escutados por uma única vez numa ilha do Pacífico.

Quanto ao volume dos gritos, há basicamente dois subgrupos: o primeiro é o das Mulheres Sensorround, cuja gritaria nos faz trepidar; o segundo é o das Mulheres Stereo, que gritam virando a cabeça alternadamente para a esquerda e para a direita, de forma a criar um efeito sonoro digno de recordação.

É igualmente interessante examinar o ritmo dos gritos femininos. Há o ritmo Techno, um "oh-oh,oh-oh" muito acelerado; há o ritmo "Super Slowmotion", um "ahhnnnnnnnnnnnnnnn" lento e prolongado, quase desprovido de climax; e há o ritmo Fadista, um "óoooooh" sofrido e inesperadamente amargurado dadas as circunstâncias.

Por fim, há o ritmo mais animado, que está no Top das preferências masculinas, o ritmo Classic Remix. No fundo, trata-se de uma mistura de tons antigos da música pop com as sonoridades mais modernas da house, do tipo "ahnn...ah-ah-ah, ohhhnn, oh-oh-oh, oh...ohhh, ah....ahnnn..." 

 

Mandonas - Este grupo é obviamente formado pelas mulheres que dão ordens durante o sexo. É o segundo grupo mais numeroso, e tem crescido claramente nos últimos anos, talvez devido à auto-confiança elevada das mulheres.

A ordem mais escutada pelos homens é a chamada Ordem Imperativa de Localização Vaga (OILV), com o inimitável grito "Vai, Vai, Vai!". Depois, há a Ordem Confirmativa de Penetração Eficiente (OCPE), com o não menos famoso "Isso, isso, isso!"

Em terceiro lugar, aparece a Ordem Imperativa Oral (OIO), com o sempre bem vindo "Quero chupar-te!". Segue-se a Ordem Generalista Ordinária (OGO), com o célebre "fod..-me!", que por vezes se transforma numa Ordem Perfeitamente Localizada mas Ordinária (OPLO), com o imperial "Fod...-me aí!"

Por mais surpreendente que isso possa parecer, há igualmente mulheres que dão ordens a uma terceira pessoa, que neste caso é a sua própria vagina. Incluem-se nesta situação a chamada Ordem Castigadora Vaginal (OCV), com o famosissímo "Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe!"; e também a ligeiramente aterradora Ordem Castigadora Vaginal Nazi (OCVN), com o formidável "Rebenta com ela!". 

 

Nota: devem contar-se também neste grupo as mulheres que usam a chamada Ordem de Pré-aviso de Orgasmo (OPO), que é quando elas gritam: "Está quase, está quase!"

 

 

Ordinárias - Este terceiro grupo é formado, como o nome indica, pelas mulheres que só dizem palavrões durante o sexo. Embora ainda minoritário, também tem aumentado bastante nos últimos anos. As classes altas e as classes médias incorporaram na sua linguagem diária não só o "ó pá" e o "tchau", mas também o calão durante o sexo.

Assim, são já muito habituais as mulheres que largam vários "fod...-se" durante esses tórridos momentos, bem como aquelas que usam o termo "cara...o" a torto e a direito, seja para referenciar o dito cujo e o que desejam fazer com ele, seja apenas para libertar a tensão acumulada desde a última vez que viram um. 

Evidentemente, é expectável que estas mulheres misturem os palavrões com gritos parecidos com os do primeiro ou do segundo grupos. Por vezes, acontece mesmo que, no espaço de breves segundos, uma mulher salta do grupo Gritonas para o grupo Mandonas, e desse, num micro-segundo, para o grupo Ordinárias.

A situação verifica-se quando ela, ainda um pouco inibida, vai libertanto uns "ahhnss" e uns "ohhss" e de repente começa a transformar-se e, no auge da excitação, larga um convicto "ah, ah, ah, vai, vai, fod...-me!" 

Para além dos palavrões referentes ao acto, há também o uso dos palavrões referentes aos intervenientes específicos. Há mulheres que, mal um homem as aquece, começam logo a baptizá-lo de forma vernácula. "Ó meu cabr..., estás a gostar?" é um exemplo muito escutado.

Por fim, há o Palavrão de Auto-Marketing, que é quando as mulheres começam a chamar palavrões a si próprias. "Sim, sou uma put..." ou "adoro ser a tua put..." são frases que já quase se tornaram verdadeiros lugares comuns e de que convém desconfiar, pois já todos nos habituámos a auto-promoções permanentes.

 

 

Religiosas - Este é o último grupo e é bastante raro em Portugal, embora exista muito nos Estados Unidos da América, que como todos sabemos é um país religioso. Assim, por lá é comum ouvir-se a exclamação "Oh my God, oh my God!" Ao que parece, as americanas lembram-se do Altíssimo quando estão a ter prazer. 

Com Hollywood a mostrar repetidamente situações destas, a expressão foi rapidamente incorporada no vocabulário nacional, e já se ouvem algumas portuguesas que libertam um convicto "Oh, meu Deus!"

São as Mulheres Divinas, não porque sejam melhores que as outras, mas porque para um homem é sempre bom saber que há pelo menos uma mulher no mundo que acredita que ele é um pequeno deus na caminha.

 

 

publicado por Domingos Amaral às 16:21 | link do post | comentar | ver comentários (16)
Quinta-feira, 04.04.13

Quando uma mulher bebe uns copos...

Ela não era uma mulher especialmente ousada. Sim, tinha tido as suas aventuras quando era mais nova, namoriscara vários rapazes, apanhara uns pifos, fumara uns charros, mas nunca passara além de certos limites. Embora gostasse, de vez em quando, de perder o controle, nunca o perdera totalmente.

Sim, é verdade, reprimira algumas fantasias. Uma vez, há mais de dez anos, tivera imensa vontade de dormir com o melhor amigo do marido, mas fechara os olhos, contara até a cinco e esquecera a coisa. 

De uma outra vez, numa despedida de solteira de uma amiga, apetecera-lhe trepar para o varão, despir-se à frente de todos, e enrolar-se no dançarino musculado que se exibia para o grupo feminino barulhento que ela e as amigas formavam. Mas, apesar de tudo, tinha a noção do ridículo, e dentro dos possíveis mantinha uma reputação de mulher misteriosa, não de tonta ou tresloucada.

Contudo, por vezes uma bebida muda a vida, e tudo o que contemos cá dentro salta para a superfície. Há meses que lhe fazia falta uma certa balbúrdia, e começava a sentir-se confiante outra vez. Caramba, já haviam passados dois anos sobre o divórcio, remoera as feridas, curara-se e agora estava com vontade de se perder. 

Foi aquele gin tónico que esteve na origem de tudo. Foi o primeiro, numa festa que até não estava especialmente divertida. E o primeiro é sempre o primeiro responsável pelas mudanças, mesmo que não tenha a responsabilidade de tudo.

O segundo e o terceiro, que se seguiram, encheram-lhe a cabeça de imagens. Parecia que estava dentro de um filme, havia gente por todo o lado. E sexo, muito sexo. 

Então, fixou-se num homem que dançava perto dela. Sabia quem era, sabia que estava disponível e sorriu-lhe. Um sorriso feminino faz milagres, e umas horas mais tarde estavam nus, em casa dela, deitados numa cama.

Ela sentiu-se excitada como há muito não se sentia, e ele ficou surpreendido com tanta genica e tanta fantasia que ia na cabeça dela. Lá foi cumprindo a sua função, tentando perceber o que ela queria, mudando de posição ou de táctica, mas rapidamente chegou à conclusão que só ele não chegava. 

Naquela noite, ela parecia querer muito mais do que apenas um homem. Ela queria todos os homens, tal era o seu desejo!

Mas também podia ser outra coisa, pois ela falava muito depressa, gritava muito, e ele nem sempre percebia o que ela dizia. Só houve uma coisa que ele percebeu, quando ela lhe chamou um nome diferente do dele.

Não reagiu, fez de conta que não ouvira, e continuou a fazer o que estava a fazer, mas soube imediatamente que não era só nele em quem ela pensava. 

No fim, quando se foi embora de casa dela, nem referiu o facto. Não valia a pena. Até fora uma noite agradável. O sexo fora bastante bom e mesmo que ela estivesse a pensar noutro homem, ou noutros homens, ou só estivesse a partilhar em voz alta fantasias da cabeça dela, a verdade é que quem lá tinha estado a fazer o servicinho era ele, e não outro. Ou outros.

Confirmou o que sempre soubera: quando as mulheres bebem uns copos a mais voam sempre para lugares muito distantes e muito fantásticos. E, por mais que um homem cumpra o seu dever, nenhuma realidade satisfaz uma fantasia. Seja ela qual for...

publicado por Domingos Amaral às 11:51 | link do post | comentar
Quarta-feira, 03.04.13

Se parece um nabo, normalmente é um nabo!

Os americanos têm um excelente provérbio: quando algo se parece com um pato, anda como um pato e grasna como um pato, é porque é um pato!

É isso que eu sinto nos últimos tempos em relação a António José Seguro: se parece um nabo, se age como um nabo e se fala como um nabo, então se calhar é porque António José Seguro é mesmo um nabo!

Depois de um Outono razoável, Seguro perdeu-se durante o Inverno e está a evidenciar uma nabice pura com a chegada da Primavera. Não sei se terá sido a pressão de António Costa ou a do regresso de Sócrates que o desequilibrou, mas a verdade é que ele todos os dias me parece menos capaz.

Seguro anda atarantado. Num dia lança uma moção de censura, sem dizer quando, e pede eleições antecipadas, sem dizer para quando. No outro, grita que quer renegociar o memorando com a troika. Mas, no entretanto, escreve cartas à mesma troika, para que ela não se assuste com a "instabilidade", dando garantias de ferro sobre a sua fidelidade aos compromissos internacionais. 

Por um lado, grita contra a austeridade, mas por outro, desestabiliza o país, falando em eleições antecipadas. Com que propósito? Estará o PS de Seguro convencido de que ganhava as eleições agora, se elas fossem convocadas por Cavaco, por exemplo para Junho?

Se assim é, convém alguém dizer a Seguro que, com ele à frente do PS, essa garantia não existe, bem pelo contrário. A julgar pelas sondagens, o país não tem grande crença no António José. 

Por outro lado, e embora Passos sempre tenha dito que ia governar sem pensar nas eleições, essa é uma declaração datada. Se a decisão do Tribunal Constitucional for muito dolorosa para o Governo, obrigando-o a alterar de cima a baixo o orçamento, Passos pode bem despoletar uma crise, e alegar que assim não consegue governar o país. E depois?

Bom, e depois preparem-se para a nova AD. Sim, preparem-se, pois o mais certo é Passos e Portas fazerem uma aliança pré-eleitoral, com listas conjuntas, e apresentarem-se unidos às eleições, contra Seguro e o seu PS. 

Se há coisa que tem sido óbvia no último mês é a permanente aproximação do CDS ao PSD. Depois da crise da TSU e curadas as feridas, há agora entre Portas e Passos muito mais em comum, pois Passos já percebeu que sem Portas vale muito menos. A arrogância inicial de Passos esbateu-se na dureza da crise, e ele precisa cada vez mais do CDS.

Pé ante pé, o centro-direira juntou-se sem quase darmos por isso. Aliás, o regresso intempestivo de Sócrates só ajudou ao clima de pré-união. O ódio que existe nas bases do PSD e do CDS a Sócrates unificou o centro-direita, é uma cola poderosa como nenhuma outra.

E alguém duvida que, irmanados e aliados numa AD, Passos e Portas teriam mais votos do que Seguro e o seu PS? Acho que não há dúvidas. Com uma AD pré-eleitoral, Passos e Portas podiam não ter maioria absoluta, mas ficariam sempre à frente do PS de Seguro. Depois, poderiam até chamá-lo para um governo a três, mas sempre com o PSD a comandar. É isso que Seguro quer?

Se não é, parece. Esta moção de censura que hoje se vota é uma tontaria. Pedir eleições neste momento é um erro colossal do PS de Seguro. Se as eleições fossem convocadas agora, uma AD ganhava sempre ao PS de Seguro, e ficava quase tudo na mesma. Para quê então perder tempo em eleições?

 

PS: É claro que o PS pode sempre deixar cair Seguro e apresentar António Costa às eleições, mas um golpe de teatro desses é capaz de ser agora mais difícil...E também não é certo que Costa vencesse uma AD unida.

 
publicado por Domingos Amaral às 12:03 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Terça-feira, 02.04.13

Um homem muito ciumento

Certa noite ele acordou-a com um gesto brusco e desagradável. Ela mexeu-se na cama, com a cara amarrotada pelo sono, e olhou para ele, espantada:

- O que foi?

Eram quatro da manhã, chovia a cântaros lá fora, e um arrepio de medo e de angústia percorreu-lhe a espinha. Puxou o lençol para cima, enrolou-se nele e insistiu:

- O que é que se passa?

Ele estava com os olhos semicerrados a observá-la. Na penumbra, parecia zangado. De repente, sentou-se na cama e disse:

- Tu tens um caso...Andas com outro.

Ela olhou-o, impávida. O que era aquilo? O que lhe dera para, a meio da noite, acordar de repente a dizer disparates? Franziu a testa e perguntou:

- Está tudo bem?

Ele cerrou os dentes, irritado. Ela não ligara ao que ele dissera, e isso é que era importante. 

- Eu sei que me andas a trair.

Ela nem queria acreditar, e ele a insistir! Teria sido um sonho, um pesadelo nocturno? Caramba, o homem tinha quase quarenta anos, não tinha idade para isso! Ou tinha? Será que havia uma idade a partir da qual se deixava de ter pesadelos, ou eles continuavam para sempre?

- O que é que se passa contigo? Tiveste um pesadelo?

Ele não sorriu. Levou a mão à cabeceira e acendeu um cigarro. Ela enervou-se. Odiava que ele fumasse na cama, odiava o cheiro do cigarro no quarto. 

Então ele disse:

- O meu pesadelo és tu. 

Ela ficou em silêncio uns segundos, e depois veio ao de cima o seu lado maternal. Ele era como os miúdos, necessitado de mimo depois dos pesadelos, para voltar a adormecer. Ela ignorou a sua última acusação e tentou acalmá-lo:

- Isso deve ter sido jantar. Há quem diga que o saké provoca pesadelos...

Ele esboçou um sorriso e resmungou:

- Eu não bebi saké...

Ela ficou intrigada. Ontem à noite, ele dissera que ia jantar fora com uns amigos a um restaurante de sushi, teria mentido?

- Tu é que disseste que ias jantar sushi.

Ele enervou-se:

- Não desvies a conversa...Eu descobri que tens um caso, andas com outro. 

Foi aquele "descobri" que a enervou. O que é que ele tinha "descoberto" se não havia nada para "descobrir"? No passado, com outros namorados, ela fora uma ou duas vezes infiel, mas agora não era. Sim, tinha amigos que lhe enviavam convites tentadores, mas não aceitara nenhum há mais de um ano, desde que começara namoro com ele. Gostava dele, e as coisas iam bem até há umas semanas, quando ele começara a dar sinais estranhos, de irritação permanente com ela. Criticava-a muito, por tudo e por nada, e já tinham existido algumas discussões desagradáveis. Mas, nada como isto. Isto era coisa de psicopata, acordar a meio da noite com pesadelos, a acusá-la de infidelidade!

- Que disparate é esse? Não deves estar bom da cabeça!

Irritada, ela levantou-se para ir à casa de banho, e quase por instinto, cometeu um erro, ao pegar no telemóvel, para ver se tinha mensagens. Ele atacou de imediato:

- Vais mandar-lhe um sms, a dizer que foste descoberta?

Ela ficou imóvel, a olhar para ele, sem saber o que dizer. Ele rosnou:

- Há quanto tempo é que isso dura?

Ela piscou os olhos. Aquilo era mesmo grave, ele estava mesmo convencido da sua verdade. Na cabeça dele, havia uma ideia muito enterrada, e ela não sabia porquê. Respirou fundo e afirmou:  

- Não sei mesmo de que é que estás a falar.

Nessa noite, ela teve de ouvir mais acusações, mas dentro dela as coisas já estavam resolvidas. Aquele homem não era bom da cabeça, não o queria para ela. Um homem que acorda a meio da noite com medo dos seus próprios fantasmas não é boa companhia. 

publicado por Domingos Amaral às 11:56 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 01.04.13

Ninguém para o Benfica?

Nestes dias, o Benfica é a única instituição nacional que me dá grandes alegrias! Que bem que a equipa está a jogar! Que espetáculo que foi o jogo contra o Rio ave!

Lá estive mais uma vez, com o meu filho Duarte, e vi um dos melhores jogos da época no estádio da Luz. A jogar assim, o Benfica é imbatível em casa, há na equipa uma fúria de vencer e de marcar golos como há muito não se via!

Que bem tem trabalhado Jorge Jesus este ano! Já aqui disse que esta arrisca-se a ser a melhor época de sempre de Jesus no Benfica. Não só recompôs a equipa depois das saídas de Javi e Witsel, como inventou grandes jogadores uma vez mais: Matic, Enzo Pérez e Melgarejo!

Uma das grandes forças do Benfica este ano, e que o destaca claramente dos rivais, é que a equipa não depende de nenhum jogador. Se não há Maxi, há André; se não há Luisão, há Jardel; se não há Matic, há Carlos Martins ou André Gomes; se não há Gaitan, há Ola John; se não há Cardozo, há Lima ou Rodrigo. Muda-se uma ou duas peças, e a orquestra continua afinadíssima, sempre a alta rotação.

É essa uma das principais diferenças em relação, por exemplo, ao FC Porto. Sem James ou sem Moutinho, a equipa azul e branca ressente-se e não consegue ser a mesma. Depende deles, e sem eles baixa de qualidade. No Benfica, isso não se passa, a equipa não depende de nenhum jogador, e apresenta a mesma qualidade.

Contudo, não convém embandeirar em arco. O Benfica está a jogar muito bem, mas ainda faltam jogos muitos difíceis. Em seis "batalhas", duas são contra equipas muito fortes, e rivais tradicionais: Sporting e FC Porto. Portanto, nada está seguro, e qualquer deslize pode ser fatal. O Benfica está muito perto, mas não pode pensar que isto está ganho, porque não está!

  

publicado por Domingos Amaral às 13:17 | link do post | comentar
 

Livros à venda

posts recentes

últ. comentários

  • Li com prazer o seu primeiro volume volume de assi...
  • Caro Domingos Amaral, os seus livros são maravilho...
  • Caro Fernando Oliveira, muito obrigado pelas suas ...
  • Gostei muito dos dois volumes e estou ansiosamente...
  • Bela e sensata previsão!Vamos ganhar a Final?!...
  • A tua teoria do terceiro jogo verificou-se!No enta...
  • Gostei de ler, os 2 volumes de seguida. Uma aborda...
  • Neste momento (após jogo com a Croácia) já nem sei...
  • Não sei se ele só vai regressar no dia 11, mas reg...
  • No que diz respeito aos mind games humildes, é pre...

arquivos

Posts mais comentados

tags

favoritos

mais sobre mim

blogs SAPO

subscrever feeds