Segunda-feira, 18.06.12

Orgulho nacional

 

A Grécia está a passar por momentos terríveis e deve ter sido uma enorme alegria para o seu povo a merecida passagem aos quartos-de-final do Euro. Fernando Santos é um treinador de quem os portugueses se devem orgulhar, pois com poucos talentos na equipa conseguiu dar-lhe um espírito guerreiro e uma resistência mental impressionantes. E, ironia das ironias, vai agora defrontar-se com a Alemanha de Merkel. A Alemanha, que tanto mal disse da Grécia e dos gregos, que tanto os tem humilhado com exigências e austeridades excessivas, vai agora ter de levar com eles em campo. Depois de Sócrates, Aristóteles e Platão, eliminar a Alemanha da Sra. Merkel seria um dos melhores presentes que a Grécia me podia dar. 

publicado por Domingos Amaral às 00:08 | link do post | comentar
Sexta-feira, 15.06.12

Os maiores

Vi os dois jogos da Espanha neste Euro 2012 e não tenho qualquer dúvida: são a melhor equipa. Com eficácia e nota artística, como diz o Jesus. A Itália só resistiu porque Torres estava em dia não e falhou dois golos (como se vê, não é só o Ronaldo). Não voltou a acontecer com a Irlanda, faturou duas vezes, e os bons rapazes de Trappattoni não tiveram hipóteses nenhumas. Aquele meio-campo, com Xavi, Iniesta, David Silva, Xabi Alonso e Fabregas é talento puro, parece uma "rabia gigante" aos adversários. Ninguém no Euro joga como eles e talvez só a Alemanha possa aspirar a causar-lhes danos. Se ganharem o seu terceiro título de seleções consecutivo ninguém se deve admirar.

publicado por Domingos Amaral às 11:46 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quarta-feira, 13.06.12

Tiro ao Ronaldo

 

Já me está a chatear esta onda nacional anti-Cristiano Ronaldo, que se gerou com fúria por ele ter falhado duas oportunidades de golo no Portugal-Dinamarca. Não há português que não ache o Ronaldo "uma besta", que não diga que ele não joga nada pela Seleção, que não tenha a certeza absoluta que ele joga muito mais no Real Madrid, e que, ó meu Deus, nem sequer merece ser o capitão da equipa! Porque é que nós tratamos tão mal quem tanto se esforça por nós? Ele pode não ter sido feliz naquelas duas jogadas mas, caramba, se há jogador que corre, que luta, que remata e que trabalha pela seleção, é ele! Só neste jogo rematou 7 vezes à baliza, quase metade dos remates de Portugal foram dele. E se falha, é porque estava lá. Naqueles dois momentos, não vi lá o Postiga, o Nani ou o Meireles, vi-o a ele, Ronaldo, a correr para a baliza para tentar marcar. Não conseguiu? E então, que mal tem falhar? Ele falha golos quase todas as semanas pelo Real, mas como marca muitos ninguém se interessa. Aliás, estes dois falhanços lembram-me outros dois que ele teve esta época, em pleno Bernabéu, contra o Barcelona. Os espanhóis caíram-lhe em cima, insultaram-no, disseram que ele fora o culpado da derrota madrilena por 1-3. E como respondeu ele? Pois bem, foi a Nou Camp na segunda volta e marcou um golaço que deu o título ao Real! É um perfeito disparate esta raiva nacional contra Ronaldo e o que eu gostava mesmo era que ele espetasse dois golaços à Holanda para calar esta cambada de mal-agradecidos!   

publicado por Domingos Amaral às 23:00 | link do post | comentar | ver comentários (505)
Segunda-feira, 11.06.12

Espanha, futebol e política

Política e futebol nem sempre se dão bem, mas no caso da selecção espanhola um equilíbrio muito harmonioso mas ao mesmo tempo muito activo parece ter sido encontrado. Por um lado, nenhum dos jogadores canta o hino nacional, nem o seleccionador ou sequer os que estão no banco, todos ficam calados a escutar, em sinal de respeito pelos "nacionalismos" vários que existem, como o basco ou o catalão. Além disso, a selecção toma posições políticas, e no sábado os jogadores mostraram o seu profundo desagrado com o pedido de "resgate" financeiro dos bancos de Espanha. Sendo uma selecção muito politizada, o que normalmente não dá bons resultados, esta equipa espanhola consegue contudo mostrar um futebol muito eficaz e será sempre uma das candidatas mais fortes à vitória final no Euro. Podemos pois estar perante uma inovação história: uma equipa vencedora mas carregadinha de octanas políticas, jogadores que são símbolos do país mas não são mudos e podem funcionar como líderes de uma rebelião contra as circunstâncias que fustigam o seu povo. Será um perigo ou um exemplo a seguir? Os próximos dias o dirão, mas pela amostra que já vimos e ao contrário dos jogadores portugueses, que fogem da política como outros fogem da peste, os espanhóis não nasceram com alma de naturezas mortas.

publicado por Domingos Amaral às 17:42 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Domingo, 10.06.12

Que Pena!

Portugal não merecia perder com a Alemanha, como hoje escrevo no Record. Tivémos azar e falta de eficácia, ao contrário deles. Mas, nada está perdido, embora uma selecção que marca tão poucos golos como a nossa tem marcado nos últimos jogos se arrisque a sair pela porta do cavalo.

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publicado por Domingos Amaral às 13:42 | link do post | comentar | ver comentários (1)

A Sra. Merkel

Por mais que nós quisessemos, ainda não foi desta que provocámos uma desilusão à Sra. Merkel. Ontem, antes e durante o jogo, muitos misturavam o desejo da vitória de Portugal com o desejo acrescido de provocar um dano ou uma humilhação à Sra. Merkel. Como se a Alemanha, como país que é representado pela sua seleção de futebol, fosse idêntica ao poder político actual que a governa. Muitas vezes isto acontece. Odeia-se a América por causa de Bush, o Iraque por causa de Saddam, a Venezuela por causa de Chávez, como se cada país pagasse o preço adicional de ser odiado devido ao líder, e como se o ódio ou a embirração fossem extensíveis aos outros símbolos do país e à sua população. É um pouco injusto, pois Ozil, Neuer ou Podolski não têm culpa das decisões de Merkel e podem até ser profundamente contra as suas orientações políticas. Mas, na hora destes embates, estas subtilezas são ignoradas e "odeia-se" com intensidade "a Alemanha da Sra. Merkel". Infelizmente, não nos serviu de nada, pois a Sra Merkel lá ganhou mais uma vez. 

publicado por Domingos Amaral às 13:37 | link do post | comentar

O problema da Dinamarca

A Dinamarca venceu a Holanda, naquela que muitos dizem ter sido a primeira grande surpresa do Euro. E com isso mudou totalmente a dinâmica do grupo B. Ninguém certamente esperava que, logo na primeira jornada, a Holanda estivesse com a corda na garganta, obrigada a uma tarefa hercúlea, que é vencer a Alemanha no segundo jogo. Vai ser terrível para os holandeses, mas não será menos para os portugueses. Portugal não pode perder com a Dinamarca, pois aí fica fora do Euro. E mesmo o empate é arriscado. Por isso, as estratégias de Portugal e Holanda serão idênticas para o segundo jogo: ganhar, ganhar, ganhar, arriscando tudo por tudo. Se o conseguirem, o grupo fica numa situação interessante, com as 4 equipas com 1 vitória e 1 derrota, e os dois últimos jogos a serem essenciais, embora com o risco de uma pescadinha com o rabo na boca, onde Portugal perdia com a Alemanha, a Alemanha perdia com a Holanda, a Holanda com a Dinamarca, e esta com Portugal. Seria, no mínimo, emocionante. 

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publicado por Domingos Amaral às 13:15 | link do post | comentar

Pequena biografia do blogger

Olá, chamo-me Domingos Freitas do Amaral, tenho 47 anos e quatro filhos, três raparigas e um rapaz. Sou formado em Economia na Universidade Católica Portuguesa, e tirei um Mestrado em Relações Económicas Internacionais, na Universidade Columbia em Nova Iorque.

Como gosto muito de escrever, passei vinte e tal anos a trabalhar em jornais e revistas, como jornalista e colunista. Comecei no saudoso e entusiasmante "O Independente", onde estive onze anos, e fui depois diretor da revista Maxmen, naqueles que foram os sete anos mais divertidos da minha profissão. Por fim, ainda estive quatro anos como diretor da GQ, de onde saí em Março de 2012.

Agora, escrevo neste blog quase todos os dias sobre aquilo que me apetece, e normalmente apetece-me escrever sobre economia, política, futebol ou sexo. Tenho gostado muito de perceber que o meu blog é bastante lido.

Além disso, acabei de publicar o meu último romance, "Assim Nasceu Portugal", que se passa na época de D. Afonso Henriques. É mais um, que se junta aos outros nove já publicados, cujos títulos são "Amor à Primeira Vista", "O Fanático do Sushi"; "Os Cavaleiros de São João Baptista"; "Enquanto Salazar Dormia"; "Já Ninguém Morre de Amor"; "Quando Lisboa Tremeu"; "Verão Quente", "O Retrato da Mãe de Hitler" e "Um Casamento de Sonho". 

Entretanto, e como o jornalismo está pela hora da morte, decidi voltar à economia, e estou a dar aulas na Universidade Católica, leccionando a nova cadeira de Economia do Desporto, pois quem me conhece sabe que gosto muito de futebol, e parece-me que os estudos económicos nessa área ainda são raros e há muito trabalho a fazer.

 

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publicado por Domingos Amaral às 12:16 | link do post | comentar | ver comentários (19)
Sexta-feira, 08.06.12

Bela carrinha

É uma belíssima carrinha, a nova 508 SW da Peugeot. Na tradição da magnífica 407 SW (eu tive uma e sei bem do que falo), aprece agora esta nova aposta da marca francesa, da qual é impossível não gostar. O design é muito bem conseguido e o tecto panorâmico mantém a imagem da marca. Será que é desta que a Peugeot consegue concorrer mais acima? 

publicado por Domingos Amaral às 17:07 | link do post | comentar

Passos é Salazar?

D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas, comparou Passos Coelho com Salazar, dizendo perólas como "parecia que estava a ouvir um discurso de certa pessoa há 50 anos atrás" ou "fazem uma propaganda tipo União Nacional". A mim dá-me a sensação de que as pessoas de esquerda, como é o caso do Sr. Bispo, quando têm falta de imaginação, como também é o caso do Sr. Bispo, desatam logo a comparar os líderes da direita com Salazar, procurando com isso diminuí-los. É um erro grave que a esquerda comete. Quando se compara um líder do centro-direita com Salazar não se está a diminuí-lo, mas sim a aumentá-lo, a dar-lhe mais importância, a criar-lhe uma aura especial que ele provavelmente ainda não tem pelos seus méritos. Aliás, o último político de centro-direita que a esquerda comparou a Salazar foi Cavaco Silva e, como todos sabemos, isso só o tornou ainda mais forte. Calma pois Sr. Bispo, olhe que brincar com os mortos é sempre imprudente.

publicado por Domingos Amaral às 16:43 | link do post | comentar | ver comentários (3)
 

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